Pesquisar

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz 2013!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Relendo o Presépio

Emanoel Cândido do Amaral, junto com um bocado de cordel, nos dá uma leitura brasileiríssima do Presépio Natalino.


domingo, 23 de dezembro de 2012

O Grego e a Circunferência da Terra


Naquele tempo se supunha que a Terra era plana. Não é difícil se imaginar o porquê: a Terra parecia plana como uma mesa sob qualquer ponto de vista. A observação que se fazia a respeito dava conta de uma grande superfície chata, onde se distribuíam pessoas, cidades, animais, plantas, estradas e tudo o mais. Qualquer hipótese de que não fosse assim, chata, parecia inverossímil; não se coadunava aos fatos.

Haviam, porém, os que suspeitavam do contrário; talvez a Terra fosse, afinal, redonda. Talvez “em baixo”e “em cima” fossem apenas condições relativas à posição do observador no Planeta. Todavia, se todos os fatos e observações sugeriam o contrário, como fazer para sustentar esta frágil hipótese?

Eratóstenes viveu no Egito entre os anos 276 e 194 antes de cristo. Ele era bibliotecário-chefe na Biblioteca de Alexandria. E lá, um dia, Eratóstenes se deparou com um relato: uma vara fincada em Siena ao meio-dia do solstício de verão não produzia nenhuma sombra. Esta informação parecia inútil, a princípio. Eratóstenes fez, porém, um experimento: mediu o comprimento da sombra de uma vareta ao meio-dia do solstício. Em Siena e em Alexandria. O relógio era unificado entre todas as cidades daquela região.

Eratóstenes observou que a varinha de Siena não produzia, de fato, qualquer sombra. Todavia, a que estava em Alexandria sim. E isso era um fato que absolutamente negava a hipótese de que a terra fosse plana. Pois se assim fosse, as varinhas deveriam sempre, independente de sua localização, produzir a mesma quantidade de sombra em relação ao seu tamanho.

A figura abaixo mostra o que deveria ser observado caso a Terra fosse realmente plana: as sombras das duas varinhas deveriam ser iguais. Mas não eram.

Como deveriam ser as sombras se a Terra fosse plana

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O que é mesmo


O que é (mesmo) intolerável, inaceitável, incompreensível..

Paulo Moreira Leite

Original aqui.

Não há motivo para surpresa no voto de Celso de Mello, autorizado o Supremo a cassar o mandato de parlamentares. Embora a decisão contrarie o artigo 55 da Constituição, que determina expressamente que cabe a Câmara cassar o mandato de deputados – e ao Senado, fazer o mesmo com senadores – este voto era previsível.

A maior surpresa veio depois. Após anunciar seu voto, Celso de Mello declarou que qualquer reação do Congresso, contrariando sua decisão, será “intolerável, inaceitável e incompreensível.” Ele ainda definiu que seria “politicamente irresponsável” e “juridicamente inaceitável.” Mais: seria uma “insubordinação”.

São palavras que pressupõem uma relação de autoridade entre poderes. Celso de Mello disse que há atitudes que o STF pode tolerar ou não.

Pode compreender, aceitar ou não. Quem fala em insubordinação fala em hierarquia.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

GT Brasil: vencer sem ser vencedor

Cacá Bueno é o melhor piloto brasileiro de Turismo hoje. Seus resultados impressionam: títulos na Stock Car, na Linea Cup, na dificílima TC 2000 Argentina.

Ele goza da antipatia de muitos torcedores e esportistas por ser filho de Galvão Bueno. Mas a bem da verdade, além do sobrenome e de uma genética óbvia, nada há de Galvão em Cacá.

O piloto trilhou sua própria carreira, acertando e errando, e com competência foi conquistando o respeito que hoje tem. Ser filho de Galvão é algo que não ajuda em nada depois que se põe a balaclava e o capacete. A partir daí é o talento, o arrojo, a estratégia, o acerto, o sangue frio, a precisão. Tudo isso Cacá tem de sobra. Mais que todos os adversários que alinham contra si.

Mas Cacá Bueno tem outra característica marcante: ele fala. Não esconde rancores, frustrações, alegrias, decepções, desavenças. Ano passado, quando conquistou seu quarto título na Stock Car, disse que Marcos Gomes, apesar de filho de um grande campeão, não é um grande campeão. Eles dois haviam se tocado na última volta da última corrida.

Cacá exagera às vezes. Mas em outras tantas tem toda razão.

Esse ano a temporada do GT Brasil terminou de forma polêmica. A dupla Cacá Bueno e Claudio Dahruj venceu a última prova em Interlagos, e o título foi deles por algum tempo mas, na última volta, quem ficou com o título foi Duda Rosa e Cléber Faria, da Mercedes. A dupla tirou uma vantagem de mais de 35 segundos para a Ferrari de Claudio Ricci e Rafael Derani, e assim somaram os pontos que lhe deram o título. Vale ressaltar que as equipes têm a parceria técnica da preparadora CRT.
Cacá Bueno: sem papas na língua

sábado, 15 de dezembro de 2012

Campeão





Falar lá, para ser ouvida cá


Original aqui.

Dilma parece ter descoberto que só vai conseguir mesmo ser ouvida direito na mídia internacional

Há algo de muito errado ou na presidenta Dilma ou na mídia brasileira quando, para dar uma entrevista relevante, ela opta por publicações estrangeiras, como foi o caso, agora, do Le Monde.
Dilma e Hollande: a imprensa internacional é um interlocutor mais honesto?
Faça sua escolha.

