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domingo, 31 de maio de 2009

New York

Estou aqui hoje. Vou apresentar um trabalho acadêmico numa conferência.

Não sei se vou gostar da cidade. Acho que sim. Espero que sim. Cosmopolita e vibrante. Embora muitas vezes associada ao capitalismo mais selvagem.

A se ver. Mas dessa música eu sempre gostei. E de Frank Sinatra, com sua impressionante capacidade vocal e ritmica.

Fica aí, dividido com todos.

sábado, 30 de maio de 2009

O aeroporto e a TRIP

De fato as pessoas são, como diz Francis Bacon, mais propensas a acreditar nas notícias boas e agradáveis. Gostamos, evidentemente, de notícias auspisciosas. Daí somos menos exigentes com as evidências que as sustentam.

Quando a ANAC começou a apresentar as sucessivas restrições ao aeroporto, as pessoas sempre preferiam acreditar nas perspectivas mais favoráveis: “isso está sendo resolvido”, “há pessoas que estão resolvendo o problema”. Basta lembrar um pouco: desde 2007, quantas vezes lemos a manchete “Aeroporto finalmente liberado” ou coisa parecida?

Recentemente a TV Santa Cruz mostrou a notícia de que “o aeroporto finalmente voltou a operar vôos noturnos”. Uma notícia, no mínimo, equivocada.

Quando a ANAC impôs restrições de operação ao aeroporto, e as restrições exigem que a operação por instrumentos seja alternada para operação visual desde uma distância considerável da pista (3000 metros), o pouso passou a ser feito sem auxílio de instrumentos.

Ocorre que, para aeronaves de médio porte, como as da TAM e da Gol (Airbus A319 e Boeing 737-400), as seguradoras não aceitam essas condições. E pousar ou decolar um avião sem a cobertura de uma apólice está fora de cogitação.

Por isso TAM e Gol se desinteressaram em operar vôos noturnos no aeroporto de Ilhéus.

O caso da TRIP é diferente, porque a empresa opera com aeronaves de porte menor (ATR-72). As velocidades de aproximação e pouso são menores, aumentando a flexibilidade dos limites impostos pela ANAC e pelas seguradoras.

Apenas por essa razão o aeroporto voltou a receber vôos noturnos. Não houve nenhuma revogação das restrições da ANAC. O Sr. Gilberto Antunes, num belo exemplo de racionalismo cético, já havia explicado isso no site do Rabat (leia aqui).

Não se que esteja menosprezando a TRIP como empresa, nem negando a importância que o início de suas operações tem para a cidade de Ilhéus e a região. Longe disso. É muito importante restabelecer a “ponte aérea” entre Ilhéus e a capital do estado, permitindo às pessoas irem e voltarem no mesmo dia. Também é muito importante ligar Ilhéus a cidades como Vitória, no Espírito Santo. Tudo isso permitirá a capitalização de muitos resultados importantes, sem dúvidas.

Não é ruim a vinda da TRIP. É apenas muito pouco.

A bem dizer, e lembrando as condições em que já operou o aeroporto de Ilhéus no passado, é uma verdadeira esmola.

Mas dadas a atual situação da cidade, do aeroporto e da região, o que dá prá dizer em troca?

Deus lhe pague.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Tá "Relampiano"

Hoje tem show de Lenine. Imperdível. Queria que todas as pessoas fossem.

Mas não é possível.

Deixo um vídeo, e abaixo a letra de uma música linda. Fala de crianças de rua. Fala de crianças. Fala.

Nos convida a uma lágrima. E à reflexão.



Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal prá alguém
Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal prá alguém
E tá vendendo drops
No sinal...

Todo dia é dia
Toda hora é hora
Neném não demora
Prá se levantar...

Mãe lavando roupa
Pai já foi embora
E o caçula chora
Prá se acostumar
Com a vida lá de fora
Do barraco...

Hai que endurecer
Um coração tão fraco
Prá vencer o mêdo
Do trovão
Sua vida aponta
A contramão...

Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal prá alguém
Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal prá alguém
E tá vendendo drops
No sinal...

Tudo é tão normal
Todo tal e qual
Neném não tem hora
Prá ir se deitar...

Mãe passando roupa
Do pai de agora
De um outro caçula
Que ainda vai chegar...

É mais uma bôca
Dentro do barraco
Mais um quilo de farinha
Do mesmo saco
Para alimentar
Um novo João Ninguém
A cidade cresce junto
Com neném...(2x)

Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal prá alguém
Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal prá alguém...

Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal prá alguém
E tá vendendo drops
No sinal...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Série Aberturas: Hawaii Five-0

Em português ficou Havaí 5-0. Enredo totalmente padrão enlatado americano, com um "mega-detetive" que, a cada episódio, derrotava mais uma vez seu arqui-rival. Mas a derrota jamais era definitiva, de sorte que uma nova aventura estava sempre garantida.

Série de pouquíssimas qualidades, Hawaii Five-0 tinha, porém, um ponto forte: a abertura. A música animadíssima tocada pela banda The Ventures e as imagens da belíssima ilha do pacífico, com pequenas tomadas de cada um dos protagonistas. Simples e eficiente. Muito legal.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Porto Sul: a Guerra dos Vídeos

Tá lá no dite do Rabat: de um lado um vídeo promocional do Governo do Estado, fazendo a publicidade informativa sobre o Porto Sul (veja aqui). Muitas informações, a maioria já conhecida, e nada mais. Do outro lado, os vídeos de Pequiá, comunidade que sofre com a má gestão do poder público na relação com mineradoras e siderúrgicas (veja aqui). O material é “requentado” pois já havia sido mostrado no Blog do Gusmão (veja aqui). Fico imaginando se não ha, além das empresas, muita gente se aproveitando das pessoas daquela comunidade. Isso eu não sei. Mas sei que há pouca gente tentando realmente ajudar.

Claro que é um grande momento, e obviamente é a discussão democrática que permeia essa “guerra de vídeos”. São argumentos de parte a parte: de um lado os que mostram as oportunidades que advirão com o Porto Sul. Do outro lado os que temem que as conseqüências sejam nefastas, e que não compensem o investimento.

E no meio de tudo há os que tem interesses diversos: proprietários de terrenos que podem se desvalorizar nas áreas onde será instalado o Porto, alguns donos de Resorts e Hotéis, Empresas de Mineração, Empreiteiras, etc. Esses todos são evidentemente contra ou a favor do projeto, mas não se interessam pelo desenvolvimento econômico, tampouco pelo bem estar das pessoas da região. Interessam-se por motivos bem particulares. Legítimos, evidentemente, já que cada um sabe de si. Mas seguramente não de interesse coletivo.

A nós, cidadãos, cabe seguir o conselho que nos dá Francis Bacon em "Novum Organum": corremos o risco de que nossas preferências e temores influenciem nossas crenças. Para escapar dessas armadilhas, precisamos nos ater ao que pode ser eliciado e experimentado racionalmente.

Agindo dessa forma, por exemplo, podemos ver que o material do governo do estado é uma coleção de informações, todas muito auspiciosas. Mas nenhum dado concreto sobre prazos, cronogramas, orçamentos, etc. Falam que vão desenvolver o projeto com o devido cuidado com o meio ambiente, e com as pessoas da região, mas não dizem como. Trata-se de uma peça publicitária, que cumpre um papel político importante. Mas é só isso. Não traz nenhuma garantia a respeito. Serve para ajudar a convencer de que, em linhas gerais, a idéia do projeto é muito boa. Mas não oferece detalhes suficientes que nos permitam debater com mais profundidade. Isso é realmente preocupante: até agora tudo o que diz respeito ao Porto Sul não passa de promessas e de “Carta de Intenções”. Em tempo: por favor, alguém me esclarece o que é uma “Carta de Intenção”? Que compromisso realmente se assume ao assinar uma “Carta de Intenção”?

Não obstante, os vídeos sobre Pequiá também não são muito mais do que isso: propaganda. Apresentam uma comunidade que está sujeita a níveis além dos limites toleráveis de desrespeito à dignidade humana. Serve como um grande alerta para o que podemos acabar encontrando por aqui, se não tivermos o devido cuidado. Mas não é nada mais do que disso. Há uma alegação implícita, mas nenhuma discussão, sobre o porquê de se ter certeza de que em Ilhéus os resultados serão os mesmos de Pequiá. Aliás, sendo bem autocrítico, não já existem, em Ilhéus, pessoas vivendo em situação tão ruim quanto, ou até pior, do que aquelas famílias de Pequiá? Vítimas do modelo econômico da cidade, baseado no binômio Turismo-Cacau? Visitem os bairros mais pobres e mais afastados e terão uma idéia. É interessante notar que até hoje eu não vi nenhum vídeo sobre essas pessoas. Porque interessa mais denunciar a situação das famílias de Pequiá do que, por exemplo, as do N. Sra. da Vitória?

