Pesquisar

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ficha suja, ficha limpa

Essa eu peguei no Blog Molotov (aqui).



Em tempos que vemos a Lei da Ficha Limpa quase sendo desprezada exatamente pelos que deveriam zelar por ela.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Segundo Turno

O pessoal da Campanha de Dilma Roussef já pode dar como certa a nova realidade: haverá segundo turno nas eleições presidenciais.

A aposta é minha, pessoal. E não é uma torcida. Apenas uma constatação.

A estratégia da denúncia funcionou. A Imprensa jogou pesado, e os primeiros sinais de que as coisas estavam fugindo do controle foram dados pelo próprio Presidente Lula, que desceu do pedestal e chamou a Imprensa para a briga.

No que ele está em seu direito. Se a Imprensa pode falar o que deseja dele e de seu governo, porque ele não pode se defender e criticar a Imprensa? Lula jogou pesado, acusou a Imprensa de ser parcial e de ter candidato. Como de fato tem, já comentei sobre isso (leia aqui).

Todavia, independente de a Imprensa ser parcial ou não, as pesquisas mostraram que as denúncias alcançaram seu êxito: os índices de Dilma imediatamente pararam de subir e agora ganham uma tendência de queda. Primeiro entre os eleitores de renda maior, e agora entre os eleitores de renda menos generosa (leia aqui).

É uma bola de neve. Que em determinado instante se estagnará, mas até então provocará, e já está provocando, grandes prejuízos.

Efetivamente não falta muito para haver segundo turno. E não há nada que Lula e sua candidata possam fazer a essas alturas. A Imprensa baterá mais uma semana no caso da Ministra Erenice e no Domingo teremos a constatação de que José Serra e Dilma Roussef vão prolongar a disputa por mais um mês.

Pode não acontecer? Pode. Mas eu duvido.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O fim da "Imparcialidade"

O jornal O Estado de São Paulo de hoje veio com um editorial em que assume publicamentre que apóia o candidato José Serra para presidente da república. Leia aqui.

Muitos já haviam cantado a bola: a imprensa precisa assumir que tem candidato. Até o Presidente Lula já havia dito isso publicamente. O Estadão assumiu: eles apóiam José Serra.

Como já havia feito Carta Capital também. A revista apóia Dilma Roussef.

Não que isso seja grande novidade. Até no reino mineral, como diz Mino Carta, já se sabia que os jornais possuem suas preferências eleitorais, que tomam partido, que trabalham sua linha editorial contra ou a favor de certos candidatos. O Estadão e Carta Capital apenas assumiram o que já se sabia de longa data.

Todavia, esses dois eventos determinam um Marco na história da imprensa brasileira. Agora é oficial: a imprensa tem partido. Pelo menos O Estadão e Carta Capital têm.

Ocorre que é fácil ver que as demais mídias que se alinham na mesma linha de um (Estadão) ou outro (Carta Capital) também tem candidato. Mesmo que não assumam. Veja, Folha, O Globo. Todos orientam suas matérias e sua linha editorial da mesma forma que O Estadão. Logo, se O Estadão tem preferência política, então os demais também tem.

Simples assim.

Cai por terra o discurso da imparcialidade. Derrama-se um pouco da hipocrisia vigente na grande imprensa. Porque o que antes era percebido por muitos, denunciado por alguns e aceito por poucos agora é fato inexorável. Não há jornalismo imparcial. Carta Capital apóia Dilma. O Estadão apóia Serra. Carta Capital se alinha com o PT enquanto O Estadão se alinha com o PSDB. Outros podem até apoiar diferentes candidaturas, mas não se pode mais deixar de ver que efetivamente não existe neutralismo. Todo mundo está de algum lado.

O Estadão mais uma vez faz história. Merece ser parabenizado pela coragem assumir seu engajamento político, ainda que não seja uma grande novidade. Coragem mesmo, ao assumir que é contra um governo que tem 80% de popularidade. Se todos o seguirem, se essa coragem se espalhar pelos demais jornais, revistas e emissoras, então prestar-se-á um grande serviço à Democracia no Brasil.

O fim da “Imparcialidade”.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ameaça à Ficha Limpa!

Ontem o placar ficou, pasmem, em 5 a 5.

Ou seja, 5 ministros do Supremo Tribunal Federal consideraram que a Ficha Limpa não deve ter validade para estas eleições.

