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domingo, 20 de dezembro de 2015

O STF tem razão.

A disputa entre governo e oposição pelo poder ganhou ares fratricidas, e porque não dizer, patricidas, ou "patriotricidas" a se ver os danos profundos à Economia e ao Tecido Social brasileiro.

A página mais recente dá conta da disputa, no STF, sobre o rito do Impeachment, que é o trâmite necessário desde a aceitação deste por parte do presidente da câmara até o afastamento total e definitivo da presidenta Dilma.

Luís Roberto Barroso: entendimento correto

O entender geral, antes da disputa do STF, rezava que, após o presidente ter recebido a denúncia, a Câmara formaria uma comissão para aprovar ou não o seguimento da abertura do processo. Apenas se esta comissão entender que o processo deve efetivamente ser aberto, é que a proposta segue para a assembleia da Câmara. Ali se decide se o processo é aberto ou não.

A partir daqui as coisas mudaram, após a interpretação do STF: o entendimento anterior dava conta de que o processo, então, era aberto, e a presidenta Dilma era imediatamente afastada. E o julgamento aconteceria no Senado.


domingo, 13 de dezembro de 2015

Desafios para as esquerdas, no presente e em futuro próximo

Roberto Bitencourt da Silva

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O presente cenário político é demasiadamente desolador para as esquerdas. A correlação de forças é flagrantemente desfavorável ao campo popular-democrático.



Isso por conta de uma saliente capilaridade social de valores sintonizados com ideias neoliberais, do ponto de vista político e econômico, e conservadores, sob o ângulo da moralidade cotidiana.

Ademais, anos sucessivos de governos, naturalmente, tendem a desgastar a qualquer partido político. Escolhas adotadas para o exercício de governo podem, é claro, incrementar o desgaste.

domingo, 6 de dezembro de 2015

O dia da infâmia

Por Fernando Morais

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Minha geração testemunhou o que eu acreditava ter sido o episódio mais infame da história do Congresso. Na madrugada de 2 de abril de 1964, o senador Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República, sob o falso pretexto de que João Goulart teria deixado o país, consumando o golpe que nos levou a 21 anos de ditadura.

Indignado, o polido deputado Tancredo Neves surpreendeu o plenário aos gritos de "Canalha! Canalha!".

No crepúsculo deste 2 de dezembro, um patético descendente dos golpistas de 64 deu início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A natureza do golpe é a mesma, embora os interesses, no caso os do deputado Eduardo Cunha, sejam ainda mais torpes. E no mesmo plenário onde antes o avô enfrentara o usurpador, o senador Aécio Neves celebrou com os golpistas este segundo Dia da Infâmia.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

No novo país não cabe o impeachment


Luis Nassif
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A entrevista à Folha do presidente do Itaú Roberto Setubal - condenando as manobras para o impeachment - ajudou a desnudar de vez um país velhíssimo, que teimava em se impor sobre o novo.

Seguiu-se às entrevistas do presidente do Bradesco Luiz Trabucco e da Cosan Rubens Omettto Filho.



Nos anos 80, Trabucco era um jovem executivo do Bradesco, frequentador ocasional do Bar do Alemão, teimando em lançar o produto capitalização no mercado; Setubal estava sendo preparado para substituir o pai, Olavo Setubal; e Ometto era o jovem promissor, filho de família rica, mas que fazia carreira como financeiro do grupo Votorantim.

Na época, os grandes grupos nacionais ainda eram acanhados, reunidos em torno da indústria de máquinas e equipamentos, da cadeia sucro-alcooleira e de um setor de empreiteiras que se especializara em grandes hidrelétricas. Tentativas de criar um setor de informática não deram certo.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O protesto de domingo morreu, tecnicamente, antes de nascer.


Paulo Nogueira
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A causa mortis foi a NOG, a Nova Ordem da Globo, aquela que tira formalmente o apoio ao golpe.

A Globo nunca entra num jogo se pode perder. Ela apoiou os golpistas de 64 porque a vitória era certa, garantida pelos militares e pelos americanos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Não defendo Zé Dirceu, tampouco a hipocrisia

Gostaria de ter escrito estas palavras. Mas não fui rápido e competente o suficiente. Mas Charles Bakalarczyk foi. Então eu as reproduzo.

Charles Leonel Bakalarczyk
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Muitos amigos questionam:

- Não consigo entender a tua defesa relativamente ao Zé Dirceu.