O importante, porém, é que a discussão está aquecida. Pessoalmente eu considero que a cidade de Ilhéus possui uma economia decadente, e todos os setores da cidade empobrecem a olhos vistos. Nesse sentido a infra-estrutura com Porto, Aeroporto, ZPE, Ferrovia, etc. precisa ser instalada sob intensa vigilância, para que os danos ao Meio Ambiente sejam minimizados e o interesse das pessoas seja preservado. Feito assim, pode ser um alento, uma ruptura com o modelo econômico que há décadas vem gerando resultados cada vez mais tímidos, e está em vias de sucumbir, levando a região junto. Pode ser uma chance de soerguimento da região. Uma oportunidade para as pessoas ganharem a dignidade de um trabalho, a esperança de um futuro.

Mas precisamos nos mexer, e rápido.

Porque o Futuro começa agora.

terça-feira, 26 de maio de 2009

John “Maddog” Hall fará palestra na UESC

Direto do site do rabat (leia aqui)

Como entusiasta do movimento internacional pelo Software Livre, não poderia deixar de divulgar.

Maiores dúvidas, entrem em contato com o professor Carlão, da área de Computação da UESC (carlao2005@gmail.com)

"
Presidente da Linux internacional defende software livre na educação

Jon “Maddog” Hall, diretor-presidente da Linux Internacional, fará o palestra no dia 1º de junho , na Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC(Ilhéus/BA). A palestra, no auditório Jorge Amado, às 14 horas, é promovida pelo Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (DCET) e terá como tema: “Software Livre na Educação: um caminho para o futuro”
Sob a coordenação do professor Carlos Pereira(DCET/UESC), o evento tem por objetivo incentivar o uso do software livre e explicar sua importância, além da troca de idéias e projetos. Visa ainda, incentivar o uso do software livre nas rotinas de trabalho nos mais diversos setores e Maddog – “Cachorro Raivoso”, em inglês – é diretor-presidente da Linux Internacional, mais famoso software livre do mundo.
O palestrante é considerado um gênio da computação e é um dos mais disputados no mundo por conta do seu conhecimento de informática, setor onde trabalha desde 1969. O “Cachorro Raivoso” – como gosta de ser chamado -, estudou na Drexel University e, mais tarde, no Rensselaer Politechnic Institute na cidade de Troy, em Nova Iorque. Após terminar seus estudos, trabalhou na empresa Aetna Life and Casualty.
Tornou-se reitor da Faculdade de Informática do Hartford State Technical College, onde os estudantes o apelidaram de maddog. Mais tarde, assumiu uma posição como administrador de sistemas no Bell Laboratories, acabando por ingressar na Digital Equipment Corporation (DEC), onde trabalhou durante 16 anos. Nesse período, conheceu Linus Torvalds, a quem forneceu suporte para o desenvolvimento da versão do Linux para hardware baseado na arquitetura Alpha, de 64 bits.
O princípio básico das palestras de “Maddog” mundo afora é de que a aplicação de softwares livres na estrutura de governos permite uma grande economia de recursos – cujo destino é o exterior, onde os sistemas são produzidos – que, em países em desenvolvimento ou sub-desenvolvidos podem ser aplicados em setores como saúde e educação."

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Série Aberturas: Get Smart

"Get Smart", em português virou "O Agente 86". Eram as aventuras do atrapalhado agente secreto Maxwell Smart, cognominado Agente 86.

Max, como era chamado pela sua bela parceira, a Agente 99, estava sempre a postos para atender aos interesses do Controle, uma organização governamental ultra-secreta que existia para desmantelar a organização criminosa, também ultra-secreta, Kaos.

A abertura dava o tom da sátira ao luxo e à sofisticação do quase tão famoso agente 007. Smart desce de seu carro e vai desvendando as entradas secretas até alcançar o elevador que o conduz à central secreta do Controle.

Que, aliás, que estava disfarçado usando "o velho truque da cabine telefônica que na verdade é um elevador".

O Conde de Monte Cristo

Alexandre Dumas nos brindou com uma história clássica, que narra a empolgante aventura de Edmond Dantes que é preso injustamente, depois escapa do Chateau d´If e, tornando-se um nobre riquíssimo, consegue uma grande vinçança contra (quase) todos os que o traíram.

O livro é, naturalmente, recomendado. Uma obra imperdível.

Mas eu quero falar é da trajetória de Hélio Castroneves, que esteve em seu próprio Chateau d´If quando foi acusado de Sonegação Fiscal. Correu o risco de ir para a cadeia por 35 anos.

Mas ele conseguiu provar, na justiça dos Estados Unidos, que era inocente. Como Dantes, escapou do Chateau d´If. E ontem se tornou Conde de Monte Cristo, ao vencer todos os seus adversários, sacudindo em seus rostos (pela terceira vez... ainda bem que ele não tem alergia a Lactose) o leite dos vencedores da mais importante prova do automobilismo norte-americano: as 500 Milhas de Indianápolis.Não há como não se emocionar com a impressionante volta por cima do "Homem Aranha", que mais uma vez, e como sempre, foi comemorar junto à torcida, escalando o alambrado.

Parabéns Helinho.

E obrigado por nos permitir assistir à história sendo escrita.

domingo, 24 de maio de 2009

Afinal, parece que é certo!!!

Parece que a TRIP vai, afinal de contas, começar a operar em Ilhéus.

Eu já tinha manifestado minhas dúvidas. Porque não havia nenhuma confirmação no site da própria empresa; nem nos seus destinos nem nos releases à imprensa.

Mas se é verdade que na quarta-feira o governador da Bahia vai vir a bordo no ATR-72 inaugurar o vôo Salvador-Ilhéus da companhia, então meus temores eram infundados.

Eis aí uma bela notícia!

Porque são dois vôos com freqüência quase diária (exceto nos finais de semana) saindo de Ilhéus para Salvador pela manhã e voltando à tarde.

Isso reinaugura a "ponte aérea" Ilhéus-Salvador, que já foi operada pela TAM. Permite fluxo de pessoas em horários alternativos entre as duas cidades. Pode ser a porta de muitas oportunidades, principalmente para os negócios voltados ao turismo. O bom turismo. O que gera ganho real para muitas pessoas e para o município.

Que bom que meus temores eram infundados. Que bom poder comemorar uma boa notícia, afinal de contas.

Tomara que essa seja a primeira de muitas, porque esta cidade está realmente precisando. Todos os envolvidos estão de parabéns. A cidade pode exultar.

Mas não pode descansar, pois há muitos desafios pela frente.

E não há tempo para mais derrotas.

sábado, 23 de maio de 2009

Comentário Infeliz

A minha última postagem a respeito da lamentável situação econômica em que se encontra a cidade de Ilhéus, e dos prognósticos nada animadores que se apresentam se nada for feito para mudar o rumo das coisas foi publicado no site do Rabat (podem ler aqui).

Como o texto é polêmico, recebi diversos comentários. Comentários, aliás, dos dois tipos que esperava ver: os que concordam e os que discordam. O primeiro grupo de considera um cronista realista e o segundo grupo me vê como o arauto do sétimo selo.

Bem, nem uma coisa nem outra. Minha análise não é absoluta, e em nenhum momento proponho que o cenário seja imutável. Meu objetivo é muito mais o de fomentar a discussão, para que as pessoas entendam que a economia da cidade não satisfaz à maioria de seus habitantes.

Gostaria que as pessoas de Ilhéus se perguntassem: "Porque a economia da cidade ainda se suporta no binômio Turismo-Cacau, cujos resultados são tão tímidos? A quem interessa isso? Quem ganha com isso?"

De modo geral considerei-me razoavelmente bem sucedido. Vou continuar tentando.

Ainda que tenha sido surpreendido com a infeliz colocação abaixo, que reproduzo aqui, com o devido respeito ao autor anônimo, já que partiu dele a iniciativa de tornar pública sua opinião.

"Degas
Procura outro canto para viver. Va para S Paulo. Lá é uma beleza. Voce ganha muito dinheiro.Deixa nossa gente aqui. Pelo menos ainda podemos sair nas ruas em segurança; Comer nosso acarajé, caranguejo, com preços dentro da realiadade brasileira e sem sobresaltos.Quem muito quer, nada tem.Vá passear no Morumbi, na Consolação, dar umas voltas na S. Efigênia.Pelo menos suas aplicações em Ilheus dê para comprar uma mansão na zona leste de S Paulo. AH! AH! AH!Deixa agente aqui em paz.
"

Há vários aspectos que eu poderia discutir com esse cidadão.

