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sábado, 30 de abril de 2011

Papai Degas!



Este blogueiro, que já não cabia em si mesmo com a felicidade de ser pai de uma linda Princesa, a primeira grande Vitória de sua vida, agora consegue dobrar seu feito.

Este aí é Eduardo Lucas. Paraibaníssimo de Campina Grande! Mede 44 cm e 2,45 kg. Este pai aqui não consegue expressar o tamanho da alegria que este pequeno volume de Pessoa proporciona ao seu coração.

Um sentimento imensurável, agora sintetizado em 4 letras.

Vivi e Dudu.

domingo, 24 de abril de 2011

A vida de quem produz Cacau


Família trabalhando na matéria-prima dos ovos de Páscoa que eles mesmos não têm

Quando se defende a produção de Cacau no Sul da Bahia, há que se ter a exata medida do que se está defendendo. E a favor de quem se está jogando.

Ou contra quem.

sábado, 23 de abril de 2011

No calor da disputa

No calor de uma disputa eleitoral corre-se o risco de cometer exageros. Alguns, potencialmente danosos.

Na última campanha eleitoral, levantando o assunto "Aborto", o candidato do PSDB, José Serra, tentava gerar um fato novo que favorecesse sua candidatura. Contudo, o resultado acabou levando o debate eleitoral para um nível político inscipiente e imaturo. Um completo desserviço à Democracia.

No calor da disputa, o candidato cometeu um exagero que precisa ser devidamente reprovado.

Mas houve pelo menos um outro ainda pior. Quando acusou o governo da Bolívia de ser cúmplice do tráfico de drogas. E, por conseqüência, o governo do Brasil de ser conivente com isso.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pau a Pau

Essa eu peguei no Blog de Flávio Gomes: Senna e Prost em respectivas voltas de classificação no circuito de Suzuka.

Parecem um o espelho do outro.

Mas, observando bem, Ayrton é um pouco mais agressivo; corrije mais vezes a direção. Prost é mais preciso.

E Senna parece ser uma piscadela de olho mais rápido. Talvez porque Alain teve um retardatário para livrar.

Ou então não foi nada disso, é tudo mera impressão deste que escreve.

Saudades dos duelos destes dois gigantes.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Automobilismo em Ilhéus

Sonhar não ofende.

Tive essa idéia assistindo à lamentável prova da Stock Car em Ribeirão Preto no último domingo, em que as ultrapassagens eram virtualmente impossíveis e os pilotos quase sempre acabavam no muro. A corrida de Salvador não é muito melhor do que isso. Assim, cá com meus botões, imaginei que Ilhéus poderia ter um circuito de rua, para sediar provas de categorias como a Mini-Challenge, a Fórmula Future, ou até mesmo a Stock Car.

Um possível Layout do circuito segue abaixo. Pelas minhas contas (e do Google Maps) seria uma pista de 2,4 km. Um tamanho bastante razoável.



Todavia, ao contrário das demais pistas de rua em Salvador e Ribeirão, a de Ilhéus não teria curvas tipo hair-pin (as ferraduras), e propiciaria ao menos dois pontos reais de ultrapassagem no final de duas retas longas: uma de 750 metros na orla do Malhado (Av. Medeiros neto) e outra de 400 Metros no final da Av. Severino Vieira.

Provavelmente seria uma prova emocionante.

A pista contaria com uma subida íngreme, no final da Av. Medeiros Neto, e uma curva bem fechada na tomada para a rua Severino Vieira.

Além disso é importante ressaltar a segurança, já que todas as curvas potencialmente mais perigosas contariam com área de escape.

Apesar de ser leigo no assunto, apenas um admirador do esporte, a mim me parece um circuito viável. Um traçado desafiador, que agradaria muito aos pilotos e ao público.

Mais importante, incluiria a cidade de Ilhéus no lucrativo calendário das corridas de automóvel, fortalecendo o Turismo de eventos.

As tomadas da TV mostrariam a todo momento diversos pontos da cidade, divulgando suas belezas e seus atrativos.

É verdade que haveria a necessidade de investimentos, por exemplo com um cuidadoso asfaltamento de todo o traçado, particularmente na área de boxes, que ficaria ao longo da Av. Antônio Carlos Magalhães.

Mas haveriam amplos espaços para instalação de arquibancadas e inúmeros pontos de ampla visibilidade espalhados pelos morros que cercam a região.