Esclareço: não sou defensor do Zé Dirceu (mas do seu direito de se defender, sim). Mais! Espero que os corruptos e corruptores sejam criminalmente responsabilizados, observadas as garantias da ampla defesa e do contraditório.



No campo político, sempre me opus aos métodos stalinistas do Zé Dirceu (embora reconheça seus méritos). E isso quando esse escrevedor ainda militava no PT!

sábado, 1 de agosto de 2015

O F1 com ventilador atrás

Brabham BT46B: o carro de Fórmula 1 que tinha um ventilador na traseira

Leonardo Contesin
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Depois do Tyrrell de seis rodas, a inovação tirada das brechas do regulamento para obter vantagem sobre as demais equipes foi o efeito solo. Depois de testar durante um ano a aerodinâmica de um carro-asa, a Lotus produziu o 78, o primeiro grande carro de corrida baseado no princípio da asa invertida para obter o efeito solo.

Com esse efeito, o aumento da velocidade do ar sob o carro gera uma queda de pressão, fazendo com que a pressão do ar sobre o carro o empurre para baixo, permitindo ao piloto fazer curvas em velocidades mais altas. Com essa vantagem, a Lotus já havia conseguido quatro vitórias e outros três segundos lugares até a sétima etapa da temporada. Seria difícil reverter a vantagem sem um carro minimamente parecido com o carro-asa de Colin Chapman.

sábado, 11 de julho de 2015

Maioridade penal foi fixada após estupro de menor na prisão, em 1927

Em 1927, menor estuprado na prisão levou Brasil a fixar idade penal


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A maioridade penal foi fixada em 18 anos no Brasil em 1927, quando um crime brutal chocou o país e levou as pessoas a questionarem a violência contra as crianças. Desde então, esta é a primeira vez que existe uma proposta de redução.


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Uma direita fraca a caminho de uma derrota histórica

Apesar de parecer excessivamente otimista, esta análise de Ion de Andrade traz alguns fatos importantes: o Brasil não é mais o mesmo, e a Democracia de hoje é mais robusta, bem como as forças progressistas.

Se a Direita realmente endurecer o jogo, encontrará uma resposta muito mais dura do que em outros tempos.

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Ion de Andrade
Original aqui

Quando lidamos com um adversário que presumimos mais forte do que nós, uma reação bem esperável é fazer muito barulho. Ocorre quando o ser humano está ameaçado por animais selvagens, mas também em situações de ameaça de violência ou roubo nas cidades. As reações exageradas, barulhentas e espetaculosas costumam, portanto, ser um forte indício de inferioridade na correlação de forças. Servem, aliás, para esconder essa verdade e almejam uma vitória baseada no blefe e na covardia do oponente mais forte que pode não pagar para ver.



A febre pelas análises de conjuntura, de que a esquerda se tornou excessivamente dependente, dificultam qualquer análise mais larga que escape ao barulho produzido pelo adversário acuado e temeroso. A conjuntura nos leva a acreditar nas bravatas e nos faz esquecer de que quem é mais forte no cenário da política hoje são as forças nacionais democráticas que modelaram o Brasil contemporâneo.

domingo, 28 de junho de 2015

O tempo político de Dilma está prestes a esgotar

Luís Nassif

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O cenário político que se tem atualmente é o seguinte:

1. Estrangulamento gradativo de todas as ações de governo, ainda que à custa do comprometimento da economia. MPF (Ministério Público Federal) e Lava Jato se empenham em desmontar a cadeia produtiva de petróleo e gás. O TCU (Tribunal de Contas da União) mira suas armas nas hidrelétricas da Amazônia. O Congresso fuzila o ajuste fiscal. O torniquete continuará apertando enquanto o governo não recuperar legitimidade.

2. Polícia Federal e MPF impondo um cerco severo a todas as atividades do PT e de seus candidatos e o TCU ameaçando rejeitar as contas de Dilma. Esse cerco continuará aumentando.

3. Ampliação da recessão e do desemprego, agravados pela política monetária do Banco Central. Não há sinais de arrefecimento no horizonte. Vai piorar muito, antes de melhorar.

4. Incapacidade da presidente de articular um conjunto mínimo de propostas que se assemelhe a um programa de governo, de recriar algum sonho na opinião pública.




sexta-feira, 5 de junho de 2015

Como a fórmula Levy-Tombini-Rousseff não resolve

Luís Nassif
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O jogo econômico é muito mais simples e objetivo do que supõe os livros e as teorias econômicas.