Primeiro que em São Paulo eu não ganharia mais dinheiro do que em Ilhéus. Eu, não ganharia. Bem entendido. Porque isso não é verdade para a maior parte das pessoas da cidade. O êxodo em Ilhéus torna sua população cada vez menor (leia em http://www.ilheusamado.com.br/?q=node/8335), porque as pessoas estão simplesmente deixando a cidade em busca de oportunidades que não encontram aqui. Um duro reflexo do desemprego, em números que já eram muito altos mesmo antes da atual "crise econômica" que, aqui, só veio piorar o que já estava ruim.

Depois poderia esclarecer que, infelizmente, os índices de violência no Teotônio Vilela, em Nossa Senhora da Vitória e na Conquista, por exemplo, não ficam a dever às piores favelas de São Paulo e do Rio.

Poderia mostrar a ele que já não há tantos lugares assim para se comer acarajé e caranguejo, já que as barracas de praia estão faturando tão pouco que não atraem mais as baianas quituteiras da forma como faziam antes (conheço uma, por exemplo, que deixou de ir vender na barraca Guarany). E também que o acarajé de Ilhéus não é nada barato, se comparado aos preços de Salvador, Feira de Santana e Itabuna, por exemplo.

Poderia dizer muitas coisas a ele. Mas decidi que não vale à pena.

Porque que ele é mais uma vítima inocente desse processo todo. Isso é, talvez, a face mais cruel do sistema: tem gente que é estuprada sem perceber.

Mas guardo minhas esperanças de que as pessoas finalmente enxerguem o que há de errado com a economia da cidade. E vejam como as coisas podem ser, se trabalharmos para transformá-las.

Porque é disso que é feito o verdadeiro motor do progresso.

Vontade.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Identidade dos Índios

Hoje eu li no Blog do Gusmão uma postagem muito inteligente (pode ser lida aqui), em que ele denuncia o julgamento precoce dos índios como pessoas que estão "aculturadas" na civilização capitalista e, por isso, perdem o direito a reinvindicar direitos usando sua própria cultura como argumento.

Antes de comentar a postagem do Gusmão, deixa eu dizer que, de todas as questões políticas e sociais que atualmente estão em discussão na cidade de Ilhéus, essa demarcação das terras Tupinambás é a que eu, modestamente, considero a mais difícil. Mais à frente retomo o assunto.

Voltando à postagem do Gusmão, eu já ouvi várias vezes esse mesmo julgamento a que ele se refere reproduzido por muitas pessoas em muitas situações diferentes: "Índio que usa Jeans não é mais índio", "Índio jogando futebol? Que índio é esse?", "Índio usando panela e fogão?", etc.

De fato não é um comportamento dos mais tradicionais na cultura indígena usar Jeans, jogar Futebol, usar panela e fogão, tomar remédio industrializado (e que bom que eles tem acesso a vacinas, antibióticos, etc.!), etc. É muito fácil perceber e concordar com isso.

Todavia, ao ouvir isso das pessoas, e havendo a oportunidade, eu gosto de perguntar: "Você toma Coca-Cola?", "Você escuta 'Jonas Brothers'?" (um tipo de Menudo dos tempos modernos), "Você assiste aos filmes de Hollywood?" E depois eu complemento: "Então, assim como os índios não são mais índios, você não é mais brasileiro. E se os índios não teriam direito à demarcação das terras porque 'não são mais índios", você também não tem direito a ser dono da Amazônia porque não é mais brasileiro".

Claro que o argumento é absurdo. Uso apenas para ilustrar a falácia de que as pessoas perdem a sua própria identidade por ter incorporados aspectos culturais diversos.

E aqui eu retomo a discussão. Apesar de, pessoalmente, reconhecer o direito cultural e histórico dos índios às terras que eles pleiteiam, eu não acho essa uma questão simples de se julgar.

Seria simples se houvesse um grupo de pessoas que usurpou as terras indígenas e agora estivéssemos apenas tentando estabelecer a justiça, de devolver o seu a seu dono.

Mas infelizmente não é simples assim. Porque (muitas de) as pessoas que usurparam dos índios não são mais as proprietárias das terras. Outras as adquiriram, de maneiras diferentes (compra, herança, pagamento de dívidas, etc.) com total boa fé. Além disso há toda uma população que está instalada ali há muitas e muitas décadas, e estabeleceram sua própria identidade cultural com a região.

Some a isso o fato de que a demarcação impactará na vida de toda a cidade de Ilhéus e região, e teremos muitas pessoas mais na mesma situação.

Eu reconheço o legítimo direito dos índios. Mas também reconheço o direito de muitas outras pessoas. É por isso que considero essa uma questão de dificílimo julgamento.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Porque é melhor se divertir

O melhor piloto que o mundo viu na fase moderna da Fórmula 1 foi, sem nenhuma dúvida, Michael Schumacher.

Para os brasileiros, em sua maioria, o nome citado é o de Ayrton Senna. Às vezes, Nélson Piquet ou Emerson Fittipaldi.

A essa lista pode-se facilmente acrescentar Jackie Stewart, Alain Prost, Jim Clark, Niki Lauda. Todos gênios, sem dúvidas. Cada um deles com diferentes qualidades.

Mas quando me pedem para escolher, entre os maiores, o meu piloto preferido, eu não tenho dúvidas em apontá-lo: Nélson Piquet. Não tanto pelas suas habilidades como piloto - dignas de reverência, sem dúvidas - quanto pela maneira com que Nélson lidava com tudo e com todos no mundo hipócrita da Fórmula 1. Ele definitivamente estava ali para se divertir. E fez isso como nenhum outro.

Para os mais novos que não o conheceram, a personalidade de Piquet como piloto era muito parecida com a do Dr. Greg House, da série homônima de TV. Cáustico, tinha sempre algo engraçado e irritante a declarar sobre tudo e sobre todos. Trocava fácil a diplomacia pela retaliação, sempre que julgava ser necessário. Como por exemplo quando, despreparada, uma repórter lhe perguntou:
"E aí Piquet. Quer ganhar a Corrida hoje?"
A resposta veio rápida e mimosa.
"Não! Hoje estou querendo terminar em décimo segundo!".

Recentemente, ao comentar sobre o fetiche do presidente da FIA, de interpretar um torturador nazista com suas "namoradas", Piquet deixou mais uma pérola no ar: "Interessante que a Fórmula 1 não tinha pudores de correr na África do Sul em pleno Apartheid e agora todos ficam vermelhos porque um dos diretores pevertidos foi pego de calça arriada."

Saudades do gênio e de sua marca. Em tempos em que tudo precisa ser tolerado em nome da hipocrisia dos "bons costumes" faz falta o cara que, em 1982, quando vinha conseguindo levar o carro à primeira vitória na temporada - aquele estava sendo um ano muito difícil para a equipe Brabham - foi tocado para fora da corrida por um retardatário. Sua reação não poderia ser diferente. Confira no vídeo abaixo.



E aqui tem um tributo, onde podemos revê-lo nos tempos de Brabham e Williams, com suas vitórias, suas ultrapassagens espetaculares, seus campeonatos mundiais. Depois os tempos de Lotus e Benetton, onde carros menos competitivos levaram-no a mostrar muitas de suas qualidades. A de se meter em confusões, inclusive.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Retratos da Decadência

Eu confesso que vou dormir triste. A postagem do Blog "Sarrafo" que li há pouco (podem ler aqui) foi um retrato muito duro para qualquer pessoa que goste da cidade de Ilhéus. É muito ruim quando a realidade cruel entra pela nossa janela -mesmo que seja a janela do navegador - e nos insulta dessa maneira.

E fica pior porque está sustentada na Verdade. Ilhéus é uma cidade em plena e acelerada decadência.

A postagem do "Sarrafo" apenas explicita isso com as fotografias das inúmeras casas comerciais que vão fechando pela cidade toda. Mais do que isso é desnecessário dizer.

Porque eu não sei se as pessoas nesta cidade se dão conta de quantas oportunidades são perdidas, de como a cidade empobrece a olhos vistos, de como cada vez mais pessoas encontram cada vez menos chance para viver na cidade de Ilhéus. O cenário é tenebroso, e só tende a piorar.

As alternativas que apresentam para a cidade são, no mínimo, ridículas. Por um lado há os que apostam na "Volta do Cacau", a monocultura que trouxe muito dinheiro para poucas pessoas e muita miséria para muitas pessoas. Por outro lado há os que apostam na "Redenção pelo Turismo", essa atividade que inexiste em 8 meses do ano e, quando existe, traz para a cidade (junto com alguns bons e nobres visitantes, que se diga!) um bando de arruaceiros que parasitam a cidade e as pessoas da cidade (crianças inclusive) deixando pouco ou nada em troca.

Mas as pessoas insistem em apostar nessas alternativas. A lavoura cacaueira, que gera quase nada de renda, e o turismo, que gera, quando muito, meros sub-empregos em quatro dos meses do ano.