Acho que é um pensamento um tanto embrionário, mas que, movido por vontade política, talvez se torne uma idéia interessante. Bom para o turismo, bom para a divulgação da cidade, bom para a arrecadação do município com a vinda de todas as pessoas e equipamentos envolvidos, além da imprensa e de torcedores.

Quem sabe alguém topa essa idéia.

Tomara que sim.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Piquetes

Eu estou em greve.

Mas não usaria este espaço para defender causas pessoais. Eu prefiro que isto aqui seja meu pensadouro, onde exponho e ouço questões de interesse geral.

A greve dos professores da UESC é por demais pessoal - eu componho o comando de greve - para que eu a debata aqui.

Mas, naturalmente, não me nego a debatê-la em outros palanques.

Todavia vou tocar num ponto que me incomoda há muito, e é relacionado às greves. A da UESC e todas as demais. O Piquete.




Para os que eventualmente não saibam, Piquete é uma barreira física que os trabalhadores grevistas colocam para impedir os demais (que porventura não desejem aderir à greve) de acessar seu local de trabalho.

Uma agressão ao direito de ir e vir? Pode ser.

Mas vejamos a questão sob outra ótica: vamos, para começar , estabelecer o princípio de que uma greve é democraticamente decidida. Há uma assembléia de trabalhadores, e estes, em maioria, decidem pela greve.

Democraticamente.

A título de ilustração, imaginemos, por hipótese, que era o ano de 1998. Dessa forma, ao mesmo tempo em que votam a favor ou contra a greve, estes trabalhadores e todas as demais pessoas estejam também indo às urnas eleger o próximo presidente: candidatos Fernando Henrique Cardoso e Lula.

Sabemos que Fernando Henrique Cardoso foi eleito. O que os eleitores de Lula poderiam fazer? Democraticamente, a única saída é resignar-se e aceitar o resultado das urnas: Fernando Henrique será o presidente da república.

Voltando à assembléia de trabalhadores, assumamos que a deliberação por votação é pela greve. Assim, pelo mesmo princípio democrático, a vontade da maioria deve prevalecer. Os trabalhadores devem fazer greve.

Os que não desejam a greve devem se submeter à vontade da maioria, assim como os eleitores de Lula se submeteram à eleição de Fernando Henrique Cardoso.

A decisão democrática se impõe, em defesa da própria democracia.

No caso da decisão a respeito da eleição presidencial, ainda que alguém deseje se rebelar e impor sua vontade à força contra a decisão da maioria, por exemplo atentando fisicamente contra o presidente (leia aqui), deve, naturalmente, ser reprimido.

A decisão democrática se impõe, em defesa da própria democracia.

Sendo assim, seguindo a mesma linha de raciocínio, o que fazer contra os trabalhadores que tentam impor sua vontade contra a decisão soberana de uma assembléia, "furando" a greve?

Poderia ser o caso de a greve ser opcional (e constitucionalmente o é). Mas isso é um atentado ainda maior contra o direito dos trabalhadores.

Poque todo esse discurso de que "a greve não é obrigatória" seria muito justo se os trabalhadores que não entrassem em greve também não tivessem direito às conquistas do movimento (ganhos salariais, condições de trabalho, etc.).

Mas, infelizmente, isso jamais será possível.

Porque nenhum empregador vai negar aos seus "aliados" (os fura-greve) os direitos que aceitou dar aos seus adversários.

Os "fura-greve" não arriscam nada. Só tem a ganhar.

Assim, a única solução justa é que, uma vez sendo democraticamente decidida, a greve seja simplesmente imposta a todos os trabalhadores.

A decisão democrática se impõe, em defesa da própria democracia.

E, no caso das greves, isso se faz com Piquetes em porta de fábricas, lojas, escolas, universidades.

A greve é um direito democrático. E, como todo direito democrático, precisa dispor, em Lei, da força necessária para que se faça cumprir.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Ir para Aritaguá

A recente decisão do governo da Bahia, alterando o local da instalação do Complexo Intermodal, foi largamente comemorada pelo grupo que se opõe ao empreendimento. De seu lado, os que apóiam o Porto Sul alegam que nada mudou na prática, e que nenhuma grande diferença fará a decisão do governo. Defendem que o evento não foi uma derrota para as pessoas de Ilhéus, que aguardam a execução do projeto.