Na academia e na imprensa há uma disputa entre linhas econômicas que obedecem muito mais a conceitos ideológicos, disputas de espaço, conquista de reputação, do que à análise objetiva dos fatos econômicos.

É o que ocorre com essa tentativa de caracterizar os erros recentes de política econômica como inerentes ao que chamam de “nova matriz econômica”.




sexta-feira, 29 de maio de 2015

O pós-choque fiscal e a falta de reação de Dilma

Luis Nassif
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O cenário econômico para os próximos meses continua desafiador.

Segundo pesquisa IBOPE divulgada ontem, as expectativas negativas dos consumidores bateram no ponto mais baixo, em níveis similares aos do pré-real. Tinha-se na época a inflação como o grande inimigo e a bala de prata na agulha: o próprio Plano Real.

Agora o inimigo é a recessão. O consumidor ainda não sentiu os efeitos maiores desse vórtice. E não se vê à vista nem bala de prata nem de latão.


quinta-feira, 21 de maio de 2015

As tolices a respeito do Bolsa Família

Luís Nassif
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Do filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, liberal, ouvi a máxima de que os juros são altos porque o brasileiro entrou na voracidade do consumo e não sabe poupar, preferindo se endividar sem olhar a taxa paga.



De um economista de direita, em um Congresso Internacional de Direitos Humanos em Belém, as críticas acerbas quanto ao fato do pobre gastar dinheiro atrás de quinquilharias da classe média.

De Frei Betto, de esquerda, que o grande erro do governo foi ter proporcionado bens materiais e não espirituais aos pobres.

De O Globo, sempre atento às invasões bolivarianas, ao fantasma de Che, e ao supremo risco dos irmãos Castro invadirem o Brasil, o endosso às teses de Frei Betto.


domingo, 10 de maio de 2015

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Outra charge

Sem muitas notícias, exceto esta, sobre a qual não tenho ânimo de comentar nada. Assim, deixo a mensagem de André Mansur.


domingo, 19 de abril de 2015

Infância desprotegida, juventude criminalizada: esse é o nosso projeto de nação?

Por Alberto Kopittke*
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Alguns números sobre a situação da criança e adolescente em Porto Alegre podem ajudar a perceber a condição desse segmento em nosso país, 25 anos depois da Constituição Federal.

O Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos de Porto Alegre de 2014 demonstrou que Porto Alegre, uma cidade com razoável nível de desenvolvimento humano, teve 8.502 casos registrados de crianças e adolescentes vítimas de violência, dos quais 44% ocorridos dentro da
própria casa.

Apenas na capital gaúcha, mais de mil crianças abandonam a escola antes de completar o ensino fundamental e, no ensino médio, a taxa de abandono chega a 10% do total de alunos, a cada ano.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sergio Moro, depois de Zelotes, ficou "Perigoso"

Bastou Zelotes chegar para a Zelite achar ideias de Moro "perigosas"

Logo quando a operação Zelotes flagrou grandes figurões da elite brasileira em práticas criminosas, a presunção de inocência resolveu dar o ar da graça.


Antonio Lassance (*)
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Nada como um dia após o outro. De repente, não mais que de repente, um editorial de O Globo considera o padrão Moro de "justiça" muito perigoso.



No texto "Lava-Jato inspira proposta de mudança na Justiça", o jornal relata que juízes, "Sérgio Moro um deles, defendem que penas sejam cumpridas a partir da sentença de primeira instância, ideia perigosa, mas que Congresso precisa debater".

sábado, 4 de abril de 2015

Erros de Dilma, Lula e PT ameaçam projeto político

Ex-presidente já se preocupa em defender legado político

Kennedy Alencar
São Paulo
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O ex-presidente Lula tem consciência de que o fracasso do governo Dilma tende a inviabilizar a sua eventual candidatura à Presidência em 2018. Ele também está preocupado com o crescente desgaste do PT, que virou uma espécie de “Geni”. Razão: no cada vez mais provável cenário de alternância de poder daqui a quatro anos, sua herança política poderá ser desconstruída.

Diante da dura realidade, a única saída pública que Lula encontrou foi defender o governo Dilma, apontar alguns erros da sucessora e criticar os opositores e a imprensa. Esse roteiro foi seguido à risca, na terça-feira à noite, num evento partidário em São Paulo: em meio a alfinetadas nos tucanos e na mídia, o ex-presidente fez uma defesa enfática do PT, do governo e de Dilma Rousseff.