Esse ciclo, que é muito interessante para uma minoria de pessoas, coloca a maior parte da população com pouco ou nenhum poder aquisitivo. E aí não há como essas pessoas consumirem produtos e serviços na cidade. Por esse motivo, a economia municipal retrai, gerando demissões e mais perda de poder aquisitivo, que gera mais diminuição do consumo de produtos e serviços e mais retração da economia, num ciclo que se não for interrompido evolui para o colapso total da cidade.

Que, parece, já não está longe.

La Guerre du Feu

Um filme imperdível. Recomendo fortemente. Iria escrever uma resenha a respeito, mas preferi copiar, com a devida vênia, o texto de Rodrigo Cunha, que pode ser lido aqui.

"Um dos temas que envolvem a discussão sobre a naturalidade da linguagem falada é o que versa sobre a sua origem. O filme A Guerra do Fogo, de Jean-Jacques Annaud, é uma interessante especulação a esse respeito, e ajuda a refletir sobre a questão.

O filme trata de dois grupos de hominídios pré-históricos: um que cultuava o fogo como algo sobrenatural e outro que dominava a tecnologia de fazer o fogo. Em termos de linguagem, o primeiro não está muito longe dos demais primatas, emitindo gritos e grunhidos quase na totalidade vocálicos. Esse tipo de comunicação assemelha-se ao que Rousseau considera, em seu Ensaio sobre a origem das línguas, como a primeira manifestação de linguagem no homem, que é a expressão de suas paixões, como a dor e o prazer. Já o segundo grupo parece ter uma comunicação mais complexa, com maior número de sons articulados. Há outros elementos culturais, como habitações e ritos, que denotam um maior grau de complexidade do segundo grupo com relação ao primeiro.

No que concerne apenas à questão da linguagem, uma possível interpretação seria a seguinte: em um determinado estágio de sua evolução biológica, o homem, já se locomovendo como bípede e tendo suas mãos livres, aprendeu a manipular instrumentos, a interferir no seu meio e a fazer, dentre outras coisas, o fogo. A necessidade de preservação desse conhecimento, dessa tecnologia, levou-o a sofisticar a sua capacidade de comunicação. A princípio, sua linguagem pode ter sido meramente gestual, mas ele descobriu que os sons também poderiam se prestar a essa função.

Assim como, ao tornar-se Homo Erectus viu-se com as mãos livres (antes usadas principalmente na locomoção) e descobriu que poderia usá-las para manipular as coisas; assim como, ao tornar-se Homo Sapiens descobriu que poderia usar essa capacidade de manipulação para interferir no seu meio; da mesma forma, descobriu que os órgãos utilizados para funções vitais como a respiração e a digestão, também serviam para emitir sons. A partir do momento em que aprendeu a diversificar os sons através das articulações, conseguiu aumentar as possibilidades de combinação entre eles. Uma vez estabelecidas determinadas convenções entre os seus semelhantes, possibilitou-se a troca de informações (como a tecnologia de fazer o fogo) de um indivíduo para o outro.

A sofisticação da linguagem serviu para facilitar a comunicação de uma informação complexa, talvez não expressável meramente pelo gesto. Portanto, como diria o pai da Linguística Moderna, Ferdinand de Saussure, "não é a linguagem que é natural ao homem, mas a faculdade de construir uma língua, vale dizer: um sistema de signos distintos correspondentes a idéias distintas".

As divagações acima são apenas leituras possíveis do interessante filme de Annaud. E os indícios lingüisticos (a distinção entre a linguagem de uma tribo e de outra) foram pensados pelo foneticista Anthony Burgess, que assina o roteiro. Burgess ficou conhecido pelo livro Laranja Mecância, que foi adaptado para o cinema por Stanley Kubrick.

A Guerra do Fogo, com roteiro de Burgess e direção de Annaud, pode ser monótono e cansativo para quem não tem curiosidade pelo tema. Mas aqueles que se interessam não só pela origem da linguagem, mas pelas raízes da espécie humana e pelo florescer da razão e das tecnologias, irá apreciar o filme. "



Série Aberturas: CHiPs

CHiPs era a sigla de California Highway Patrol, (o "s" no final era o plural, já que eram dois CHiPs) ou "Patrulha Rodoviária da Califórnia", livre tradução minha.

A aventura de dois policiais rodoviários que resolviam de tudo nas pistas de alta velocidade da Califórnia. Desde motoristas imprudentes até tráfico de seres humanos (escravos). Não houve nenhum problema, jamais, que eles não tivessem resolvido.

Prato cheio para o imaginário de qualquer criança.


Série Aberturas: Magnum

Magnum é uma das minha séries de infância. Foi o início da carreira de Tom Selleck, que depois seguiria no cinema e na televisão (quem gostava de Friends deve tê-lo visto, o médico que cercava Mônica, para desespero de Chandler).

A série não era grande coisa, na verdade. Pelo menos quando a vejo com os olhos de adulto. Basicamente era um detetive que se metia em aventuras contra o crime, com toque levemente picante.




O estilo fica evidente logo na abertura. Destaque para a música.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Errata

Numa postagem anterior (pode ser lida aqui) eu apreciei um vídeo que apareceu no Blog do Gusmão (o vídeo pode ser visto aqui) e cometi um engano. Jornalisticamente uma "barriga". Apontei Pequiá, a do vídeo, como uma cidade do Espírito Santo.

Não é. Pequiá, a do vídeo, é uma pequena localidade do município de Açailândia, no Maranhão. A pequiá do Espírito Santo é uma outra cidade.

Na verdade não havia, no vídeo, nenhuma informação a respeito de a qual Pequiá estavam se referindo. De toda forma, retificação feita.

Não obstante, os argumentos que estão ali no texto permanecem, a meu modesto entender, inalterados. Basicamente a pergunta que faço é: o que garante que o caso de Ilhéus será uma repetição do caso de Pequiá, e não dos inúmeros de outros casos em que a industrialização trouxe desenvolvimento com justiça social e preservação ambiental?

Na verdade é muito pelo contrário.

Os canais democráticos para denúncias estão aí. Pessoas dispostas a denunciar todo o tipo de coisas - mesmo que eventualmente infundadas - a respeito do projeto não faltam. Diferentemente da época da ferrovia de Carajás, hoje há toda uma regulamentação a respeito de licenciamento ambiental para a execução de quaisquer empreendimentos.

A oportunidade é agora. A responsabilidade que nos cabe é garantir que Ilhéus seja uma cidade viável no futuro. Para nossos filhos e netos. Viabilizar o meio ambiente sem desenvolvimento econômico, ou o contrário, é gerar um futuro manco.

Em tempo: manifesto-me solidário às pessoas que sofrem em Pequiá. E insurjo-me contra todos os que os exploram. Porque eles são explorados de múltiplas maneiras, não só pela mineração e pela siderurgia.

Mais da COELBA

No site do Rabat tem uma postagem assinada por Homer Simpsom (pode ser lida aqui). Como sempre, satírica. Homer pondera que é estranho as inúmeras horas de interrupção de energia promovidas pela COELBA não aparecerem no extrato de nossas contas de energia.

Eu concordo com Homer. Aliás, concordo com isso há muito tempo. E desde então tenho mantido em meu blog a campanha EU COMPRO MUITAS VELAS POR CAUSA DA COELBA.

O que eu posso dizer? A campanha continua! Podem copiar e distribuir o logotipo à vontade!

(não) Mentir é feio!

Charge de "A Gazeta" do Espírito Santo.

Ótima!

CPI da Petrobrás

É interessante a celeuma que vem causando essa CPI da Petrobrás.

De um lado o Governo Federal, que alega ser uma manipulação grosseira da Oposição, eles que já tentaram privatizá-la no passado, com o objetivo de enfraquecer a Petrobrás como empresa estatal e, por conseguinte, enfraquecer o próprio Governo Federal.

Do outro lado a Oposição, que alega serem escandalosas as denúncias contra a Empresa, e que o Povo Brasileiro merece um esclarecimento a respeito.

E no meio ficamos nós. Com dúvidas razoáveis a respeito de quem tem razão e quem não tem.

Pessoalmente acho que é fácil entender quem tem razão: todos.

De fato o governo tem razão em suas acusações contra a oposição. Basta ver as CPI's totalmente vazias como a dos Bingos, das Escutas Telefônicas, etc., além das denúncias vazias como o dinheiro de Cuba e a suposta tramóia da ministra Dilma com o consórcio Gol-Varig. Revendo esses fatos dá prá entender que a oposição não tem maiores escrúpulos em (tentar) manipular informações, principalmente usando a imprensa, com o objetivo de atingir o governo. Também é verdade que o PSDB/PFL (hoje DEM) privatizaram, quando foram Governo, todas as empresas que conseguiram, e partiram numa real ofensiva nesta direção contra a Petrobrás - tentando mudar o nome da Empresa para PetrobraX e assim destruir sua identificação como empresa pública que é referida pelo sufixo bras). O próximo passo era fácil de adivinhar (em tempo: é uma falácia dizer que "só foram privatizadas empresas que davam prejuízo". Telebrás, CSN e Vale do Rio Doce, por exemplo, sempre foram empresas lucrativas ao longo de sua história como empresas públicas).