Uma vitória, sem dúvidas.

Vitória dos fichas-suja.

Vitória dos que atrasaram o projeto de Lei no Congresso, para que ele fosse colocado em suspeição por conta dos trâmites exíguos.

Vitória do Ilícito, do Imoral, do Condenável e dos Condenados.

Vitória de Gilmar Mendes, que votou contra o projeto. Contra o anseio de todo um país.

Derrota de Joaquim Barbosa, que votou a favor.

Derrota de quem se mobilizou pela moralização da política no Brasil.

Derrota do anseio democrático de um povo.

Derrota da vontade das pessoas por um país melhor.

Cabe lamentar. Ainda há uma esperança no fim do túnel, mas ela é apenas um tênue fio de luz: com a nomeação de um 11o membro para o STF, então pode ser que ele vote e desempate esta contenda, a favor pelo Brasil. Mas isso não acontecerá por ora.

Por enquanto temos 5 juízes contrários à aplicação imediata do Ficha Limpa: os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso.

Mas também temos 5 juízes que se entrincheiraram junto à vontade do Brasil: ministros Ayres Britto, Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski e Ellen Gracie.

É isso. Triste dia para todos os brasileiros.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ameaça à Democracia?

Um grupo de intelectuais e artistas lançou ontem, em São Paulo, um "manifesto em defesa da democracia". O texto do referido manifesto segue abaixo.

Em minha modesta opinião é um manifesto que, resumidamente, diz assim: "é uma pena que o Presidente seja vil a ponto de não reconhecer os feitos de seus antecessores. É lamentável que um presidente use os espaços oficiais para se defender das acusações contra seu governo. É revoltante que um presidente não fique o tempo todo acuado pela Imprensa. É inaceitável que um presidente emita opiniões desqualificando a Mídia".

Não precisa ser bidu para adivinhar que essas pessoas estão se referindo às falas do Presidente Lula a respeito da grande imprensa.

Deixemos de lado o "quem tem razão". Porque se a imprensa tem o direito de levantar quantas e quais denúncias quiser contra o Presidente, também o mandatário tem o legítimo direito de emitir suas opiniões a respeito da imprensa.

Não há nada ameaçando a Democracia nisso. Apenas o livre, e democrático, direito ao exercício da livre expressão. De parte a parte.

Mesmo que de forma grotesca, insultando todo um país, como fez a Revista Veja ao publicar uma capa com a Bunda do Presidente "marcada" por uma botinada.

Lamentável, mas lícito. E curiosamente não foi encarado como uma ameaça à democracia.

Porque então a emissão, por parte do Presidente, de sua livre opinião a respeito da imprensa seria uma "ameaça à Democracia"? Porque as chacotas e as denúncias sem fundamento não são "ameaças" também?

Já comentei antes e reitero agora. Temo que todos estejam ultrapassando limites bem perigosos nessas eleições. Temo que o Governo e (boa parte da) Imprensa não consigam conviver num futuro próximo. Um dos dois perecerá.

E isso sim, provavelmente não será nada bom para a Democracia. Ou por se inviabilizar um governo democraticamente eleito, ou por se ter destruída a credibilidade do quarto poder, aquele que não é constitucionalmente estabelecido, mas que cumpre uma tarefa fundamental na manutenção da Democracia.

Tomara que todos tenham juízo a partir de agora. Porque o fim dessa história pode ser a repetição trágica de outros momentos semelhantes que vivemos no passado.

E então, de fato, a Democracia estará em risco.

Vejam o "manifesto".

"MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA

Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.

Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.

Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.

É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.

É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.

É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.

É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.

É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há “depois do expediente” para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no “outro” um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia , mas um inimigo que tem de ser eliminado.

É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.

É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.

É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.

Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.

Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.

Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FIOL para os descrentes

O Candidato ao senado Walter Pinheiro soltou um verdadeiro torpedo contra muitos que, como eu, puseram em dúvida a execução da FIOL, Ferrovia Integração Oeste-Leste. Leia aqui e veja como Pinheiro declarou que a licitação da ferrovia é uma "resposta aos descrentes".

Bem, ponho minha mão à palmatória. De fato, licitados os primeiros trechos, parece que realmente a obra será levada a cabo. Em breve teremos a FIOL, o que favorecerá sobremaneira a economia da região sul da Bahia.