No entanto, convém lembrar que a oposição e a imprensa não inventaram o escândalo da Lava Jato nem foram responsáveis pela política econômica desastrada do primeiro mandato de Dilma.



O que Lula está fazendo deve ser entendido no contexto do debate político para tentar salvar o seu legado na Presidência e impedir que o PT definhe como uma das principais forças partidárias do Brasil. Carismático, está cumprindo o seu papel de líder inconteste de um campo de forças. É a política como ela é.

sábado, 28 de março de 2015

Janine antes de ser Ministro

Como pensava o ministro da Educação antes de ser ministro da Educação.

Será que desejamos o impossível?


Por Renato Janine Ribeiro

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Um principio básico da ciência e que, quando uma hipótese não explica os fenômenos, devemos procurar outra que de melhor conta deles. Este principio me ocorreu ha poucos dias. Afinal, quase todos os analistas, eu inclusive, temos criticado a presidente da Republica por seu estilo de pouca negociação. Ate ficamos espantados: como sobe a presidência alguém que ignora princípios tão elementares? Mas ai parei. Nunca e bom apostar na ignorância ou inépcia daquele a quem criticamos. Pode ser que Dilma Rousseff erre sim ao não negociar, ao não fazer politica. Só que...

Se isso não for obvio? Se nosso ponto de partida estiver errado?

domingo, 22 de março de 2015

O Vitória e sua diretoria Tricolor

A Derrota do Vitória para o Colo-Colo neste sábado 21 de Março foi a crônica de uma morte anunciada.

Não por perder para o Col-Colo, que já é "useiro e vezeiro" de atrapalhar as caminhadas do Vitória. Aliás, parabéns ao Tigre de Ilhéus.

É porque o Vitória está vivendo seus dias de Marcelo Guimarães.

Para quem não sabe, Marcelo Guimarães (o pai e depois o filho) foram os diretores do Bahia na década passada e início desta que conseguiram algumas proezas como tirar o Bahia da série A por 7 anos (dois deles na série C), e passar 10 anos sem vencer o campeonato baiano.

Parece que o Vitória ensaia o mesmo caminho com a atual direção do clube. A sensação é de que o empenho é grande em destruir tudo o que foi construído no Vitória ao longo dos anos, acuando o time e o clube, e forçando-o a descer. De divisão, de qualidade, de finanças, de tudo.

O Leão, cada vez maisuma fera assustada
O sinal vermelho a respeito da gestão temerária que este grupo está fazendo no Rubro-Negro foi ligado ano passado quando reforçaram o Bahia três vezes seguidas: cederam Uélinton, depois cederam Max Biancuchi e, para completar, trouxeram de lá o "Caveirão" Souza.

O Bahia passou a ir a campo reforçado em três posições exatamente por causa das estranhas decisões da diretoria do Vitória.

Enquanto o Bahia revela jogadores como Gabriel, Talisca e, agora, um goleiro promissor, a divisão de base, outrora orgulho do Vitória, como vai? Qual foi o último talento revelado?

sábado, 21 de março de 2015

O Baseado da Discórdia

Há muito tempo os estudantes universitários fumam Maconha.

Não é novidade, e não é segredo para ninguém. Dentro dos Campi o consumo é tolerado com naturalidade. Na UESC, por exemplo, é famosa a referência à "fumacinha do Bosque", com respeito aos que lá vão se divertir com um baseado.

Fumar Maconha não deveria ser crime. Mas é. E, até que mudemos a Lei, continuará sendo. Então, que existam locais de tolerância, como os Campi Universitários, parece uma boa solução.

Mas tudo tem seu preço. A Maconha voltará a este texto mais adiante.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Dia 15 vem aí

Estamos nos avizinhando de um dia histórico. O dia 15/03/2015 será marcante na história do Brasil. Parece que, pela segunda vez, os brasileiros estarão nas ruas para pedir a deposição de um presidente.

Eu, pessoalmente, estarei alheio a isso. Primeiro, porque não tenho qualquer simpatia pelo movimento “fora Dilma”, por motivos que explicarei abaixo. Segundo, porque haverá corrida de Fórmula 1 na madrugada, abertura da temporada. Isto provavelmente me deixará sonolento durante todo o dia.

