Pesquisar

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sobre Darcy


Darcy Ribeiro e a consciência de quem somos


Eric Nepomuceno

Original aqui.

Já faz um bom tempo – em fevereiro completam-se 16 anos – que Darcy Ribeiro cometeu a suprema indelicadeza de nos deixar. Tinha 75 anos. Foi antropólogo (dizia que seus melhores tempos foram aqueles passados entre indígenas na Amazônia), professor, autor de ensaios polêmicos, novelista, militante, vice-governador do Rio de Janeiro, onde criou um sistema de educação pública universal em regime de tempo integral.

Antes do golpe militar de 1964 que instaurou a ditadura que o prendeu e depois o exilou, foi chefe de Gabinete, criou – junto com uma equipe especialmente brilhante de sua geração – a Universidade de Brasília e foi seu reitor. Durante seu longo exílio, peregrinou pelo Uruguai, Chile, Venezuela, Peru, Costa Rica, México. Assessorou Salvador Allende em Santiago e Velasco Alvarado em Lima, foi consultor da ONU. Morreu sendo senador da República. Dizia que era, em primeiro lugar, educador. Creio que 75 anos é um tempo muito curto para tanta vida.



domingo, 27 de janeiro de 2013

Milonga para as Missões

Além de ser uma melodia magnífica, é uma peça que exige bastante perícia do sanfoneiro. Já houve uma Orquestra Sanfônica em Campina Grande. Agora, ainda bem, ainda há uma em Aracajú.

Vestibular para sanfoneiro. Ou para Gaiteiro.


sábado, 26 de janeiro de 2013

Medo da Internet


A Rede Globo tem Medo da Internet



Blogueiros sofrem implacável perseguição judicial do diretor de jornalismo da maior emissora do país
Pedro Rafael, Brasília (DF)



Original aqui.

Um dos espaços mais fortes de contraponto à hegemonia dos grandes meios de comunicação são os blogs de jornalistas e ativistas espalhados pela internet. A velocidade da rede e a capacidade de disseminação de informações têm provocado reações que revelam o verdadeiro compromisso dos empresários da mídia com a liberdade de expressão.
Charge de Carlos Latuff

Na mais recente investida contra blogueiros, na semana passada, o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, venceu em segunda instância o processo que move contra Rodrigo Vianna, repórter da TV Record e dono do blog Escrevinhador, que chega a ter mais de 30 mil acessos diretos por dia. O blogueiro, que foi repórter da Globo e saiu justamente por discordar da cobertura parcial da emissora nas eleições presidenciais de 2006 – em favorecimento à candidatura do PSDB – pode ser obrigado a pagar uma salgada indenização apenas porque exerceu o “sagrado” direito constitucional da livre opinião. O problema é que foi contra a Globo.

Vianna publicou em seu blog que o jornalismo da emissora comandada por Kamel era algo “pornográfico”, em alusão a uma infeliz coincidência: um ator pornô dos anos 1980 também usava o mesmo nome do manda chuva do jornalismo da Globo. Ao se apropriar da informação como metáfora, para produzir uma crítica, o jornalista atingiu o alvo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Ford, Piquet e Mansell, parte 2

A campanha da Ford pode não aumentar a venda de carros, isto eu não sei. Mas com certeza é uma delícia de assistir. Agora Nelson e Nigel são apresentados às ferramentas de trabalho.

A minha curiosidade está a mil com o desfecho da novela. Mas parece que ainda faltam dois capítulos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O direito de resposta de Brizola no Jornal Nacional

Original aqui.

O direito de resposta mais célebre da história do jornalismo nacional

Fez 15 anos, praticamente incógnito, o direito de resposta mais célebre da história do jornalismo brasileiro: em 15 de março de 1994, visivelmente constrangido, Cid Moreira (que por 27 anos esteve à frente da bancada do Jornal Nacional) leu texto de 440 palavras que a Justiça obrigou a TV Globo a divulgar em seu telejornal mais nobre.

Foram cerca de três minutos nos quais Cid, a cara do JN, incorporou Leonel Brizola, então governador do Rio de Janeiro, que atacou duramente a emissora.


A ação de direito de resposta, obra do advogado Arthur Lavigne, foi inédita e abriu caminho para que os cidadãos buscassem amparo legal contra barbaridades cometidas pela imprensa _neste caso específico, num editorial, Roberto Marinho, o dono das Organizações Globo, havia chamado Brizola de “senil”.

Leia, abaixo, a íntegra do texto.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Série Aberturas: Mcgyver

Em português foi lançada com o nome "Profissão: Perigo".

A série mostrava as aventuras de um agente secreto, Angus MacGyver, que resolvia uma infinidade de problemas, muitos deles envolvendo vilões perigosos, ameças naturais ou tragédias iminentes. Tudo resolvido graças a conhecimentos científicos e de engenharia, materiais comuns e seus dois principais apetrechos: um canivete suíço e um rolo de fita adesiva.

A abertura dava uma sequência das habilidades "Macgyverianas", com a música que põe o expectador no mesmo ritmo da série: imaginação e criatividade. Ciência e engenharia. Aventura e bom humor.



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O equívoco da redução da maioridade


Redução da maioridade é equívoco jurídico e político
Marcelo Semer

Original aqui.

Crianças: educação ou cadeia?
Cada vez que a imprensa noticia um crime do qual tenha participado adolescente, voltam à tona apoios a propostas oportunistas para a redução da maioridade penal.