Eu não tinha realmente tanta convicção, mas agora passo a ter. Tomara que eu erre assim outras vezes. Terei prazer em retificar. Parabéns aos governos estadual e federal pelo empenho em cumprir a promessa.

É que o início das obras da Ferrovia impõe a necessidade de algum porto para escoar o produto do transporte ferroviário. Ou isso, ou a Ferrovia vai dar em lugar nenhum.

Pode ser o mesmo porto que será usado pela empresa de mineração. Pode não ser. Mas que haverá um porto, com certeza haverá.

Portanto os Governos Lula/Wagner dão indícios suficientes de que o tripé do Complexo Intermodal não será apenas uma promessa. Será uma Promessa Cumprida. O que, convenhamos, já não era sem tempo.

E será muito bom para bafejar a economia desta região com um impulso, permitindo que se retome a rota do crescimento.

Mas não consigo me esquecer: ainda falta alguma coisa.

E estranhamente todos se calam a respeito. Porque não há mais nada sendo dito a respeito do Aeroporto Internacional?

Porque o aeroporto de Vitória da Conquista já está prestes a ser iniciado e o de Ilhéus não tem nem projeto ainda?

É fato conhecido que governos só funcionam sob pressão. Isso é a essência da própria Democracia. Por isso, é necessário incessantemente vigiar e cobrar.

Estamos vendo a Ferrovia. Conseguimos ver o Porto. Mas não se vislumbra o Aeroporto. E é aí que está o problema.

Quem não vê não crê.

sábado, 18 de setembro de 2010

Comentário Inteligente

No Blog do Nassif eu li um comentário que ilustra muito bem o atual momento da política do Brasil.

A mim impressiona a voracidade com que setores da mídia se agarram na repercussão de manchetes totalmente vazias e sem fundamento, na ânsia de reverter uma eleição que parece decidida.

Matérias são distorcidas, pessoas são citadas, fatos se misturam com conjecturas gerando o mais verdadeiro jornalismo.

Jornalismo Marrom.

Ocorre que talvez essa raiva proporcione que se vençam limites perigosos. Não mais os da ética e do jornalismo. Esses já foram há muito.

São os da convivência.

Acho cada vez mais difícil a Revista Veja e o próximo governo coexistirem no mesmo Brasil. Um dos dois perecerá.

A matéria pode ser lida aqui.

"A revista da Editora Primeiro de Abril já havia criado:

. O grampo sem áudio do presidente do STF

. O vídeo sem imagem de Lina Vieira no Planalto

. O dossiê sem recheio do "grupo de inteligência"

. O contrato sem assinatura do falso empresário

Esta semana o jornalismo investigativo da Veja volta a inovar com:

. O intermediário de monopólio - um tipo que recebe propina para obrigar o Ministério da Saúde a comprar um remédio diretamente do único fabricante, desde que o fornecedor faça um abatimento considerável no preço.

. O off gravado – um amigo do tal tipo contou essa história para o repórter, que gravou tudo mas não pode revelar a fonte, se é que a fonte sabe que foi gravada.

. O favorecimento futuro – o sujeito tem uma empresa que vai bombar quando alguém fizer um decreto que pode modificar uma regra, que pode abrir para a empresa a oportunidade de se adaptar a um setor de serviços que pode vir a existir. Também conhecido como antecipação fraudulenta.

Um abraço do seu leitor"

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

de Campina

Biliu.

Pouca gente no Brasil conhece.

Mas muita gente em Campina Grande conhece.

Azar do Brasil.

Porque é bom demais!

Biliu de Campina.

Cantando Jackson do Pandeiro.


Embolando no "T". E no "C". Genial!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A ver navios

Observando as manchetes eleitorais, aquelas que são sempre as mais apaixonadas, otimistas e pretenciosas, vê-se que em certos casos é difícil continuar com Fé.

Particularmente, acho que os grapiúnas devem se preocupar a respeito do futuro Aeroporto Internacional de Ilhéus.

O Complexo Intermodal pode ficar manco: a Ferrovia Integração Oeste Leste e o Porto Sul andam de vento em popa. Em breve começarão a se tornar realidade.

Mas o Aeroporto, aquele que, para os sul-baianos, é a parte mais importante do Complexo, esse parece que anda a passos de Tartaruga. Se é que anda mesmo.