Mas provavelmente minha ausência não será percebida pela maioria das pessoas.
Pressão intensa e crescente pela deposição de Dilma. Porque?
A legitimidade do movimento é inquestionável. Aliás, dos dois movimentos. É facultado, democraticamente, que se vá às ruas tanto para se manifestar favorável quanto para se manifestar contrário a qualquer causa. Isto é do Bê-A-Bá da Democracia.

quinta-feira, 5 de março de 2015

De pernas para o ar, Brasília assusta o Brasil


Ricardo Kotsho
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Em qualquer situação, ao fazer nossas escolhas, começamos sempre com 50% de chances de acertar e 50% de errar. É da natureza humana. Depende das opções que adotamos. Foge a esta regra o que acontece com o governo Dilma-2: desde a sua posse para o segundo mandato, isolada e autossuficiente, a presidente tem conseguido errar 100%.



Na montagem do ministério, no lançamento do pacote fiscal, na sua relação com os partidos da base aliada e com o Congresso Nacional, Dilma não acerta uma, não dá uma bola dentro. Conseguiu, em apenas dois meses, montar uma sólida unanimidade _ contra ela e seu governo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O problema do Barômetro

Muitos conhecerão esta história, antiga, talvez verídica, que teria se passado num exame de Física da Universidade de Copenhague.

"Há algum tempo recebi um convite de um colega para servir de árbitro na revisão de uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de Física, que recebera nota 'zero'. O aluno contestava tal conceito, alegando que merecia nota máxima pela resposta, a não ser que houvesse uma 'conspiração do sistema' contra ele. Professor e aluno concordaram em submeter o problema a um juiz imparcial, e eu fui o escolhido.

Chegando à sala de meu colega, li a questão da prova, que dizia: 'Mostrar como pode-se determinar a altura de um edifício bem alto com o auxilio de um barômetro.' A resposta do estudante foi a seguinte:

'Leve o barômetro ao alto do edifício e amarre uma corda nele; baixe o barômetro até a calçada e em seguida levante, medindo o comprimento da corda; este comprimento será igual à altura do edifício.'

Sem dúvida era uma resposta interessante, e de alguma forma correta, pois satisfazia o enunciado. Por instantes vacilei quanto ao veredito. Recompondo-me rapidamente, disse ao estudante que ele tinha forte razão para ter nota máxima, já que havia respondido a questão completa e corretamente. Entretanto, se ele tirasse nota máxima, estaria caracterizada uma aprovação em um curso de Física, mas a resposta não confirmava isso. Sugeri então que fizesse uma outra tentativa para responder a questão. Não me surpreendi quando meu colega concordou, mas sim quando o estudante resolveu encarar aquilo que eu imaginei lhe seria um bom desafio. Segundo o acordo, ele teria seis minutos para responder a questão, isto após ter sido prevenido de que sua resposta deveria mostrar, necessariamente, algum conhecimento de Física.

Passados cinco minutos ele não havia escrito nada, apenas olhava pensativamente para o forro da sala. Perguntei-lhe então se desejava desistir, pois eu tinha um compromisso logo em seguida, e não tinha tempo a perder.Mais surpreso ainda fiquei quando o estudante anunciou que não havia desistido. Na realidade tinha muitas respostas, e estava justamente escolhendo a melhor. Desculpei-me pela interrupção e solicitei que continuasse.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Manifesto: O QUE ESTÁ EM JOGO AGORA

A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.

Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O PT acabou? Viva o PT!

Wagner Iglecias
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A moda desse verão na bolsa de apostas da política nacional é dizer que o PT tá indo pro brejo. Será? Militantes e simpatizantes do partido dirão que não, que isso é um absurdo. Adversários batem o pé que sim. Acho eu, para usar uma expressão chique, que tem uma boa dose de wishfull thinking nisso tudo, tanto de um lado como de outro. Uns ainda sonhando com um PT que já não existe mais. Outros destilando seu ódio costumeiro ao partido que é a referência central da política brasileira neste século.

Pesquisa Datafolha publicada neste domingo informa que 71% dos brasileiros não têm preferência por partido nenhum. E que entre os que têm, 12% preferem o PT. É uma queda vertiginosa, se comparada a outubro passado, quando 22% disseram optar pela legenda. O problema é que os demais partidos empolgam menos ainda o brasileiro: apenas 5% dizem preferir o PSDB (eram 7% em outubro) e menos gente ainda, 4%, cita o PMDB (mesmo percentual de outubro).

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Nenhum governo resiste ao vácuo de poder


Luís Nassif
Original aqui


Há um perigoso vácuo  de poder no governo Dilma Rousseff.

