O projeto de equipe Campos, que virou Campos-Meta, e agora recentemente foi rebatizado de Hispania (o nome deve mudar ainda) é candidato a ser o maior fracasso da história da Fórmula 1.
E levará consigo o nome Senna, pois o único piloto confirmado na equipe é o sobrinho do Tri-campeão.
Ter um piloto com um bom currículo, embora inexperiente (jamais disputou um GP de Fórmula 1), é alguma coisa.
O problema é que, a menos de três semanas para o início do mundial, esta é a única coisa que a equipe tem.
Os carros serão (serão mesmo?) entregues pela Dallara já para o GP do Bahreim. Isso significa que a primeira experiência dos pilotos (se houver um outro piloto) com o carro já serão os testes para a corrida. Antes disso, sequer o motor do carro funcionou numa garagem.
Pode ser engraçado de se ver, pois a equipe deverá protagonizar atos performáticos como Rodadas ineperadas, falhas de equipamento e erros de pilotos - que não podem ser culpados pois absolutamente desconhecem o carro.
Caso consigam alinhar os carros no Barheim, deverão ficar a uma dezena de segundos do melhor tempo. Isso os levará, no improvável caso de algum dos seus carros terminar a corrida, a completar 8,9 ou talvez 10 voltas a menos que o vencedor.
Isso seria a parte engraçada. Vê-los bancar os palhaços. A fórmula 1 é um circo, e todo circo precisa de palhaços.
Mas a preocupação, externada pelo líder da GPDA (Grand Prix Drivers Association - Associação dos pilotos de Grande Prêmio, em livre tradução minha), Mark Webber, é consistente (leia aqui). Os carros da equipe Hispania (ou sei lá que nome terão) podem acabar sendo menos cômicos do que trágicos.
Por um lado, o cockpit pode se revelar uma verdadeira cadeira elétrica. Bruno Senna sabe, por antecedências familiares pessoais, o que uma falha mecânica pode fazer a um piloto dentro de um carro de Fórmula 1 a mais de 300 Km/h. E nesta nova equipe não há nada testado: freios, direção, suspensão, motor, câmbio, sistemas eletrônicos. Tudo será montado e testado pela primeira vez já no Bahreim. Já prá valer.
E mesmo que não seja, por algum capricho favorável do destino, uma cadeira elétrica para seus próprios pilotos, ainda assim os carros serão um perigo ambulante, pois estarão muito mais lentos do que os demais, e sujeitos a reações imprevistas, como perda de direção ou de velocidade, o que põe em extremo risco os outros carros da pista.
Há restrições contratuais, e há a mancha recente causada pela propalada equipe USF1, que seria a dominação Ianque na categoria, mas que no final não passou de um site na Internet. Isso força a FIA e a Campos, ou Campos-Meta, ou Hispania, a alinhar (ou pelo menos tentar alinhar) seus carros no circuito do Barheim.
Mas talvez, e esta é uma lição que o circo da Fórmula 1 insiste em não aprender, seja o caso de rasgarem-se contratos e regulamentos em prol da segurança.
Tomara que eu esteja errado, e que a equipe consiga andar bem no Bahreim. Pelo bem de Bruno Senna, pelo bem da segurança, pelo bem da Fórmula 1.
Mas eu duvido muito.
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