Imaginemos que Dilma considerasse a mídia brasileira para falar o que pensa sobre a questão da corrupção e do cerco a Lula.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Cassar ou não Cassar


Ninguém quer manter Deputado alguém que a Justiça declarou criminoso. Mas pior que isso é se permitir atropelar as Leis, qualquer que seja a causa.

Uma celeuma desnecessária está se avizinhando entre o STF e a câmara dos deputados. De um lado o ministro Joaquim Barbosa defende que os deputados condenados na ação penal 470, chamada de “Mensalão”, percam seus mandatos por determinação do STF.

Barbosa X Maia: STF quer cassar deputados à revelia da Constituição

domingo, 9 de dezembro de 2012

Just Drive

Uma homenagem honesta, mostrando os acertos e os erros, as ações grandiosas e mesquinhas, o esportista e o homem. Que fez muito, tanto mais que qualquer outro.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Dave Brubeck

Parecia que o Jazz, devido às suas origens era para ser tocado, com excelência, apenas por negros.

De fato a mair parte dos gênios do Jazz são negros. Mas não é algo que se leva no Gene.

Se for, então este aqui era ungido pelos deuses. Uma aberração da natureza.

Deve ser mesmo. Dave Brubeck escrevia poesia em forma de música. Sedutoramente encantadora, ela vai invadindo a alma das pessoas, a partir dos ouvidos, e nos faz escravos.

Take Five.



The Duke

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Nos tempos do Engavetador


Ou "Refrescando (a memória de) Fernando Henrique Cardoso".

Original aqui.

O que é mais vergonhoso para um presidente da República? Ter as ações de seu governo investigadas e os responsáveis, punidos, ou varrer tudo para debaixo do tapete? Eis a diferença entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva: durante o governo do primeiro, nenhuma denúncia –e foram muitas– foi investigada; ninguém foi punido. O segundo está tendo que cortar agora na própria carne por seus erros e de seu governo simplesmente porque deu autonomia aos órgãos de investigação, como a Polícia Federal e o Ministério Público. O que é mais republicano? Descobrir malfeitos ou encobri-los?

FHC, durante os oito anos de mandato, foi beneficiado, sim, ao contrário de Lula, pelo olhar condescendente dos órgãos públicos investigadores. Seu procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era conhecido pela alcunha vexaminosa de “engavetador-geral da República”. O caso mais gritante de corrupção do governo FHC, em tudo similar ao “mensalão”, a compra de votos para a emenda da reeleição, nunca chegou ao Supremo Tribunal Federal nem seus responsáveis foram punidos porque o procurador-geral simplesmente arquivou o caso. Arquivou! Um escândalo.
Geraldo Brindeiro: apelidado de "Engavetador Geral" da República.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Ba e VI 2013: ou vai ou racha

O ano de 2012 está encerrado, em termos esportivos, para a dupla Bahia e Vitória.

Este comemorando o acesso, enquanto aquele comemora o não-decesso. O que, a princípio, parece pouco, a se medir as tradições dos dois clubes. Todavia, tais tarefas revelaram-se hercúleas para quem viu os respectivos dramas se desenrolarem até a última rodada dos campeonatos brasileiros das séries A e B. Foi muita Sorte que manteve Bahia e Vitória na série A em 2013.

Ambos precisam pagar pelos seus êxitos à Sagrada Colina.

Agora a dupla BA-VI tem um ano decisivo pela frente. 2013 pode ser o ano da redenção do futebol da Bahia.

Ou de mais uma derrocada.

2013: redenção ou derrocada

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Oposição de verdade

O Senador do PSDB da Paraíba, Cássio Cunha Lima, dá um excelente exemplo de oposição coerente, construtiva e responsável. Cássio desnuda o descompromisso, até desumanidade, do governo federal no tocante à gestão da atual seca do Nordeste.




A Seca que se vive no Nordeste é a pior dos últimos 40 anos. Enquanto ela assola a região implacavelmente, nenhum projeto concreto do governo Federal é levado a cabo. Particularmente chama à atenção as obras da transposição do Rio São Francisco. Depois de mil disputas com grupos "ambientalistas" e movimentos "sociais", o governo simplesmente deixou o projeto de lado.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Big

Em português ficou "Quero ser grande".

O filme fala de um garoto que de fez um pedido numa máquina mágica e, de repente, viu-se um adulto. O enredo, já tantas vezes revisitado, foi tratado no filme sem quase nenhuma nota que mereça destaque.

Exceto pela cena abaixo.

domingo, 25 de novembro de 2012

Eletrizante


A conquista de Sebastian Vettel era previsível, dadas as probabilidades antes do Grande Prêmio em Interlagos. Mas parecia uma decisão insossa. Ninguém apostaria que estava sendo preparada uma corrida tão interessante.

Logo, novos ingredientes começaram a se juntar a este cenário.