No dia seguinte à eleição de Dilma, a oposição inaugurou o terceiro turno, uma guerra implacável de desestabilização.

Criou-se um problema a mais em um cenário já complexo, com problemas fiscais, economia estagnada, contas externas deficitárias, o desemprego começando a se apresentar.

Dilma tem um conjunto de questões para administrar, divididas da seguinte maneira:

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

40 anos atrás

Émerson era bi-campeão, e seguiria na Mclarem mas enfrentando um rival á altura: Niki Lauda, e a Ferrari. Acabaria em segundo lugar.

Como em segundo lugar terminou no GP do Brasil, vencido por José Carlos Pace.

Ver a Brabham (sim, a pintura parece com a da Williams de hoje em dia, mas era a Brabham), a Mclarem, a Tyrrel, a Lotus e a Ferrari daqueles tempos é emocionante.

E ver a primeira dobradinha do Brasil na Fórmula 1 também.




40 anos atrás...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

domingo, 18 de janeiro de 2015

Quatro anos de desafios e conquistas

Márcio Holland (da Folha)
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Mesmo na adversidade, colocamos em prática medidas que devem, ao longo do tempo, gerar resultados positivos para a economia

A economia brasileira experimentou quatro anos de grandes desafios. Logo no começo de 2011, foi preciso enfrentar o diagnóstico de que a economia estava superaquecida, além de a inflação ter se acelerado de 2009 para 2010.

Depois do derretimento global de 2008 para 2009, o mundo ensaiava voltar a crescer. De posse desse diagnóstico, foi desenhado um programa de consolidação fiscal, que levou o superavit primário a 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto).

A crise financeira internacional de 2008 havia adquirido outros contornos, particularmente na zona do euro e na periferia da Europa. Após crescer 10,4%, a China começou a desacelerar para um crescimento em torno de 7,5%. O crescimento do comércio mundial se retraiu e as taxas de desemprego aumentaram.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A crise do modelo político brasileiro

Por Luis Nassif
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Há alguma coisa de muito errado no modelo político-administrativo brasileiro.



Ontem, o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro entrou com uma ação contra o reajuste das passagens de ônibus. Tempos atrás, um procurador federal de Goiás pretendeu proibir toda propaganda oficial sobre a Copa. No ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo chegou ao cúmulo de vetar reajustes de IPTU (Imposto Territorial e Urbano), que são prerrogativa da Prefeitura.

Entre dia e sai dia e o TCU (Tribunal de Contas da União) avança além das chinelas e interfere em decisões de políticas públicas. No Congresso, qualquer muxoxo de bancadas reverte em vetos a decisões do Executivo.

A ideia de que todo o poder emana do povo e cabe aos eleitos exerce-lo há muito foi atropelada por um cipoal político-jurídico que enfraquece radicalmente os detentores de voto. Não se trata apenas do tal presidencialismo de coalizão, mas de uma fraqueza institucional muito maior do presidencialismo.

Essas distorções transformaram em normalidade verdadeiras aberrações políticas e jurídicas.

Aceitam-se como normais vazamentos de inquéritos sigilosos. O próprio Procurador Geral da República trata como evento normal e incontrolável.

Aceitam-se que Ministros do STF atuem como empresários junto a setores com interesses nos julgamentos do STF e do Conselho Nacional de Justiça.

Aceitam-se que Ministros do TCU e PGRs guardem processos na gaveta, tornando os investigados reféns de suas decisões.

Qualquer factoide da mídia é imediatamente transformado em representação, alimentando escândalos sem base - como ocorreu com o assassinato de reputação do ex-deputado Gabriel Chalita, convalidado pelo PGR Roberto Gurgel.

Esse quadro é agravado pela anomia política do governo federal, pela falta de afirmação do Ministério da Justiça.

Há algo de muito errado com o modelo político brasileiro.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

As origens históricas do unilateralismo norte-americano

Fabio Oliveira Ribeiro

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O governo Obama se esforçou para tentar restaurar a credibilidade dos EUA fortalecendo os organismos multilaterais e renunciando, ainda que de forma hesitante, ao unilateralismo de seu predecessor. George W. Bush Jr. havia transformado o unilateralismo aliado ao "big stick" na sua única política externa. Após declarar que "Quem não está conosco está contra nós" Bush Jr. começou duas guerras (Afeganistão e Iraque) e ameaçou iniciar outras (contra Irã e Coréia do Norte).