E de fato há, também, denúncias muito complexas contra a empresa que precisam ser rigorosamente apuradas. Não especificamente a manobra contábil que foi denunciada a princípio. Mas há irregularidades que são apontadas em licitações e em contratos de publicidade e pagamento de fornecedores. E, de fato, se somos todos nós, os brasileiros, os verdadeiros donos da empresa, precisamos, sim, de esclarecimento. Todos os que forem necessários.

Dessa forma, em minha opinião, de tudo e com tudo, e já que governo e oposição tem razão em suas alegações, que se investigue. Pode ser via CPI, mas pode ser via ministério público com o auxílio da polícia federal. Porque merecemos ter a informação mais exata, mais abrangente, mais esclarecedora.

É como se diz: Informação que abunda não prejudica.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Série Aberturas: The Simpsons

Ninguém pode dizer que nunca viu. Mas também ninguém pode dizer que já viu essa.

The Simpsons tem uma abertura diferente para cada episódio, mas a música é inconfundível.

Via de regra, a seqüência mostra Bart aprontando na escola e nas ruas, enquanto Lisa demonstra o desenvolvimento seu intelecto e Marge faz compras e cuida da casa, bem como da pequena Maggy.

E Homer. Este, na forma de sempre: absoluto estúpido.



Pessoalmente gosto muito dos Simpsons, e gosto de ver que as pessoas nos Estados Unidos ainda conseguem rir de si mesmas. Mais que isso, conseguem oferecer a "American Way of Life" como sátira para todo o planeta.

Série Aberturas: Missão Impossível

O filme, confesso, não me agradou.

Mas a série... lembrança que me transporta à infância! Eu adorava as aventuras do grupo de agentes que resolviam todos os problemas.

E o clima de suspense era criado rápido, desde a abertura.



Esta seqüencia aqui é uma montagem. No seriado a abertura mudava a cada episódio. Como acontece num famoso desenho animado.

Série Aberturas: Pink Panther

O filme, de 1964, seria apenas mais uma comédia interessante, que incluía um diamante rosa muito famoso, chamado "Pantera Cor de Rosa", num crime que deveria ser investigado pelo Inspetor Clouseau - o mais pateta dos inspetores da suretè francesa, vivido por Peter Seellers.

Seria, se não fosse a espetacular trilha sonora e a abertura inspiradora em que o diamante foi transformado em personagem.

E o personagem que era para ilustrar a abertura acabou se tornando mais famoso do que o próprio filme.

A abertura de 1963 já apresentava a Pantera com suas peripécias.



Em 2006 o filme foi refeito, com Steve Martin vivendo o Inspetor Clouseau. A abertura, porém, manteve a velha e querida Pantera.



Não saberia dizer qual a melhor.

domingo, 17 de maio de 2009

Pequiá e Ilhéus: porque é diferente

Um dos Blogs que fazem parte de minhas leituras (quase) diárias é o Blog do Gusmão (http://emiliogusmao.blogspot.com/). Lá há uma infinidade de postagens muito interessantes, algumas bem polêmicas, mas sempre com responsabilidade e sinceridade.

Há uma postagem (que pode ser lida em http://emiliogusmao.blogspot.com/2009/05/minerio-de-ferro-e-os-efeitos.html) a respeito dos moradores da pequena Pequiá, no Espírito Santo. É um documentário sobre as mazelas a que 300 famílias de moradores ficaram sujeitas depois que um conjunto de siderúrgicas se instalou na região.

O documentário é assustador. Há outro, um pouco menos longo, que podem ser assistido aqui. Em resumo, Gusmão convida-nos, em sua postagem, à reflexão, para que não corramos, aqui no Sul da Bahia, o risco de muitas famílias terminarem da mesma forma que as de Pequiá.

Eu segui o conselho de Gusmão. Refleti, e pesquisei. Primeiro, quis entender um pouco mais sobre a cidade: a pequena Pequiá fica próxima à divisa dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais, como se pode ver no mapa abaixo. A cidade tem uma série de problemas ambientais, além dos que estão mostrados no vídeo que o Gusmão selecionou para nós. Por exemplo, há um grave problema de lixo, como se pode ver nesse pequeno documentário. Concluí que se trata de uma cidade pequena e pobre, provavelmente com históricos problemas de gestão pública (de onde surgem problemas como o do Lixo).



Depois eu pesquisei sobre a relação de Pequiá com o Minério de Ferro. Por Pequiá passa a Estrada de Ferro Vitória-Minas, usada pela Vale do Rio Doce para escoar o minério até o porto de Tubarão. As siderúrgicas que existem na cidade estão lá para beneficiar o minério.

Então a pergunta do Gusmão procede: posto que em Pequiá se fez uma aposta na estrada de ferro para escoar minério e se construiu siderúrgicas, e que há na cidade 300 famílias sofrendo verdadeiras torturas como resultado desse empreendimento todo, como garantir que o mesmo não vai acontecer em Ilhéus?

E eu, partilhando da preocupação de Gusmão, mostro-me, porém, bem mais otimista. Senão vejamos: há uma infinidade de cidades em que se instalaram estruturas de beneficiamento de minério de ferro. Por exemplo, Sete Lagoas e Divinópolis são cidades cuja economia foi fortemente beneficiada pela indústria, e isso proporcionou desenvolvimento social.

Vejam uma foto panorâmica de Sete Lagoas.


E uma vista de Divinópolis.

São duas cidades belíssimas, que demonstram como o desenvolvimento econômico proporcionado pela industrialização pode ser benéfico para uma região. É importante ressaltar também que não são cidades que apresentam problemas relevantes com Poluição e Meio Ambiente.

E voltando ao caso de Pequiá, é de se perguntar: e porque lá foi diferente?

As causas exatas são difíceis de serem apontadas. Mas posso colocar aqui alguns indícios: primeiro, por causa da época. Com efeito, a estrada de ferro foi construída na primeira metade do século 20. E havia pouca ou nenhuma preocupação ambiental naqueles tempos, além da tecnologia empregada ser infinitamente menos eficaz do que a de hoje. Em segundo lugar, os canais democráticos não eram tão maduros como são atualmente: não haviam muitos recursos (como o You Tube e os blogs) que os moradores pudessem lançar mão para denunciar o que sofriam. E em terceiro lugar a própria gestão pública, que parece ser muito mais eficiente em Sete Lagoas e Divinópolis do que em Pequiá.

E voltando ao texto do Gusmão, eu manifesto meu otimismo a respeito do processo, tal como ocorrerá em Ilhéus. Primeiro, porque as tecnologias de manejo que atendam às preocupações com o Meio Ambiente são, hoje, muito melhores e cobra-se com muito mais veemência que sejam empregadas. Segundo, porque há muitos canais nos quais se pode fazer denúncias e cobrar do Poder Público que tome providências. Terceiro, porque há muitas pessoas atentas – os ambientalistas principalmente, às vezes de maneira exagerada, mas sempre útil – que estarão prontas a fiscalizar e denunciar toda e qualquer irregularidade.

Há que se cobrar garantias, como diz o Gusmão. E há que se defender o Meio Ambiente, como queremos todos. E quiçá isso seja o Norte desse projeto. Porque é possível gerar desenvolvimento econômico com responsabilidade social e ambiental.

Mas é responsabilidade de todos garantir isso.

sábado, 16 de maio de 2009

Cinema e Arte

Como falar dos diversos tipos de personalidade que existem? Como descrever as características que existem em todos os seres humanos e que os diferem uns dos outros? Como apresentar diferentes perfis, para que vejamos a nós mesmos num caleidoscópio das múltiplas faces que as pessoas podem possuir, e nós também?

Os cientistas, pobres coitados, rabiscam toneladas de papel. Mas, escravos do rigor, não avançam muito. Os artistas, intelecto livre, podem trabalhar melhor.

Cinema não é Arte. Cinema é um excelente entretenimento. Mas alguns gênios fazem, do Cinema, Arte.

Aqui eu ofereço a voces o início do filme "Le Bal" (O Baile) do genial cineasta francês Ettore Scola. No filme não há um único diálogo. Afinal, muitas vezes a comunicação é mais efetiva quando não há palavras. Com certeza voces se verão refeltidos em muitos dos personagens. Eu me vejo, desengonçado e sem jeito, no último dos homens que entram no Salão. Mas também em muitos outros, a depender das circunstâncias.

Aqui os personagens são apresentados.