O toque na largada não foi culpa de nenhum dos dois envolvidos: Vettel estava tentando encontrar um lugar seguro para manter seu carro longe de encrencas, e Bruno Senna tentou aproveitar uma brecha que surgiu à sua frente logo após a reta oposta. Ninguém errou, mas foi o começo do drama. O dano no Red Bull não foi decisivo, mas com certeza atrapalhou seu desempenho. Além disso, doravante seria uma corrida de recuperação.
Red Bull de Sebastian Vettel com o assoalho danificado desde a 1a volta
A partir de então Seb teve que mostrar de que é feito um campeão mundial.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Na viagem à Espanha, Dilma inverte os papéis



Por Marco Antonio L.



Original aqui.

Nem faz tanto tempo, o Brasil fazia papel de gandula e de pedinte na cena política internacional.

Na viagem de quatro dias à Espanha para participar da 22ª Cúpula Ibero-Americana, encerrada nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff mostrou que o Brasil inverteu estes papéis nos últimos anos.

De devedores a credores do FMI, percorremos um longo caminho de afirmação até Dilma entrar no Palácio Real para ouvir do rei da Espanha, Juan Carlos, um pedido para o Brasil contratar mais profissionais espanhóis, que enfrentam um dos índices mais altos de desemprego da Europa, e aumentar os investimentos das empresas brasileiras no país.

Quem poderia imaginar o rei da Espanha pedindo ajuda ao Brasil para tirar o país da maior crise da sua história recente?
Juan Carlos, rei de Espanha, precisando da ajuda do Brasil
Acontecia exatamente o contrário até outro dia, quando levas de  brasileiros deixavam o nosso país em busca de emprego na Europa, e capitais espanhóis investidos aqui batiam em 80 bilhões de dólares.

domingo, 18 de novembro de 2012

Porto Sul, IBAMA, MPF e licenças

Esta eu li no Blog do Thame (aqui). Parece um pouco utópico da parte do autor, mas é de muito bom senso. Tomara que coim mais vozes ecoando, mais ouvidos ouçam.

Porto Sul: chega de radicalismos, é hora de união
por Daniel Thame


Porto Sul (fonte: Blog do Thame)
ONGs ambientalistas lançaram um novo abaixo-assinado pedindo paralisação do processo de licenciamento ambiental do Porto Sul.  O documento repete argumentos fantasiosos, a exemplo daquele que diz que o Complexo Intermodal é investimento com recursos públicos para beneficiar empresas privadas e que a atividade portuária interferirá negativamente no desenvolvimento do turismo de Ilhéus e do litoral sul da Bahia.

O documento alega ainda que o EIA/Rima não teve divulgação adequada e pede a realização de nova audiência pública.

Felizmente, prevaleceu o bom senso e o Ibama acaba de conceder a  Licença Prévia para a implantação do projeto.

Não se trata de criminalizar o movimento ambientalista, até porque foi na discussão aberta com ONGs e demais representações da sociedade que o projeto evoluiu até o ponto em que se encontra hoje. Mas a hora de discutir já passou. O Ibama atesta que nenhum outro projeto portuário foi tão debatido com a sociedade organizada  quanto o Porto Sul.

O momento pede união e esforços concentrados para que o projeto saia do papel e seja definitivamente implantado, beneficiando toda a região, trazendo desenvolvimento social, econômico e ambiental.

Chega de radicalismos. Sim, porque o maior perigo para a Mata Atlântica está na pobreza. A mata na região sul da Bahia foi dizimada por que famílias de desempregados precisavam de local para morar, de caça para comer. Estas famílias produziram lixo jogado no leito de córregos e rios, afetando a qualidade destas águas.

O projeto do Porto Sul evoluiu e os ambientalistas têm muito a comemorar. O que era para ser um mineroduto de 500 quilômetros, alimentado com a água do São Francisco se transformou em ferrovia. A localização do porto foi alterada para aumentar a preservação de corais e animais marinhos. Ibama e Ministério Público têm informações profundas e detalhadas sobre o projeto, o que aumenta seus poderes de fiscalização e consequentemente a força para paralisar e suspender a obra caso haja qualquer descumprimento por parte dos empreendedores.

No lugar do radicalismo,  o momento pede racionalidade. Agora, é mais inteligente para os ambientalistas e para a sociedade discutir os condicionantes, não aqueles pensados para inviabilizar o Porto Sul, mas sim os que garantam de fato investimentos sociais e ambientais que signifiquem redistribuição das riquezas a serem geradas pelo complexo.

Não se iludam, o cobertor é curtíssimo. Ilhéus não tem recursos suficientes para, por exemplo, interligar todas as residências a um sistema de esgotamento sanitário. Os ambientalistas sabem que o esgoto não tratado é um dos maiores perigos ao ecossistema. O Governo do Estado tem um pouco mais de dinheiro, mas precisa atender 417 municípios. A União, um pouco mais ainda de recursos, mas atende a 5.550 cidades.

Logo, os investimentos são feitos em locais onde podem se potencializar. Ilhéus e região podem se tornar alvo prioritário dos investimentos estaduais e federais em esgotamento sanitário, qualificação de mão de obra, infraestrutura urbana, incluindo áreas de lazer e de preservação ambiental, a fim de assegurar melhoria na qualidade de vida de seus habitantes.

Sem o Porto Sul e sem a Ferrovia Oeste Leste,  o Sul da Bahia apenas assistirá ao desenvolvimento de outras localidades, lembrando um passado de riqueza cada vez mais afastado do presente e um futuro de desenvolvimento transformado em uma vaga miragem.