O aeroporto de Vitória da Conquista já está a caminho de ser licitado. E o Aeroporto de Ilhéus vai ficando pra depois.

Bem depois. Como dá a entender, em ato falho, a secretária estadual da Casa Civil, Eva Maria Chiavon (leia aqui).

A Secretária apresentou o plano estratégico de Infra-estrutura estadual. Na ocasião, mostrou uma série de projetos e realizações em recuperação de rodovias, aeroportos e aeródromos. Os mais atentos puderam observar: nem uma palavra sobre o caso do Aeroporto Internacional de Ilhéus.

E a Secretária foi além, como se notou sutilmente: “Está em curso ainda o processo da construção do sistema da BA-093, da Ferrovia Leste-Oeste e do Porto Sul. Nossas ações são concretas”.

Logo, o Aeroporto Internacional não parece ser uma ação concreta.

Efetivamente fica difícil de entender: se o Aeroporto Internacional de Ilhéus realmente estiver nos planos do Governo Estadual, porque a Secretária omitiu isso em seu discurso? O Aeroporto não é tão importante que mereça ser citado?

Pode ser. Todavia é forçoso pensar numa hipótese mais simples: talvez a Secretária não tenha citado o Aeroporto, embora tenha citado a Ferrovia e o Porto, por um motivo bem mais simples.

Não há Aeroporto Internacional de Ilhéus. Nem projeto de Aeroporto Internacional. Nem plano concreto de Aeroporto.

A Ferrovia virá. O Porto também. Mas pode ser apenas isso.

Ilhéus vai ficar a ver Navios.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Jornal Moto Legal



Para quem gosta delas.

As motos.

E vale ressaltar: quando se "customiza", o site fica belo!

Eu gostei, e indico. Um ótimo blog (site?) sobre motos e assuntos acessórios para Itabuna e Região.

O link fica disponível a partir de agora.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pastor Jones de novo

Terry Jones. Esse é o nome do cidadão.

Ele garante que vai queimar 200 cópias do Alcorão para "lembrar o aniversário do 11 de Setembro". Leia aqui.

Um certo Pastor Jones, Estados Unidos, Religiosidade Exacerbada. Já assistimos a esse filme antes. E o final nao foi feliz, como se pode ler aqui.

Agora vem esse Novo Pastor Jones dando mais uma demonstração da impressionante intolerância religiosa típica de certas religiões. Não só nos Estados Unidos. No mundo todo. No Brasil também.

Muitas vezes queremos ver nosso país como um lugar de tolerância e pluralidade religiosa, mas infelizmente não é exatamente assim que as coisas são.

Pois aqui não se atacam os templos e as cerimônias de culto de Ubanda? Macumba não é sinônimo de feitiçaria? Candomblé não é "coisa do Diabo"?

A intolerância e a ignorância vão longe a ponto de não conseguirem ver diferença entre Ubanda, Candomblé e Espiritismo.

Eu fico imaginando o que aconteceria com a bibliografia religiosa se todos começassem a fazer como o Pastor Jones.

Acho que não haveriam mais exemplares da Bíblia cristã. Pois os muçulmanos poderiam queimar algumas dezenas de milhares delas a cada aniversário de cada uma das cruzadas. Foram nove cruzadas, e elas já tem mais de 700 anos de idade cada uma. É só fazer as contas de quantos aniversários e quantas Bílblias queimadas.

Os muçulmanos também poderiam comemorar o aniversário de cada uma das incursões de Israel contra o território Palestino com uma bela fogueira de exemplares da Torá.

Aqui no Brasil não precisaríamos mais extrair madeira para o São João durante um bom tempo. Basta imaginar a Escravatura, o Sincretismo e cada uma dessas absurdas intervenções públicas de certos pastores evangélicos associando as religiões Afro-Brasileiras ao Mal. Tudo isso suscitaria uma bela fogueira de Bíblias sagradas cristãs.

Os índios, ao comemorarem o aniversário das Missões e das Catequeses dos jesuítas também queimariam as suas.

É a ignorância se impondo às pessoas pelo viés da religião. Lamentável. Quem tiver curiosidade que leia o Alcorão, a Torá, a Bíblia, os ensinamentos de Buda, o livro de Allan Kardec e tantos outros, assim como os rituais e as cerimônias de todas as religiões.

