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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Menos Médicos

A iminente retirada dos médicoscubanos do Brasil é um duro golpe. Que só não supera a ignorância das pessoas a respeito. Incluindo o Sr. Presidente Bolsonaro.

Médicos cubanos iam atuar onde os brasileiros não desejam
A alegação de Bolsonaro, bem como de muitos que repetem inadvertidamente, é que os médicos cubanos podem ficar. Mas sob outras condições.

Pedir asilo, fazer o exame Revalida, trazer suas famílias.

Mas não é tão simples.

O conceito do Programa Mais Médicos parte do fato de que há lugares no Brasil em que a carência de médicos ocorre porque os cidadãos que se formam em Medicina não desejam viver nessas regiões.

Estamos falando dos sertões e interiores, nas regiões Norte e Nordeste. Estamos falando das periferias em todo o Brasil.

Nesses lugares a dificuldade de fixar médicos é velha conhecida de prefeitos e da população.

O Programa Mais Médicos propõe resolver o problema com duas ações.

A primeira, de efeito em longo prazo, é criar cursos de Medicina já nessas regiões. Assim, formando médicos que já possuem raízes ali, as chances de fixá-los será maior.

A segunda, de efeito imediato, é contratar médicos para este serviço. Brasileiros, preferencialmente. Estrangeiros, se for necessário.

Dada a baixa procura de médicos brasileiros e de outras nacionalidades, as posições acabaram sendo preenchidas por médicos cubanos.

Estes, então, chegam por contrato, e recebem permissão de atuar especificamente nas regiões em que foram alocados.

Dentro do conceito do Prorama Mais Médicos, não é interessante, para o governo brasileiro, que esses médicos façam o exame Revalida.

Por um motivo muito simples.

De posse da aprovação no exame Revalida, e do direito de clinicar em qualquer lugar do Brasil, eles acabariam abandonando as regiões carentes para onde foram designados.

É o que acontece desde sempre: os médicos preferem não morar nos sertões, nos interiores, nas periferias.

Por isso o Programa Mais Médicos não permite que eles façam o Revalida.