Ao contrário do que dizem os radicais do movimento ambientalista, o governo cedeu em diversos pontos. E as condições que as obras saiam do papel são as melhores possíveis, mais vantajosas que outras pensadas para o restante do brasil. É um investimento sem risco, de retorno garantido. Isso porque só a operação da Bamin já garante que a Fiol e o porto serão superavitários.

Além da mineradora, existe toda a produção de grãos, pecuária e outros produtos do Oeste Baiano, do Tocantins e do Mato Grosso. Ilhéus, dotada de amplo complexo logístico, tende a se tornar importante entreposto entre as rotas de comércio mundial Norte-Sul e Leste-Oeste. É só observar o mapa e ver as imensas possibilidades que se descortinam para o Sul da Bahia.

Entretanto, tudo não passará de ilusão caso o radicalismo continue a prevalecer. Vamos lutar pelo Porto Sul, exigir condicionantes que verdadeiramente induzam ao desenvolvimento local e fiscalizar a implantação da obra e cumprimento das nossas próprias exigências.

É isto que o momento exige. Chega de assembleísmo, de discussões radicais repletas de falsas premissas e meias verdades.

Vamos nos unir para transformar o Sul da Bahia num polo desenvolvimento que verdadeiramente garanta qualidade vida para seus moradores.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Chico Caruso

A proclamação da república federativa do Brasil tem duas facetas, entre tantas, que merecem alguma consideração.

A primeira é o óbvio: estabeleceu-se a República, superou-se a Monarquia. O Brasil passou a ter um chefe do executivo eleito, embora nem sempre isso tenha sido respeitado, bem como as duas câmaras do legislativo. A partir daí as forças políticas que se somaram guiaram o país em sua caminhada de pouco mais de um século como república, até onde está hoje.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Veja que lixo!


Um pequeno texto do deputado federal Jean Wyllys, do PSOL, falando sobre mais uma infeliz matéria da revista Veja, dessa vez jogando sua truculência sobre homossexuais. Só peço perdão ao deputado, aos homossexuais e ao movimento LGBT por manter a Tag homossexualismo aqui neste blog. Trata-se de uma expressão consagrada e, ao contrário do deputado, não vejo nada de pejorativo nela.
-----------------------------------------------------------------------
Veja que lixo!

Por Jean Wyllys - Deputado Federal(PSOL-RJ)



Eu havia prometido não responder à coluna do ex-diretor de redação de Veja, José Roberto Guzzo, para não ampliar a voz dos imbecis. Mas foram tantos os pedidos, tão sinceros, tão sentidos, que eu dominei meu asco e decidi responder.

A coluna publicada na edição desta semana do libelo da editora Abril — e que trata sobre o relacionamento dele com uma cabra e sua rejeição ao espinafre, e usa esses exemplos de sua vida pessoal como desculpa para injuriar os homossexuais — é um monumento à ignorância, ao mal gosto e ao preconceito.

sábado, 10 de novembro de 2012

Vergonha na História do Vitória

É indizível o tamanho da decepção que o time do Vitória proporcionou aos seus torcedores em deixar escapar o título da série B depois de ter aberto 7 pontos de vantagem sobre o segundo colocado.

Mas isso não é tudo.

De fato, para qualquer torcedor rubro-negro, a perda deste título é imperdoável, dadas as condições que foram alcançadas ao longo do campeonato. Uma grande decepção. Todavia este não é, nem de longe, o pior cenário possível.

Ocorre que o próprio acesso está concretamente ameaçado. Aliás, muito ameaçado. Principalmente porque o Vitória hoje é uma equipe medrosa, sem confiança, sem nenhuma capacidade de se opor a qualquer adversário, por mais frágil que seja.
Qualquer lesma aterroriza o Leão

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Morte e Vida Severina - Animação

A obra de João Cabral de Melo Neto é uma daquelas para se ver e rever várias vezes, em idades diferentes, em momentos diferentes. A cada ocasião, uma leitura própria.




Agora a TV Escola põe esta obra em forma de animação. O traço (influência inegável de Portinari), as imagens em preto e branco, as dublagens e os efeitos sonoros, todos simples e diretos, completam o cenário. Tão fiel, tão cruel.

Severino.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Bom exemplo

Vem da Venezuela um exemplo muito legal de um programa que distribui oportunidades aos jovens e prazer aos ouvidos.



Acho que o Brasil poderia desenvolver programas assim. Quanto mais houver fomento à Arte e ao Esporte, mais pessoas poderão viver dessas atividades.

É o que se chama, em inglês, a win win game, já que ganham os beneficiados e ganham (os ouvidos de) todos demais.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sorte sem tamanho

Esse cara do vídeo nasceu de novo. Ao que consta, aconteceu na Rússia. Muita irresponsabilidade, muita imperícia ou muita vodca.

Provavelmente tudo isso junto e mais.

Muita sorte também.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A nova Revolução

Uma das maiores conquistas das civilizações modernas é a Democracia. Muitas vezes ouço argumentos mirabolantes que apontam a Democracia como uma mera peça a serviço do Capitalismo. Mas pessoalmente penso que ela traz em si um elemento dialético relevante: concebida dentro do modelo liberal, pode ser o principal agente de reformulação ou mesmo superação deste.

Como se vê acontecendo na Islândia, apesar da (lamentável) inscipiência de notícias a respeito.

Lá se assiste a uma resposta dura, à crise, mas principalmente aos agentes causadores da crise.