Enquando aqui podemos conhecê-los melhor, já que as os pares de contradança se estabelecem e cada personagem mostra a si mesmo. Notem a genialidade do cineasta, que descreve as características pessoais de todos usando a dança e a música como metáfora. As relações humanas também são discutidas, explorando a crueldade, os enganos, a intolerância, a arrogância, a timidez, a humildade e tantos outros aspectos.



Finalmente, não poderia deixar de mencionar, a trilha sonora do filme é algo de uma beleza à parte.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Série Aberturas: Jeannie é um Gênio

No inglês "I dream of Jeannie", a série era muito engraçada, com o humor leve dos anos 60. Estrelavam os engraçadíssimos Larry Hagman e Barbara Eden (talvez a mulher mais bonita da TV em todos os tempos).



A abertura mostrava o encontro do astrunauta com o gênio aprisionado na garrafa. O ritmo é delicioso, e o arranjo perfeito.

Série Aberturas: Futebol Globo Anos 80

Era apenas o velho e bom "Prá Frente Brasil", mas o arranjo estilizado deu um ar solende de competição esportiva que emocionava o telespectador.

Inesquecível.



Depois disso vinha o "Bem Amigos" de Galvão Bueno, que acabou também se tornando um clássico.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

TRIP em Ilhéus

As notícias de hoje, no site do Rabat, dão conta, em um release da prefeitura (leia em http://www.r2cpress.com.br/node/7264), de que a Trip Linhas Aéreas passaria a operar em Ilhéus a partir de Junho. Um vôo diário, ida e volta, Saindo de Vitória para Salvador com escala em Ilhéus.

Eu vibrei muito, considerando essa uma ótima notícia! Mas o meu amigo Algo (já lhes falei que tenho um amigo muito sacana, cuja língua enorme não me dá sossego, chamado Algo?) me deixou com uma pulga atrás da orelha.

Algo me diz que não é tão simples assim que uma companhia aérea comece a operar num novo aeroporto: tem que contratar pessoal, treinar, estabelecer infra-estrutura. Algo me diz que pode ser uma notícia como a da companhia aérea Azul, que começou a operar em Ilhéus em Fevereiro último, conforme notícias amplamente divulgadas na época. Pena que não pousou nenhum avião até hoje.

Para teimar com Algo eu fui no site da Trip e cliquei nos destinos. Para minha triste surpresa (enquanto Algo ficava com aquele sorrisinho sacana no canto da boca) vi que Ilhéus não consta nos destinos da empresa. Nem prá Junho, nem prá Julho, nem prá data nenhuma. Também não há, no site, nenhuma notícia a respeito do vôo Vitória-Ilhéus-Salvador.

Eu, então, fiquei muito zangado com Algo. Se eu descobrir que ele tem razão de novo, dessa vez vou passar um mês sem falar com ele.

Ou então sem ler notícias.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fechar o Circo?

Hoje a Ferrari se posicionou publicamente a respeito das medidas de contenção de gastos que a FIA pretende adotar na Fórmula 1 a partir de 2010.

Junto com a equipe italiana, times como Renault, BMW, Toyota e Red Bull também já ameaçam deixar a categoria caso o orçamento seja mesmo limitado. Os argumentos de parte a parte são muito fortes.

Por um lado a FIA alega que os orçamentos excessivamente elevados comprometem, numa relação dialética, a própria categoria: equipes gastando cada vez mais para serem competitivas deixam sem chances equipes com orçamentos menores que, assim, acabam abandonando o esporte, destruindo-o. Esse espetáculo se desenha desde o final dos anos 80, com a desistência de equipes como Tyrrel, Brabham, Lotus, Jordan e Ligier, prá citar somente as que chegaram a vencer corridas. Nessa temporada de 2010, com a dramática desistência da Honda, o grid de largada correu sério risco de ficar reduzidos a ridículos 18 carros.

Por outro lado, as equipes alegam que é da própria natureza da competição a busca pelos melhores resultados, e a dedicação de investimentos para isso. Além desse fator, há a dificuldade de se auditar o quanto cada equipe efetivamente gastou durante uma temporada, já que caixa 2 não é privilégio de empresas brasileiras.

De tudo e por tudo, porém, a pior parte é a proposta da FIA: as equipes que gastarem até o limite poderiam usar recursos avançados em seus carros. As demais ficam impossibilitadas. Haveriam, assim, duas categorias: os Fórmula 1 Ricos, mas pesadões e ultrapassados, e os Fórmula 1 Pobres mas esbeltos e atualizados.

Parece-me uma total falta de cérebro. Mas vindo da mesma fonte que quis decidir o campeão mundial pelo número de vitórias, nem devia espantar mais ninguém.

Torço para que se entendam. Para que encontrem a melhor forma de limitar os gastos - talvez restringir o uso de materiais, padronizar equipamentos (a centralina e os pneus já são padrões. Os freios poderiam ser. Que tal oferecer opções padrão para motores e cambio?) bem como organizar melhor as corridas e as acomodações dos membros das equipes para reduzir os custos das viagens - e assim permitam que a categoria máxima do automobilismo internacional continue existindo, e quiçá saia até mais fortalecida do processo.

Porque a Fórmula 1 é um Grande Circo. E quem é de circo sabe: o espetáculo não pode parar.

terça-feira, 12 de maio de 2009

A América Legal

Apesar de por tantas vezes colocar seus interesses à frente de todo o planeta, que acaba sofrendo deveras com isso, eu sempre procuro me lembrar que nem tudo o que vem da "América" (porque os Estados Unidos chamam a si mesmos de "América"?) é ruim.

Por exemplo, The Harlem Globetrotters é um espetáculo magnífico. Eu mesmo sou fã de carteirinha.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Debater o Porto Sul

Tenho visto muita propaganda, contra e a favor, do projeto Porto Sul. Muita frase de efeito, teatralização, deboche, ideologia inconseqüente. Pouco argumento. Mas finalmente, desde a apresentação do Projeto por parte do Governo do Estado, tenho encontrado algumas pessoas que de fato estão dispostos a debater o assunto. Com o devido respeito, já que suas colocações foram públicas (estão no site do Rabat), tomo a liberdade de reproduzí-las aqui e propor esse como um (entre tantos possíveis) espaços para o Debate.

Num texto, que foi publicado aqui e no site do Rabat, eu questionei se o projeto realmente geraria favelização, conforme haviam acusado. Eu sinceramente não tinha visto como. Dois comentaristas apontaram, cada um a seu modo, os motivos, da forma que reproduzo abaixo:

"Acredito no debate.....esse é necessario e a sociedade deve se concientizar que esse projeto nao tem só pontos negativos para os que estão contra....engano puro....temos uma cidade que se quer pode resolver os problemas que existem ....os empregos que tanto se fala sobará pouco para os que aqui estão....as favelas que surgirão...é uma questão de tempo....se tudo que dizem realmente vier trará milhares de pessoas interessadas.....se tudo que dizem que vem pra cá fosse resolver todos os problemas de emprego...sao paulo e outros grandes centros nao teriam desempregados.....e mais, todos que falam em debate inclusive esse blog,comenta como se fosse uma coisa certa e liquida e que precisamos acertar as compensações...Eu particularmente penso que esse projeto me cheira a campanha de VALDERICO....no inicio flores e depois só espinhos......OS BRASILEIROS E AQUI MAIS FORTE , AS PESSOAS TEM O DOM DE ACREDITAR EM HISTORIAS BONITAS...TÁ NO SANGUE....DEPOIS, AI...frederico"


"Com a obra, muitas famílias virão, à cata do trabalho temporário. À medida que a coisa se materializa, iniciam-se os cortes dessa mão-de-obra, que permanecerá no município.Com a favelização maior, mais narcotráfico e, por conseguinte, mais violência.Não se trata de ser contra, apenas. Racionalmente, ao invés de acelerarmos, precisamos resolver os problemas estruturais primeiro, e não, potencializar esses problemas.Não há falta de aço; estamos a 40% de nossa capacidade siderúrgica. Mas, há falta de serviços públicos em tudo que é lugar; há uma queda forte de arrecadação; há um surto de incompetência administrativa, corrupção e roubalheira jamais imaginado. Justiça, chega a ser algo utópico. Tudo isso, junto, não nos dá confiança no governo. Se a imprensa e o povo não se sincronizarem, a solução será difícil.Abs, uaquim"

Inicialmente devo agradecer a ambos por me mostrar uma visão que eu mesmo não tinha. De fato, há um grande risco de o projeto aumentar a quantidade de pessoas desempregadas ou sub-empregadas na região, a longo prazo.

Eu poderia resumir o argumento da seguinte maneira: abre-se uma grande frente de trabalho, pessoas de fora se deslocam para a região em busca de oportunidades de emprego mas, depois que as obras se encerrarem essas pessoas não serão absorvidas, passando a engrossar o plantel de pobres e miseráveis da região.