Se a mente do leitor for minimamente aberta a considerações culturais e históricas, e for capaz de uma interpretação razoavelmente simples, então verá a beleza de todos esses textos. Eivados de ensinamentos, Mitologia, História, Cultura.

Seria um deleite para o Cérebro e para a Alma. Se Cérebro e Alma houverem, ainda não corroídos pela Intolerância.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Registro

Eu fiz uma denúncia contra o excesso de poluição sonora que é produzido no Bar do Mineiro (leia aqui), e agora tenho que fazer um registro.

Acabei de assistir a uma cena que merece ser relatada: uma viatura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente com dois funcionários abordou o Sr. Dono do Bar e solicitou a ele que diminuísse o volume do som.

Então quero registrar isso aqui: quando é de criticar, criticamos. Mas quando é de elogiar, façamos também. Dessa vez o poder público surpreendeu positivamente.

Parabéns à Prefeitura e à SEMA pela ação. Tomara que não seja única nem no tempo (que continuem fiscalizando doravante) nem no espaço (que fiscalizem outras tantas denúncias de abuso por parte de bares na cidade).

Fica o registro pelo bom serviço prestado.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Visão além do Umbigo

Lá no Blog do Gusmão, que está nas minhas leituras (quase) diárias - às vezes mais do que diárias - tem uma matéria sobre o "chato" vereador Carqueija, importunando o Governador. Leiam aqui.

Eu não sei se as coisas aconteceram exatamente como narrou o Gusmão. Ele não cita fontes, tampouco deixa claro ter sido ele mesmo testemunha da impertinência do vereador.

Mas cá de meu lado eu fico pensando: o vereador está certo. Gostaria que houvessem outros assim.

Antes que me interpelem: não conheço o vereador Carqueija, não sei se ele é candidato a nada e não hipoteco nenhum apoio a ele. Não faço idéia de sua atuação como edil ou como político, jamais emitiria um juízo a esse respeito.

O problema não é o vereador. É o governador. E não é pessoal: apenas ocorre que eu gosto muito de ver uma autoridade sendo cobrada, pressionada.

Acho que é dese tipo de pressão que a Democracia precisa.

Pelo que a reportagem deixa a entender, parece que o vereador ficou igual "piolho" do lado do governador, insistindo no assunto da Nova Ponte, aquela nova ponte que já é velha de promessas não cumpridas.

Se foi isso mesmo, então parabéns ao vereador. Como representante parlamentar, cuja missão é, entre outras, defender os interesses do município que o elegeu, a ação dele, em tendo acontecido conforme relatado no Blog do Gusmão, foi digna de reconhecimento.

Mais ainda: tomara que, nesse sentido, os outros políticos façam igual ou pior do que ele. Tem que pedir, encher o saco, cobrar mesmo. De Wagner, bem como de qualquer outro governador, prefeito, presidente. Não dá para receber o governador e ficar apenas aplaudindo e puxando o saco quando tantas coisas há por serem feitas numa cidade cada dia mais afundada em seus próprios problemas.

Relatam que ACM visitava Ilhéus e nenhum dos políticos locais pedia nada para o município, apenas benesses pessoais.

Não sei se isso é verdade. Mas se for, então o que fez o vereador Carqueija pode simbolizar um novo tempo: tempo em que se olhe efetivamente pela cidade, pelas pessoas da cidade. Um novo superpoder que deveria se espalhar rápido entre nossos políticos.

Visão além do Umbigo.

sábado, 4 de setembro de 2010

Bebeto 4013 - um para NÃO se votar

Acho que vou começar uma campanha aqui: denunciar os candidatos em quem eu recomendo fortemente que não votem.

4013 - Bebeto. Não votem nesse cara.



Porque ele não deve ter o menor respeito por ninguém. Pelo menos essa é a conclusão que se pode tirar da ensurdecedora e patética fila de carros de som, com nível estrondoso de ruído, que acabou de desfilar sem a menor consideração pelo repouso, sossego ou mesmo a saúde alheios.

Se enquanto candidato não respeita minimamente os direitos das pessoas, o que esperar dele se eleito?

Eu não voto, e acho que ninguém deveria votar em candidato que polui. E a poluição sonora é, provavelmente, a mais agressiva de todas as formas de poluir uma cidade.

A Pedra Fundamental

Notícia boa!

Parece que o Presidente Lula vem a Ilhéus bater a pedra fundamental da Ferrovia Oeste-Leste (FIOL) no mês de Setembro.