Naquela pequena ilha ao norte da Europa o Capitalismo sofreu um duríssimo golpe: o país nacionalizou os bancos, enquadrou e aprisionou legalmente os responsáveis pela crise econômica, instituiu uma nova assembléia constituinte e, principalmente, decidiu que não sujeitará seus cidadãos às tais medidas de "austeridade" que pululam em outros países europeus.

A melhor parte: tudo isto foi feito dentro de um contexto de participação popular e plena Democracia. Sem golpes, sem revoluções armadas, sem cerceamento ilegal de direitos, sem ditaduras.




Um exemplo para o Mundo, que a imprensa do mundo ainda insiste em ignorar.


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

As camisas do PT


O cenário político que se desenha para o Brasil é um tanto incômodo: numa democracia, o pior que pode haver é a falta de oposição.

A iminente derrocada de José Serra em São Paulo vai trazer, ao PSDB, mais danos do que a princípio se analisa. É a pá de cal numa oposição que jamais, desde que Lula assumiu a presidência em 2002, conseguiu encontrar um discurso coerente.
A difícil situação do PSDB

domingo, 21 de outubro de 2012

O que há de bom na América



Há muito tempo ouvi de um professor que a melhor música popular do mundo é a dos Estados Unidos. Na época, um tanto confuso com o conceito de "música popular", e um tanto turvado por minha queda pelas ideias marxistas, duvidei.

Não sei se é a melhor. Mas hoje sei que é muito boa.

sábado, 20 de outubro de 2012

Adeus, Jacarepaguá

Jacarepaguá agora é uma lápide, uma lembrança, um lamento.
O melhor traçado de corridas que o Brasil já teve. A única pista oval. O palco de momentos inesquecíveis, embora nem todos exatamente agradáveis. Reverenciada como uma meca do automobilismo em seu tempo.

Graças à avidez da especulação imobiliária, que se traveste de "investimento olímpico", e à estupidez - desculpem não ter uma palavra mais polida para usar - dos administradores do Rio de Janeiro, chegamos ao Fim.

O autódromo de Jacarepaguá não existe mais.


sábado, 13 de outubro de 2012

Custo/Benefício dos vereadores


O texto é um tanto conservador, e exagera em algumas considerações. Mas há constatações interessantes.

Original aqui.

A farra das Câmaras Municipais: até quando?


Fr. Marcos Sassatelli

Vejam que absurdo! "As Câmaras Municipais, apesar de próximas fisicamente dos moradores, são o Poder menos transparente, o mais vulnerável à corrupção, o que menos presta contas aos eleitores e um dos mais caros aos cofres públicos. O custo dos legislativos nos 5.565 municípios brasileiros ficou em quase R$ 10 bilhões (R$ 9,5 bilhões) em 2011, considerando apenas as despesas declaradas”. E ainda: "Este custo anual poderá ultrapassar os R$ 15 bilhões em 2013” (O Popular, 09/09/12, p. 18).
Como amostra desse descalabro com o dinheiro público, cito a Câmara Municipal de Goiânia. "Ao custo de R$ 206,35 milhões desde o início de 2009 até agosto deste ano, a Câmara de Goiânia gastou aproximadamente R$ 5,89 milhões com cada um dos 35 vereadores que foram escolhidos pelos 845.321 eleitores que a capital possuía em 2008”.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Era de Tony...

Mas automobilismo é assim: a crueldade sempre ronda.

Tony Stewart, (carro 14) conseguiu se posicionar à frente na prova de Talladega da Nascar Sprint Cup exatamente na hora certa: iniciando a última volta.

E nesta mesma última volta, na última curva, uma manobra equivocada de Mark Martin (carro 55) põe tudo a perder. Para Tony, para si mesmo e para outros 23 carros.

É interessante esperar para ver quem, afinal, consegue sobreviver e receber a bandeirada.


Ah! A vitória foi de Matt Kenseth, com o carro 17.

(atualizando) Depois de assistir com calma, achei que a culpa do acidente foi do próprio Tony, que manobrou muito tarde para defender a posição, e Mark Martin não conseguiu evitar o toque.

sábado, 6 de outubro de 2012

Outra Charge

Sidney Falcão. Muito inteligente.

Frente à esta ameaça, a meu ver totalmente descabida e por isso mesmo condenada ao fracasso, de que na Copa do Mundo não se possa vender acarajé nas imediações dos jogos.

Não haveria falta de respeito maior, não haveria submissão maior, não haveria crueldade maior. Os baianos não aceitarão, e qualquer pessoa que tenha juízo não insistirá na ideia.

Mas, por enquanto, tratemos o assunto como ele merece: uma pilhéria.

Seria o AcaraDonald's ou o MacArajé?

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Máquinas e Humanos


Numa recente entrevista à Folha (leia aqui), o inventor e pesquisador americano Ray Kurzweil, afirma que "as máquinas vão imitar indistinguivelmente o comportamento de uma pessoa". Mais audacioso,  Kurzweil marcou a data em que isto acontecerá: precisamente no ano de 2039.

Ray Kurzweil prevê máquinas indistinguíveis dos humanos em 2039

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Terroristas de ocasião


Zanuja Castelo Branco

Original aqui.

Assim como a rede terrorista Al Qaeda e o grupo insurgente afegão Talibã, Julian Assange e o Wikileaks são classificados como “inimigos de estados” pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, segundo documentos divulgados nesta quinta-feira (27/09) pelo jornal australiano Sydney Morning Herald.
Wikileaks: divulgação de informações é "Terrorismo".