Acho que esse é um problema que precisa ser discutido mesmo. O Projeto do Porto Sul precisa mostrar as respostas para essas demandas; nesse ínterim eu teria uma sugestão: pode-se promover pessoas da região para ocupar as vagas de trabalho. Dando prioridade a essas pessoas, dotando-as de capacitação e selecionando-as para os empregos, poder-se-á reduzir (ou mesmo zerar, a se ver os números e o planejamento do projeto) a demanda por trabalhadores de fora para a execução das obras de infra-estrutura necessárias.

Dessa forma podemos conduzir o projeto Porto Sul fazendo com que ele só gere impacto positivo na população de excluídos da região, aumentando a oferta de emprego e renda.

Série Aberturas: Star Wars

Star Wars precisava começar contando uma pequena história, a fim de localizar o expectador no contexto da saga, já que aquele era o quarto episódio da série.

Para isso a solução foi correr o texto numa "esteira espacial", explicando que os rebeldes haviam conseguido, pela primeira vez, derrotar as forças do Império. Mas havia a suspeita de que eles estavam desenvolvendo uma arma ultra poderosa, a "Estrela da Morte", cujo poder de destruição pulverizaria um planeta em frações de segundo.

O texto é apresentado junto com a música tema, provavelmente a abertura mais marcante de toda a história do cinema.



No filme ficamos conhecendo personagens como Luke Skywalker, Mestre Yoda, a Princesa Leia, Hans Solo e o fantástico vilão Darth Vader. Luke acabaria impondo uma derrota a seu Pai, quando consegue destruir a Estrela da Morte guiando um caça das forças rebeldes sem usar o auxílio dos computadores, já que a "Força" estava com ele.

Série Aberturas: Chariots Of Fire

O filme se baseia na cativante história Harold Abrams, Eric Liddell e da equipe que trouxe para a Grã-Betanha uma de suas maiores vitórias no esporte olímpico.

Nunca tive a oportunidade de assistir, embora não me falte vontade. Projeto para um dia, com certeza. Não obstante, a abertura, tenho certeza, todo mundo conhece!

Série Aberturas: 2001 a Space Odissey

O filme é um dos exercícios tipicos da mente de Stanley Kubrick. Precisei assistir muitas vezes prá entender as mensagens, e a cada vez que assisto leio coisas diferentes ali. Desde a sutil menção à IBM quando criaram o computador HAL (IBM são as letras posteriores a HAL, respectivamente) até a incrível viagem pela mente (talvez do próprio Kubrick) no final do filme, quando finalmente aportam a nave.

Já no início, o filme dá as caras com uma cena de uma tribo pré-histórica em que eles descobrem a possibilidade de usar, não necessariamente de maneira construtiva, ferramentas. Depois segue com o misterioso Monolito Negro, que está numa das luas de Júpiter, e que dá suporte ao enredo. A abertura aparece logo depois da descoberta dos Pré-Históricos. A música tema, "Assim Falava Zaratustra" cai como uma luva na proposta do filme. Espetacular.



Infelizmente 2001 passou, e em breve chegaremos a 2010 (o segundo filme da série), sem que as maravilhas tecnológicas vistas no filme se realizassem. Acho que nossa geração decepcionou um pouco as gerações anteriores. Ou então tivemos que nos preocupar com outras coisas. O filme, porém, é altamente recomendável.

Série Aberturas: Superman

Olhando a abertura da série S.W.A.T. na última postagem, decidi ficar alguns minutos no You Tube olhando aberturas de séries e filmes. Então resolvi compartilhar com todos. Vou criar uma série "Aberturas", em que documentarei, como for possível, as aberturas mais legais de séries e filmes de que eu me lembre.

Superman, The Movie, foi um dos filmes que marcaram minha infância. Do tempo em que o filme acabava e eu sentia uma enorme frustração de ter que abandonar o mundo mágico do cinema e voltar à realidade. Cinema deveria ser sempre assim.

O tema de abertura de Superman era sensacional, trazendo emoção ao expectador antes mesmo que a estória comecasse a se desenrolar. Apesar de enredo relativamente fraco (mas que na época me agradou tanto que acabei colecionando até o álbum de figurinhas), o filme compensou pela mítica figura do Super Homem (Cristopher Reeve arrancava aplausos dos homens, fantasias das crianças e suspiros das mulheres), pelo imenso cuidado com os arranjos da trilha sonora e dos efeitos especiais (para a época, claro!) e pelas atuações, entre outras, de Marlon Brando e Gene Hackman - no papel do impagável vilão Lex Luthor.

Vejam a abertura de Superman II, já que a abertura do filme original não está disponível para incorporação.


Um deleite!

S.W.A.T.

Tou curtindo dois dias de folga total depois da minha qualificação. Amanhã retomo a vida dura.

Rodando pela Sky parei no canal TCM, e revi uma das minhas séries de infância: S.W.A.T. - Comando Tático Especial (livre tradução, pelos dubladores daqui do Brasil, de Special Weapons And Tactics). Um dos meus heróis de infância.

Aqui vai uma amostra do tema de abertura da série... uma das mais emocionantes de todas, a música já mostrava o tom do seriado, muita aventura, perseguição e suspense.



Com a leveza da programação da época. Os bandidos eram realmente bandidos, os mocinhos eram realmente mocinhos, e todos os crimes eram resolvidos. Um mundo mais fácil, sem dúvidas.

Depois que eu cresci acabei me deparando com o fato inexorável de que a "verdadeira S.W.A.T." não se parece tanto com os meus heróis de infância. A "verdadeira" não é tão eficiente quanto a da Ficção, e é seguramente menos preocupada com valores éticos de interesse dos direitos humanos.

Mas não há nenhum problema; na minha cabeça eu resolvo isso fácil: são duas S.W.A.T., a da minha infância, formada por heróis, e a dos Estados Unidos, formada por homens e suas deficiências e interesses.

domingo, 10 de maio de 2009

Novo Porto: debate, enfim!

Depois da última renião em que foi apresentado o projeto do Governo para o Porto Sul, eis que parece termos finalmente um debate, em que as idéias são postas racionalmente, e assim podem ser discutidas.

A ONG Ação Ilhéus, por exemplo, mostrou as fotos da manifestação de um grupo de pessoas que são contra o Novo Porto. Não podemos desprezar o fato de que há pessoas que não gostam da idéia, e que tem interesse direto nela. Essas pessoas merecem ser ouvidas, participar do debate e, principalmente, suas necessidades precisam ser contempladas.

O release da prefeitura de Ilhéus, que pode ser lido no site do Rabat, apresenta uma longa lista de esclarecimentos a respeito do Porto Sul. O texto é esclarecedor. Não obstante, depois de ler, vieram-me algumas questões que precisam ser, no mínimo, melhor detalhadas:

"Assim, todo o empreendimento trará consigo uma série de medidas de preservação e valorização dos ativos ecológicos e sociais que terão um efeito extremamente positivo no ecossistema da região, criando zonas de preservação rigorosa, corredores ecológicos, APAs e parques estaduais abertos à visitação e integrados a uma política consciente de ecoturismo"

Eu pergunto: quais medidas? Há, no texto, uma lista de três ações "imediatas", a saber: "Criação de Unidade de Conservação de Proteção Integral na Lagoa Encantada; Melhorias na APA da Lagoa Encantada e Rio Almada; e Ampliação e Regularização do Parque Estadual da Serra do Conduru" que parecem ser boas medidas mas, provavelmente insuficientes. Além disso, o mais importante, que garantias são dadas de que essas medidas efetivamente serão levadas a cabo? Já ouviram os ambientalistas (mesmo os chamados "radicais", que são totalmente contra sem desejar sequer discutir) para que eles critiquem e sugiram, se for o caso?

Aqui eu tenho uma proposta: cada etapa da construção do Porto Sul em que houver impacto ambiental só poderá ser entregue - e conseqüentemente paga à empreiteira - quando a medida correspondente de minimização ou de compensação do impacto também tenha sido levada a cabo. Acho que assim haveria uma boa garantia de que a construção do Porto Sul atenderia os princípios de preservação ambiental.

No texto do Rabat há um comentário pertinente, que é assinado por "Uaquim": com a devida vênia vou repetir seu texto abaixo:
"Impactos esperados:-Poluição de águas;-Poluição do ar;-Degradação do solo;-Favelização da cidade, que já tem um dos piores índices de pobreza do Brasil;-Desvalorização imobiliária no entorno;-Etc.Esse modelo de desenvolvimento, puramente extrativista, tem efeitos colaterais indesejáveis para uma cidade com as belezas naturais de Ilhéus. Vai ser pó para tudo que é lado.Não há CPF que justifique essa invasão da natureza. Sou contra.abs, uaquim"

Bem, para dois dos problemas que foram apresentados é possível se apresentar uma solução: Poluição das águas e do Ar: Tecnologia. Com o uso da tecnologia adequada para minimização e compensação dos danos é possível se desenvolver um projeto desse porte que não polua, ou cujo impacto de poluição seja compensado. Acho que isso precisa, então, ser esclarecido no projeto, com as devidas garantias.