Quando soube disso fiquei exultante. Pois a FIOL é parte integrante do Complexo Intermodal, este que é a única alternativa concretamente posta para diluir a cruel estagnação econômica a que esta região ex-cacaueira está submetida.

Mas aí vem o meu amigo Algo com seu sorrisinho sacana no canto da boca (já falei que tenho um amigo inconveniente chamado Algo, que sempre me diz coisas desagradáveis quando estou feliz? Quem me apresentou o Algo foi João Ubaldo Ribeiro).

Algo me diz que pedra fundamental não é garantia de nada.

Como assim?” pergunto eu. “O Presidente é que está garantindo!”.

E o sacana do Algo me diz: “O mesmo que 'desatou o nó do aeroporto'?”.

Mas é uma pedra fundamental, o início concreto de uma obra! Agora não tem mais volta!” eu retruquei.

Algo me faz perguntar a mim mesmo: o que é, afinal, uma pedra fundamental? Que garantia ela dá de que o Projeto será levado a cabo?

Algo me lembra que já houve muitas outras pedras fundamentais, que acabaram se tornando apenas mais uma pedra no meio do caminho. Algo me faz lembrar que, se dependesse de pedra fundamental, Ilhéus teria um belo empreendimento comercial na Av. Soares Lopes.

Algo sempre derrama uma ducha friam em minhas melhores expectativas. "Não é culpa minha", alega Algo. "A culpa é de seu otimismo desvairado".

De fato, eu estou otimista. Permaneço otimista. Parece que o Complexo Intermodal pode sair do papel, afinal. Ou pelo menos parte dele. Porque o Aeroporto Internacional, que é o filho mais desejado dessa irmandade de empreendimentos de infra-estrutura, ainda não tem perspectiva de existir de fato. Nem de direito. Como Filho, ainda não passa de um simples teste de gravidez.

Com resultado inconclusivo”, completa Algo.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Wagner em Ilhéus

Parece que, por esses dias, haverá uma carreata do governador-candidato Jacques Wagner em Ilhéus.

Longe de querer impor qualquer dificuldade ao governador, até porque ao olhar para os lados não sei se enxergo nada mais atraente (mas deve haver, debaixo de algum índice mixuruca de pesquisas de intenção de voto), gostaria que alguém aproveitasse a visita do Governador para perguntar, com todo o respeito que a autoridade merece, algumas coisas.

Quase consigo ouvir o inquiridor falando assim.

"Governador, o senhor se lembra que prometeu duplicar a Rodovia Ilhéus-Itabuna ainda em 2010? A quantas andam as perspectivas de que isso se concretize? Se o senhor fosse Grapiúna, ainda teria esperanças"

"Excelentíssimo Jacques: por acaso te lembras que prometeste desatar o nó do aeroporto de Ilhéus? E falando de aeroporto, podes explicar porque o prometido aeroporto daqui não consegue nem entrar no papel, enquanto o de Vitória da Conquista começa já a tomar suas primeiras formas?" leia aqui para saber que o governador já assinou a ordem de serviço para o projeto do novo aeroporto em Vitória da Conquista.

"Respeitável Wagner: por acaso vossa senhoria se lembra da nova ponte do Pontal? Aquela velha nova ponte, a mesma que um dia o senhor quase prometeu, não fosse a oportuna intervenção do presidente Lula, aquela, lembre-se aí, que o senhor acabou afinal prometendo, garantindo resgatar um projeto que havia sido arquivado? Não se recorda? É aquela, que tanta falta faz aqui. Aquela, lembra? Ou vossa senhoria só consegue se recordar das obras na Capital do Estado?"

E finalmente: "Excelentíssimo gestor estadual: lembra-te da votação expressiva que vós recebestes em Ilhéus, no pleito do ano de 2006? Quantos daqueles votos todos, em sã consciência, vós achais ser hoje merecedor? Fosse vós apenas um humilde morador de Ilhéus, votaríeis no atual mandatário?"

Seria muito bom ouvir de nosso funcionário, já que o Governador é um funcionário do Estado e, portanto, de todo o povo do Estado, estas explicações. Pois sem elas fica parecendo que empregamos um trabalhador que não cumpre as responsabilidades depositadas nele.

Funcionários assim normalmente acabam sendo demitidos.