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Boas Verdades


Discurso do senador Roberto Requião. Diferenças à parte, vale à pena ouvir: corajoso, direto e muito duro. E, naturalmente, ignorado pela grande mídia.

Pessoalmente começo a me preocupar com o clima que vivemos hoje na política brasileira, e suas semelhanças com o que se via pouco antes do golpe de 1964.


 "Não costumo assinar manifestos, abaixo-assinados ou participar de correntes. Mas quero registrar aqui minha solidariedade a Luís Inácio Lula da Silva, por duas vezes presidente do Brasil. 

Diante de tanto oportunismo, irresponsabilidade, ciumeira e ressentimento não é possível que se cale, que se furte a um gesto de companheirismo em direção ao presidente Lula. Sim, de companheirismo, que pouco e me dá o deboche do sociólogo.

domingo, 23 de setembro de 2012

Metáfora

Schroeder e Lucy, personagens de Charles Schulz (e do famoso desenho Snoopy), protagonizam uma cena que é verdadeiramente a metáfora dos dias de hoje: que pode fazer o artista (Schroeder) frente às facilidades do mundo tecnológico?

De que vale a dedicação extrema á música quando Beethoven pode ser comprado facilmente, em spray?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A Febre amarela na Imprensa


Mídia hegemônica quer acabar com o jornalismo

Original aqui.
Denis de Oliveira
 
Desde que a presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Judith Brito, declarou que o papel da imprensa é agir como oposição ao governo (federal, bem entendido), a mídia hegemônica tem abandonado completamente os fundamentos básicos do jornalismo, subordinando-os quase que completamente a uma militância política. Rigor na apuração, critérios os mais objetivos possíveis de construção das pautas e das manchetes, isenção na cobertura de eventos políticos que envolvem, necessariamente, polêmicas partidárias e ideológicas – tudo isto foi abandonado pela auto-decretação de ser oposição ao governo federal.

Para demonstrar esta ideia, cito dois casos emblemáticos que podem ser classificados como verdadeiras aulas de antijornalismo. Primeiro, o caso da suposta entrevista do publicitário Marcos Valério que diz que Lula sabia do caso do mensalão, numa clara tentativa de envolver o ex-presidente em um momento que a sua popularidade tem auxiliado candidatos petistas em eleições municipais e que o mesmo é um fortíssimo candidato a voltar à presidência da República.
Capa da revista Veja com mais uma "revelação" sem provas

A matéria que ganhou capa na edição passada da revista Veja – e foi repercutida por Globo e Folha de S. Paulo, repetindo o tripé base do partido midiático – foi produzida sem qualquer apuração aparente. O advogado de Marcos Valério disse que o seu cliente não concedeu entrevista nenhuma, a própria revista diz que a matéria não foi produto de entrevista, mas de “conversas” do publicitário com terceiros a que a publicação teve conhecimento (!) e depois circula-se o boato de que o publicitário tenha dado a entrevista mas depois se arrependeu, a revista teria o áudio e ameaça divulgá-lo.

O mais interessante deste caso é a repercussão nas redes sociais entre profissionais mais ativos desta militância midiático-oposicionista: Ricardo Noblat, Merval Pereira (o mesmo que foi pego em documentos do WikiLeaks como uma “fonte” da embaixada dos EUA nas eleições presidenciais brasileiras) e Cristiana Lobo. A publicação da matéria, a sua repercussão em redes sociais e colunistas, bem como em outros meios de comunicação deixou bem nítida tratar-se de uma operação de cunho puramente ideológico e militante, como bem analisa Marco Aurélio Weissheimer neste artigo.

O segundo caso ocorreu na Folha de S. Paulo e portal UOL (da mesma empresa) no dia 15/09: a manchete “Haddad diz que é degradante ser ligado a Dirceu, Delúbio” e Maluf (portal UOL) e, um pouco mais sutil, a “Haddad diz que associá-lo a José Dirceu é degradante” (Folha de S. Paulo). Ao ler a manchete, fica a impressão de que o candidato petista declarou publicamente que é degradante associar-se às pessoas mencionadas. Mas o fato é outro: trata-se de uma ação do comando da campanha petista contra a propaganda do candidato do PSDB, cuja argumentação da qual foram tiradas as manchetes acima é: “A publicidade é manifestamente degradante porque promove uma indevida associação entre Fernando Haddad e pessoas envolvidas em processos criminais e ações de improbidade administrativa”.

Primeiro que não foi o Haddad que disse e sim uma petição do advogado da campanha; segundo que o adjetivo degradante está vinculado a estratégia publicitária questionada por se basear em uma INDEVIDA associação. Na sequência da argumentação, o questionamento da assessoria jurídica da campanha de Haddad afirma que o candidato não é réu nas ações que envolvem as personagens citadas, não as nomeou para cargo algum e também compara se seria correto a associação do candidato José Serra ao seu correligionário Marconi Perilo, governador de Goiás, envolvido no escândalo de Carlos Cachoeira.

Ora, a manchete de uma matéria como essa deveria se centrar no fato que é o questionamento de Haddad com a campanha de Serra ou até mesmo a negação do juiz eleitoral do pedido do candidato. Há um claríssimo objetivo na manchete de criar uma celeuma interna no PT e na coligação que sustenta o candidato petista. Ou ainda reforçar a estratégia tucana de colocar o caso do mensalão como um elemento central na disputa eleitoral.