Mas foi. Não adianta tapar o sol com a peneira.

O Complexo Intermodal segue sendo a única alternativa concreta para retirar esta cada vez mais pobre região ex-cacaueira da crise econômica em que se encontra. Ilhéus precisa do Porto, haja vista o decrescimento constante de sua população, a insuficiência crescente de sua arrecadação e a total estagnação econômica que a cidade vive.

Infelizmente ocorre que a vontade das pessoas, a necessidade da região e as carências da cidade não mudam os fatos: o Complexo Intermodal sofreu um duríssimo golpe.

Porque a mudança requererá novas análises. E os que são contrários certamente carregarão novamente suas armas, agora ainda mais animados com a vitória momentânea, e voltarão artilharia cerrada contra a instalação do Complexo em Aritaguá.

Bem como, aliás, qualquer outro ponto do litoral ilheense.

Os prejuízos não são apenas no prazo e nos custos da obra. Há uma grande perda política, que com certeza será muito eficientemente capitalizada pelo grupo que se opõe ao Complexo. Eles já mostraram que jogam muito bem nos bastidores da Imprensa e da Política.

Daqui de Ilhéus não se vê o alcance das ações contrárias ao projeto. Porque esse jogo está sendo jogado em São Paulo, com ONGs de fora da região Sul da Bahia, no Rio de Janeiro, em conjunto com os bastidores da grande imprensa nacional, e em Brasília, junto à classe política.

Daqui da cidade de São Jorge o horizonte é finito. A vista dá conta de que o Complexo virá, é uma realidade iminente. Todavia, lá fora, de onde se tenta impor, com mão de ferro, uma decisão contra a vontade das pessoas daqui, a impressão é bem outra.

Os que desejam ver o Complexo se tornar realidade que se cuidem. E se movam.

O jogo não está decidido ainda, mas o Rei está em xeque.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Prefeitura e os Shows

A Prefeitura de Ilhéus resolveu tocar num ponto que afeta, mui negativamente, direitos básicos das pessoas. A realização de shows e eventos em locais inapropriados.

É o que dá conta uma matéria no JBO (leia aqui).

De fato, formou-se um grupo de trabalho que “pretende modificar o decreto 06/2008, de 11 de janeiro de 2008, que disciplina, organiza, orienta e controla a realização de espetáculos e shows”.

Não fica claro de que forma isso é feito. Mas, salvo melhor juízo, ou falta de juízo, então certos locais precisarão encontrar uma nova vocação para serem aproveitados, já que, segundo consta, um dos objetivos é “melhorar as condições que envolvem a realização de eventos de grande porte”. Além disso, pretende-se fazer uma “revisão de todos os locais públicos e privados que estão aptos da realizar espetáculos e shows”.

Pessoalmente já teci algumas críticas aos eventos que acontecem no Boca Du Mar (leiam aqui, aqui, e aqui). Não consigo entender como aquele outrora excelente restaurante recebe alvará para atuar como casa de shows. A cada evento que ocorre ali os transtornos ao tráfego e ao sossego das pessoas são enormes. O Boca Du Mar fica no final da ponte do Pontal. Em noite de show, o trânsito fica simplesmente parado. Isso é, inclusive, um fator de risco, já que é simplesmente impossível que Ambulâncias, Bombeiros e a própria Polícia possam trafegar por ali com a celeridade necessária.

Dessa forma, se o grupo de trabalho realmente se dispuser, como consta na matéria, a impor aos locais de show “o cumprimento de uma série de requisitos visando abranger itens como trânsito, segurança, infra-estrutura”, então casas como o Boca Du Mar deverão ser simplesmente proibidas de realizar mega-eventos. É inteiramente impossível conciliar os shows no Boca Du Mar com a infra-estrutura, a segurança e, principalmente, o trânsito da cidade. Alguém tem que ceder. Ou o Boca Du Mar ou a população de Ilhéus.

É por isso que eu estava feliz com a notícia. Estava. Até que Algo, aquele amigo que eu e o João Ubaldo Ribeiro compartilhamos, me chamou a atenção para um detalhe na matéria do JBO.

Lá no finalzinho há um trecho onde se lê que estão propondo “um novo decreto junto com os produtores artísticos e culturais em novo encontro a ser agendado”.