O sensacionalismo seduz, mas não responde à lógica: o fato de os adultos já serem processados criminalmente não tem evitado que pratiquem crimes. Por que isso aconteceria com os adolescentes?

A ideia de que a criminalidade está vinculada a uma espécie de “sensação da impunidade” jamais se demonstrou, tanto mais que a prática de crimes tem crescido junto com a encarcerização.

A tese oculta uma importante variável: o fator altamente criminógeno do ambiente prisional, que é ainda maior quando se trata de jovens em crescimento.

Há uma série de empecilhos jurídicos à proposta para reduzir a maioridade penal.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ford, Piquet e Mansell.

Esta parece que vai ser uma campanha publicitária diferente. Provavelmente será toda direcionada para a Internet. Piquet x Mansell, uma última dança.

Claro que tem mais simbolismo para os que, como eu, acompanharam as disputas entre os dois em 1986 e 1987, enquanto dividiam a Williams.

Pode passar despercebido a muitos o tapa que Nigel dá na placa com o número 6. Mas quem viu sabe bem do que se trata.


 

Confesso que estou ansioso esperando a próxima sequência.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Bons ventos sopram de Cuba


Bons ventos os levem, e também  tragam de volta, exercitando seus direitos de ir e vir. Cubanos agora podem, a partir de hoje, sair de seu país sem autorização expressa do governo.

Cubanos poderão viajar ao exterior sem pedir autorização ao governo

Aeroporto José Martí, em Havana, deve passar a ser mais movimentado
Original aqui.

HAVANA (AFP) – Os cubanos terão a partir da próxima segunda-feira 14 o direito de viajar ao exterior sem pedir autorização ao governo pela primeira vez em décadas. Entra em vigor neste dia uma reforma migratória decidida pelo presidente Raúl Castro e longamente aguardada pela população.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Poeta Senador


Discurso do ex-senador Ronaldo Cunha Lima, da Paraíba, proferido no dia 12 de Novembro de 1998 em defesa da língua brasileira. Diferenças políticas à parte, e críticas à sua conduta política também, este foi provavelmente um dos discursos mais interessantes já proferidos naquela casa.


Ronaldo Cunha Lima: poeta antes de político. Defensor da Língua Portuguesa
A língua portuguesa, como forma oficial de expressão, constitui patrimônio cultural brasileiro e, por isso, incumbe ao Poder Público e à comunidade o dever de promovê-la e protegê-la, em especial neste momento em que ela vem sofrendo constante e preocupante invasão de palavras e expressões estrangeiras. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, em sua edição mais recente, acresceu nada mais, nada menos que seis mil novas palavras, em sua maioria de origem inglesa.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Galileu, a Gravidade e o Absurdo

Galileu Galilei: 1564-1642

Atribui-se a Galileu Galilei, que viveu na Itália entre 1564 e 1642, a refutação de uma hipótese comum à época: a afirmação, defendida por Aristóteles, supunha que, quanto maior a massa de um corpo, maior seu peso e, portanto, maior a velocidade com que ele seria atraído em direção à Terra.

O estudo dos Graves, nome dado ao fenômeno de corpos em queda, ficou conhecido como Gravidade. Galileu, buscando refutar racionalmente a hipótese aristotélica, teria sido protagonista de um experimento incomum no estudo da Gravidade. O sábio teria soltado do alto da Torre de Pisa (usando a inclinação ímpar do prédio) bolas de 10 gramas e de 1 grama, observando que ambas chegaram ao solo ao mesmo tempo. Este experimento refutava cabalmente a hipótese da velocidade de queda ser proporcional à massa dos corpos.

Os historiadores, porém, contestam a veracidade de tal episódio. Os físicos, por seu lado, duvidam de seus resultados. Com efeito, este experimento só poderia ser efetivamente verificado caso a queda se desse em ambiente de vácuo total – algo inacessível a Galileu na época. Em qualquer outro caso a resistência do ar influiria nos resultados obtidos, invalidando a observação.

Ocorre, porém, que não é necessário mais do que um simples exercício do intelecto para concluirmos, com o simples e elegante expediente de reductio ad absurdum, exatamente o que Galileu defendia: a velocidade de queda dos corpos independe de sua massa.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os impasses do Lulismo

Uma das melhores análises que já li. Oposição madura, sem factoides de Internet, sem montagens grosseiras, sem ódio a programas sociais ou aos seus beneficiários.

Original aqui.

Conquistas do Lulismo não resolvem problemas estruturais como a educação
O governo Dilma alcançou a metade de seu mandato. Eis um bom momento para colocar questões a respeito dos rumos que o Brasil tomou desde o primeiro governo Lula. Rumos próprios à mais longa experiência de continuidade programática dos períodos democráticos.


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Os paralelos entre Vargas e Lula


Original aqui.

Esses tempos de Comissão da Verdade – tentando levantar os véus do período militar -, mais a extrema turbulência que cercou o julgamento do chamado “mensalão” suscitaram comparações entre os períodos Vargas-Jango e Lula-Dilma.




Vale a pena uma identificação mais clara de semelhanças e diferenças.

***

Ambos os períodos foram de intensa inclusão social, no período Vargas a inclusão das novas classes trabalhadoras, em polos industriais localizados e, em parte, na zona rural nordestina, em torno de sindicatos e organizações de camponeses; no período Lula, de forma disseminada pelo país.

Esse era o jogo: Vargas e Lula consolidando projetos nacional-populares; a oposição ancorada em dois discursos: a anticorrupção e um inacreditável anticomunismo, mesmo após o fim do comunismo.