O mais grave de tudo isso é que esta militância midiático-oposicionista eclipsa um debate de ideias alicerçado em fatos e dados e transforma o embate eleitoral em um combate irracional de “torcidas”. Basta ver os comentários de leitores e visitantes dos sites destes órgãos como a coisa se desenvolve: as opiniões se centram na desqualificação do outro e não proposição de ideias. Disto para posições extremistas e preconceituosas é um pulo – aí não é estranho surgirem pessoas como Mayara Petruso (aquela aluna da FMU que propôs acabar com os nordestinos) ou a candidata tucana Dany Schwery (já comentada pelo meu amigo Renato Rovai neste post). É esta a “contribuição” para a democracia que a mídia hegemônica vem prestando.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Homem Nu


Fernando Sabino

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

sábado, 15 de setembro de 2012

Que inventamos?

Mais um comercial marcante. Este eu não conhecia.

A Lambretta!

Comercial maravilhoso: nota dez em criatividade e alegria.

Genialitá!


Impossível resistir à Lambretta e ao Lambretwist!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Campanha Negativa


Marcos Coimbra

Original aqui.

Nada como olhar em torno e considerar a cultura política de outros países. É um hábito salutar, que nos ajuda a entender o que somos e em que podemos melhorar nossa democracia.

Tomemos os Estados Unidos, cujo edifício institucional serviu de inspiração para a república que implantamos em 1889. Nossa primeira Constituicão pós-monárquica queria que fôssemos  iguais.  

Por coincidência, fazemos eleições quase simultâneas. Toda vez que escolhemos prefeitos e vereadores, eles votam para presidente. Aqui, este ano, no dia 7 de outubro; lá, em 6 de novembro.

Isso permite observar a cultura política dos dois países enquanto vão às urnas, o momento mais significativo da democracia.  

Entre algumas coisas parecidas e muitas diferentes, existe um aspecto em que estamos ficando mais dissemelhantes com o passar do tempo. Algo que pode não ser positivo.

A cada eleição, a linguagem da política americana fica mais confrontacional. A nossa, menos.  

A retórica das últimas campanhas presidenciais que fizeram foi adquirindo tom progressivamente mais crítico. Nesta, ultrapasssou os parâmetros. É a mais ácida de todos os tempos.

Com os dois principais candidatos em quase empate – ainda que Obama mantenha pequena dianteira nas pesquisas – o eleitorado norte-americano está sendo bombardeado por um volume de propaganda negativa sem precedentes. É um querendo destruir o outro.

Os republicanos acusam o atual presidente de tudo que podem. Os democratas respondem com ataques incessantes contra Mitt Romney.

Questionam-se por motivos administrativos, políticos, ideológicos e pessoais. Expõem sem meias palavras tudo que sabem de negativo do outro.

Como o passado eleitoral de muitos estados sugere que votarão de forma previsível, as campanhas dirigem seus esforços para os poucos onde as preferências do eleitorado podem mudar até o dia da eleição. São os “swing states”, onde os dois partidos efetivamente disputam, pois nenhum tem maioria segura. Em 2008, foram oito e por ter vencido em cinco, Obama se elegeu. 

Nesta eleição, calcula-se que as duas campanhas gastarão cerca de 2 bilhões de dólares comprando tempo de televisão nesses oito estados. Tudo para falar mal do outro.

Aqui, ao contrário, de uns anos para cá, nossa cultura começou a considerar feio que os candidatos entrem em confronto. A definir qualquer crítica como “baixaria”.

Dificil dizer de onde surgiu a ideia. Certamente, não de nossa tradição política, na qual sempre se esperou que os adversários se respeitassem, mas não que deixassem de expor com clareza - e, se necessário, com contundência -, suas discordâncias.

O manual dos marqueteiros brasileiros – escrito pelo maior de todos, Duda Mendonça – reza que “Quem bate, perde!”. E têm razão de pensar assim, pois, como mostram as pesquisas, chega a 70%  a proporção dos que acham que um candidato não deve criticar os outros.

Mas ganhamos alguma coisa com a assepsia de campanhas que apenas repetem coisas óbvias? O lenga-lenga de que o candidato vai cuidar com desvelo da saúde, da segurança e da educação?

Em que é melhor a candidatura que elide a polêmica ideológica? Que privilegia a forma televisiva em detrimento do conteúdo político?

Embora se expressem através do estereótipo, no fundo, os eleitores não se incomodam com a crítica. As campanhas é que precisam reencontrar a forma de fazê-la.    

sábado, 8 de setembro de 2012

O Paradoxo das Motos

Original publicado em 11/05/2010

Hoje estava no meio do engarrafamento matinal (tem um outro na hora do almoço e o último no final do expediente) da Ponte do Pontal. Sem perspectivas de mover meu automóvel, e vendo os demais condutores frustrados, pensei em ligar um som e relaxar. Mas meu carro não tem som.

Aí comecei a divagar. Pensei como faria diferença para a cidade ter a nova Ponte. Aquela que já foi prometida tantas vezes e jamais realizada. Aquela que os ambientalistas garantem que provocará o fim de todos os ecossistemas quando for construída, e que, eles garantem, por isso mesmo não será.