O terceiro problema é difícil de entender: Favelização? o projeto vai gerar empregos diretos e indiretos numa cidade cujo índice de desemprego cresceu mesmo quando todo o Brasil melhorava. O que gera Favelização em Ilhéus é o seu modelo econômico, como eu mesmo já discuti no meu blog (pode clicar aqui para ler). O projeto Porto Sul é uma oportunidade de virar esse quadro. Não vejo como ele vá gerar Favelização na cidade.

O quarto problema é que é realmente difícil de se resolver, embora possa ser compensado em alguns casos: desvalorização imobiliária. De fato, alguns terrenos na região sofrerão forte desvalorização econômica, e eu entendo que muito da pressão que há contra o projeto venha de pessoas que investiram em aquisição de terrenos ali. O pior é que, a meu modesto ver, esses casos são difíceis de serem remediados. Mas pelo menos os pequenos proprietários, aqueles que dependem da terra para sobreviver, podem ser compensados. Para isso é necessário incluir, entre as medidas de proteção ambiental e das comunidades impactadas pelo Porto Sul, ações que capacitem os seus moradores para que eles sejam prioritariamente incluídos na nova estrutura que existirá ali, sendo absorvidos como empregados nas indústrias, no Porto, no Aeroporto, na Ferrovia. Infelizmente para os mais abastados, cujo investimento em grandes terrenos não se compensa por esse tipo de ação, creio que realmente o projeto não lhes será muito benéfico. Acho legítimo que essas pessoas sejam contra o Novo Porto. Não precisam nem se esconder.

Mas acho que no final valerá à pena, porque será bom para muitos que estão na miséria. E ruim para poucos, mas são pessoas que nem precisam daquilo para sua própria sobrevida.

E que prossigamos debatendo, afinal.

Dia das Mães

Para os que, como eu, não a tem mais ao seu lado. Por Carlos Drummond de Andrade

Para sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

sábado, 9 de maio de 2009

Qualificado!

Consegui!

Algumas críticas, muitas sugestões, uma correção. Acho que fui bem. Estou entrando na fase final do meu doutorado!

Obrigado!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Alea Jacta Est

Hoje é o dia da avaliação de meu exame de qualificação do Doutorado.

Se tudo correr bem, entrarei na reta final desse projeto.

Amanhã conto como foi.

Boa sorte!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Aplausos

A recente decisão da câmara de vereadores da cidade de Ilhéus merece aplausos de toda a sociedade. Não permitir o modelo "Motocobra" - em que o motorista também faz as vezes de cobrador - provavelmente desagradou aos empresários do transporte coletivo. Mas foi uma medida de valorização dos trabalhadores e dos usuários do sistema, além de promover um pouco de Paz ao trânsito da cidade.

Os trabalhadores seriam massacrados caso essa medida fosse levada a cabo por dois motivos óbvios: primeiro, os motoristas teriam que arcar com a responsabilidade dupla de lidar com o trânsito e também com o pagamento das tarifas. A carga de 6 horas dirigindo já é, por si só, extremamente elevada, pois são 6 longas horas em que o trabalhador precisa dedicar initerruptamente 100% de atenção, paciência, reflexos e esforço físico. A carga de 6 horas lidando com dinheiro também é suficientemente alta, tanto que os Bancários não aceitam trabalhar mais do que isso diariamente. Impor 6 horas dirigindo E cuidando do pagamento de tarifas é, no meu modesto entender, simplesmente desumano. Provavelmente comparável à alguma atividade escravagista. O segundo fator de massacre aos trabalhadores seria a demissão em massa dos cobradores, que seriam desnecessários no novo modelo.

Os usuários foram valorizados também, porque o tempo médio das paradas dos ônibus aumenta em alguns segundos quando o motorista é responsável por guiar e tratar do pagamento da tarifa, já que as duas coisas não poderão ocorrer ao mesmo tempo. Esses pequenos segundos consumidos em cada uma das paradas somariam muitos minutos de atraso diariamente, e os usuários do sistema é que seriam penalizados com isso.

Finalmente, as pessoas que estão sujeitas ao trânsito da cidade de Ilhéus também precisam ser gratas à decisão da câmara pois, ao estarem sujeitos à jornada desumana que mencionei acima, seria de se esperar que os motoristas passassem a cometer mais erros - humanos que são - em virtude da imensa pressão a que estariam submetidos diariamente. E no trânsito os erros invariavelmente geram acidentes. Que geram frequentes perdas, às vezes de vidas humanas.

Assim, a decisão da câmara de vereadores concedeu um mínimo de dignidade aos trabalhadores que guiam os veículos, além de uma oportunidade de os cobradores manterem seus empregos, mais um certo patamar de qualidade no serviço de transporte público e, provavelmente, ajudará na preservação de vidas.

Em troca de possivelmente desagradar os empresários que detém a concessão do sistema público de transporte.

O saldo, afinal, me parece positivo.

A câmara de vereadores está de Parabéns.

A cidade agradece.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Não pode ser burrice

Tem uma matéria com o Sr. Marco Antonio Villa no jornal O Globo (a matéria completa pode ser lida AQUI) que me assustou profundamente. Das duas uma: ou o cara é um estúpido ou ele tem uma visão absolutamente apodrecida do mundo. Ele discute que a ampliação dos programas sociais do governo federal "É um número assustador. Isso vai ter uma influência decisiva em qualquer processo eleitoral".

Pessoalmente me parece óbvio que os programas de governo que beneficiam segmentos da sociedade se traduzam em votos desse segmento para o governo. Se um governo resolve beneficiar com seus programas a parcela dos 1/3 de pessoas mais pobres do país ele realmente receberá votos dessa parcela.

O que o sr. Villa propõe em troca? Que o governo não faça os programas sociais? Ou que os pobres que, pela primeira vez, estão sendo beneficiados por esse programa não votem no governo que os beneficiou?

O texto é uma sucessão de bobagens sem o menor fundamento lógico. Parece que o objetivo do autor foi desqualificar os programas sociais. Ou as pessoas mais carentes. Ou ambos.

Ou então é apenas uma idiotice sem sentido.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

...É TRÊS!!!!!

Tri-campeão baiano! É uma delícia!

Parabéns a todos os torcedores do Vitória, pela nossa conquista.

Destacar a postura de mau-perdedor de alguns jogadores do Bahia. Mas, principalmente, a brincadeira de extremo mau gosto proporcionada pelo goleiro Viáfara no momento do pénalti que decidiria o placar do jogo. Se os jogadores do bahia se comportaram mal na hora de perder, pior se comportou o goleiro, na hora de vencer.

Exemplo muito feio.

Mas a festa rubro-negra não depende disso. Viva o mais novo Tri-Campeçao baiano!


Afinal de contas é mesmo TRI-legal ser TRI-Campeão vencendo os TRI-colores.

Saudações Rubro Negras.

domingo, 3 de maio de 2009

É UM, É DOIS...

... será que é três também? Será que vamos nos sagrar Tricampeões, e ser mais uma vez, UM NOME NA HISRIA?

Vou ficar longe do Blog por algumas horas mas, como sempre, na torcida pelo meu querido Rubro-Negro. Tomara que tudo corra bem neste BA-VI, e que o Leão conquiste mais um tri-campeonato!

EU SOU VITÓRIA, DE CORAÇÃO!

sábado, 2 de maio de 2009

Simpático

O Supermercado ITÃO de Ilhéus está expondo uma série de fotografias antigas da cidade. É uma decisão muito simpática, além de ser uma proposta aos seus clientes que façam um interessante exercício de história.

Sobre isso há um blog na cidade, do sr. José Nazal, (http://catucadas.blogspot.com/) que sempre apresenta fotografias de hoje e de outrora. Já passei incontáveis horas pesquisando naquele Blog e me deliciando com as fotografias que são instantâneos "dos Ilhéus de outrora", que podemos comparar com os de hoje.

Parabéns ao Itão pela iniciativa.

Parabéns a José Nazal também, pelo levantamento histórico-fotográfico.

Pois quem não tem memória não aprende nada.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O debut da saudade

Hoje completam 15 anos do acidente fatal que privou o esporte inbternacional da convivência com um dos seus maiores gênios.



Este vídeo é uma homenagem aos melhores momentos de sua carreira, mesmo aqueles em que ele não foi um exemplo de esportividade. Definitivamente não era gentleman quando competia, é verdade. Mas isso não diminui a genialidade deste ídolo de toda uma geração.

Saudades, Ayrton.