Algo me diz que, feito junto com produtores artísticos e culturais, dificilmente esse decreto favorecerá os interesses das pessoas.

Algo me diz que isso pode ser uma grande decepção.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Tigre

Foi a crônica de uma morte anunciada.

Porque ano passado a morte foi anunciada também. Mas o Colo-Colo escapou por muito pouco.

É que o Tigre nunca mais mostrou a voracidade de outrora. Não é mais a fera que dominou o estado da Bahia em 2006. A sua imagem hoje é muito diferente.



Apesar do trinunfo no Barradão, lá na longínqua primeira rodada do campeonato, frente ao poderoso Vitória, a verdade é que o Tigre de Ilhéus desde então não convenceu mais ninguém. Na seqüência, fez uma ou duas boas apresentações, seguidas de muitas derrotas e atuações pífias.

As dificuldades externas e internas da equipe foram se tornando cada vez mais evidentes. O final da ópera já estava escrito.

Triste fim. Mais um duro golpe contra a já combalida auto-estima das pessoas de Ilhéus.

Vamos ver se ano que vem as coisas melhoram.

domingo, 3 de abril de 2011

Armadilha da Repetição Infinita

Eu e alguns amigos, na época de universidade, pregamos certa vez uma pequena peça em outros colegas. Chamamos isso de “Armadilha da Repetição Infinita”.

Aplicamos a armadilha enquanto se travava um debate sobre algum tema, que não me recordo agora. A gente sabotava o debate da seguinte maneira: a discussão ia evoluindo inicialmente sem a nossa presença. Quando se estava aproximando de seu termo, um de nós aparecia e exigia que o debate fosse reiniciado para incluir, democraticamente, o “nosso direito” de argumentar, ser ouvido.

Como éramos em número razoável, conseguimos, por brincadeira, fazer uma discussão que demandaria algumas horas durar uma tarde inteira. E prosseguiríamos indefinidamente, não fosse um dos demais que estavam debatendo desde o início se exasperar, percebendo que esse procedimento acabaria tornando o debate interminável.

Assim é a Democracia. Não é de se surpreender, aliás. Dialeticamente, é esperado que ela traga, como outros fenômenos sociais, a essência da sua negação dentro de si mesma. Ao respeitar seguidamente o direito de expressão de todos, permitindo que o debate seja infinitamente reiniciado, fazemos com que a Decisão, objetivo do debate, jamais seja tomada. Dessa forma, usando a Democracia nós negamos um preceito sagrado dela mesma: o respeito à vontade da maioria.

Porque, se levada ao extremo, a Democracia impede a si mesma de existir.

É por isso que os processos decisórios impõem prazos para os debates: há uma data para se realizar as eleições, ou o debate jamais permitiria que estas acontecessem. Da mesma forma acontece nas consultas públicas, nos tribunais, nos sindicatos, nas comunidades em geral. Para salvaguardar a Democracia é preciso regular ela própria.

O Bispo de Ilhéus, Dom Mauro Montagnoli, afirmou que o Complexo Intermodal precisa ser discutido mais profundamente. Leia aqui.

Cabe respeitar a opinião do Bispo, evidentemente. A princípio, não se vê nenhum problema em discutir nada “mais profundamente”. Pessoalmente acho ótimo.

O debate, aliás, deve permanecer vivo. Deve existir antes, durante e depois da execução dos projetos. Quaisquer que sejam eles.

Mas sempre há o risco de, ao retomarmos seguidamente a discussão, acabarmos caindo na “armadilha da repetição infinita”. Nada contra o debate. Mas não podemos correr o risco de que a retomada do debate seja usada como arma contra a própria Democracia, ao impedir que se estabeleça a vontade da maioria.

Talvez a maioria já possua um ponto de vista assegurado a respeito do Complexo Intermodal. Talvez os trâmites legais de debate, com consultas e audiências, e os informais, com a imprensa, os blogs, tenham sido suficientes para que os argumentos fossem postos e as pessoas formassem sua opinião. Neste caso, apenas um fato ou argumento novo poderia mudar isso.

Se o cenário for esse, então retomar repetitivamente um debate que não mudará em nada a opinião das pessoas é inútil. Mais ainda, não serve a nenhum propósito senão o de sabotar a vontade manifesta das pessoas.

Usar a democracia como um artifício contra ela mesma.