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sábado, 23 de abril de 2016

Miguel de Cervantes e o Brasil

Urariano Mota
Original aqui

Neste sábado, completam-se 400 anos do falecimento do gênio Miguel de Cervantes.  É claro que só no sentido do corpo físico dizemos que falece um artista máximo da humanidade. O fundamental é que no mundo inteiro hoje se lembra a continuação viva de Cervantes em sua obra-prima, o Dom Quixote. Sem dúvida, o maior e melhor romance já escrito, digno de ser prova da existência do homem, quando mais nada existir.


Perdoem o que pode parecer uma orquestra de clarins. Se assim parece, compreendam. Um clássico da altura de Miguel de Cervantes é sempre moderno, para nós ele acaba de escrever agora mesmo, nesta hora. Assim, penso não ser um abuso a relação que estabeleço entre o Dom Quixote e o Brasil destes dias, quando uma presidenta honesta sofre impeachment comandado por um desonesto notório. Se não, observem na primeira parte da obra:

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Carta aos Ministros do Supremo

Luis Nassif
Original aqui.

Como é que faz, Teori, Carmen Lúcia, Rosa Weber, Celso de Mello, Luís Barroso, Luiz Fachin? Como é que faz? Não mencionei Lewandowski e Marco Aurélio por desnecessidade; nem Gilmar, Toffoli e Fux  por descrença.

Antes, vocês estavam sendo levados por uma onda única de ódio preconceituoso, virulento,  uma aparente unanimidade no obscurantismo, que os fez deixar de lado princípios, valores e se escudar ou no endosso ou na procrastinação, iludindo-se - mais do que aos outros - que definindo o rito do impeachment, poderiam lavar as mãos para o golpe.

Seus nomes, reputações, são ativos públicos. Deveriam  ser utilizados em defesa do país e da democracia; mas, em muitos casos, foram recolhidos a fim de não os expor à vilania.

Afinal, se tornaram Ministros da mais alta corte para quê?
Os senhores  estarão desertando da linha de frente da grande luta civilizatória e deixando a nação exposta a esse exército de zumbis, querendo puxar de novo o país para as profundezas.

Não dá mais para disfarçar que não existe essa luta. Permitir o golpe será entregar à selvageria décadas de construção democrática, de avanços morais, de direitos das minorias, de construção de uma pátria mais justa e solidária.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Fracassar e Vencer

Muitas vezes perdemos.

Ontem perdeu o Brasil.

A legião mais corrupta da política brasileira atuou com velocidade e destruiu um governo que, em tudo, até mesmo no quesito corrupção, é muito melhor do que seus algozes.

Venceram os ímpios. 

Perdeu o Brasil.

Perdi eu.

E perderei de novo, todas as vezes que eles vencerem.

Mas, assim como Darcy Ribeiro, prefiro assim.

Detestaria estar do lado desta laia de vencedores.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

No day after, Lula

Wagner Iglecias
Original aqui.

Vamos lá, a mais um exercício de futurologia: se eventualmente aprovado o processo de impeachment na Câmara no próximo domingo deverá recomeçar no minuto seguinte a caçada ao ex-presidente Lula. Seja para cassar seus direitos políticos ou para efetivamente recolhe-lo a algum presídio.



Se para uma parcela importante da sociedade, formada pelos grandes meios de comunicação (e a classe média que serve de caixa de ressonância para suas teses e interesses), pelo mercado financeiro e por instituições patronais como Fiesp, Firjan e CNI, o governo Dilma não tem mais condições políticas de continuar, para outra parcela importante da sociedade, formada pelas esquerdas, pelos movimentos sociais, pela intelectualidade e pela mídia independente o governo Temer não reúne condições políticas, éticas e jurídicas sequer para começar.