Parece que o governador, para não cumprir sua promessa, vai se aliar aos ecossistemas. Ou aos ambientalistas. Ou a quem lhe puder ser útil.

Aí dei-me conta da inutilidade de meus pensamentos. Não há solução, exceto a velha “Nova Ponte”. E, depois de conseguir avançar mais uma dezena de metros, voltei meu olhar em busca de mais motivos de divagações.

Motocicletas.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A doença da Saúde


Abaixo um relato feito por uma mulher que peregrinou atrás de atendimento médico de urgência.

Trata-se de pessoa esclarecida, com alguma condição financeira, transportada de automóvel. O desfecho poderia ser outro caso fosse uma pessoa menos esclarecida, com menos recursos próprios, e dependendo de transporte público ou ambulâncias.

O caso se passou em Ilhéus, mas poderia ser em qualquer cidade do Brasil.

O Brasil precisa tomar para si, de fato, a missão, com os respectivos encargos decorrentes, de universalizar a saúde com qualidade. Não é fácil, e não é barato. Mas é necessário fazê-lo.

Enquanto isso, vamos apostando na sorte.

RELATO DO QUE ME ACONTECEU NA QUINTA-FEIRA
Socorro Mendonça












segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Punir o Espetáculo

Depois de um mês sem Fórmula 1, estava um belo domingo. Fernando Alonso, o gênio da atualidade, dentro de seu carro limitado, preparava-se para mais uma corrida. Acompanhando a câmera On Board abaixo é quase possível ouvir seus pensamentos.

"Largada é um momento tenso. Preciso ser rápido, ter bons reflexos, mas também ter muito cuidado."

Segundos depois...

"Ôpa! Aquele ali à esquerda com certeza queimou a largada. Vai ser punido. Melhor. Um a menos... aliás, dois, já que Kobayashi largou mal, e eu já passei ele."

Mais um tempinho...

"Até aqui tudo bem: com a punição do afobadinho que queimou a largada, vou fazer a curva virtualmente em terceiro lugar, o que não é um mau começo. Até aqui tudo bem. Esta corrida promete ser um presente dos céus".

Mas dos céus viria outra coisa: um carro preto. E de repente tudo acaba.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

The Errand Boy

Que peão nunca sonhou em ser patrão?

Abaixo um trecho de "The Errand Boy", de Jerry Lewis. Com Jerry Lews. 

Mímica mais cinema mais música. Um excelente momento de um gênio da comédia.

sábado, 25 de agosto de 2012

MS - Open Format

"Na próxima versão do Office adicionamos dois novos formatos de arquivo que podem ser usados: Open XML estrito e Open Document Format (ODF) 1.2. Também adicionamos suporte à abertura de arquivos PDF, que podem ser editados dentro do Word e salvos em qualquer um dos formatos suportados. Ao adicionar suporte a estes formatos de arquivo padronizados, o Microsoft Office 2013 dá aos usuários mais escolhas na interoperabilidade de documentos."
Jim Thatcher, responsável pelo suporte a padrões no Microsoft Office

Parece que a Microsoft deu um passo inédito em seu caminho corporativo. Pela primeira vez a empresa migrou seus aplicativos em direção a um padrão aberto, algo que geralmente só acontecia no sentido inverso: os outros aplicativos é que, buscando alguma penetração junto aos usuários, eram obrigados a incluir uma portabilidade para o “padrão” da empresa.

Do ponto de vista do usuário a mudança é simples de entender: a partir da próxima versão do Word, Power Point e Excel, será possível abrir e editar arquivos no formato ODF (Open Document Format), que é usado nos aplicativos Open Office e Libre Office, entre outros. Além disso, promete ainda a Microsoft que o usuário também terá o conforto de editar arquivos .PDF usando seu editor de textos.
Office 2013 adere ao padrão ODF

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Quando o bicho pegou

Para muitos, Alain Prost e Ayrton Senna se detestaram mutuamente desde que passaram a dividir a equipe Mclarem.

Esta afirmação não é inteiramente verdadeira. De fato, durante a temporada de 1988, apesar de disputas duras e até algumas declarações sugestivas, a convivência entre os dois gênios ocorreu de maneira razoavelmente pacífica.

Naquele ano, apesar de fazer mais pontos que o brasileiro, Alain viu Ayrton levantar o troféu, num campeonato em que a Mclarem venceu 15 das 16 corridas. É que havia uma regra de descarte dos piores resultados, e como acumulou muitos abandonos, Senna acabou beneficiado.

Mas a relação entre os dois se deteriorou mesmo apenas em 1989. Foi por ocasião do Grande Prêmio de San Marino, disputado no circuito de Ímola, na Itália. E tudo foi decorrência de uma bela ultrapassagem de Ayrton Senna sobre o francês.



Ocorre que não foi por Alain Prost não aceitar a derrota, tampouco por qualquer tipo de falta de esportividade da parte dele que se gerou a celeuma.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Farsa?

Uma Farsa, o mensalão?

Claro que não.

Caixa dois ou mesada, a se ver. Mas definitivamente não é uma farsa. É algo muito grave, politica e criminalmente, que precisa ser levado a cabo. E, apesar de tardia, a Justiça está se fazendo. E vai muito bem. Não, este Mensalão pode até ser mal batizado, mas não uma farsa.

Farsa é não investigar a compra de votos de FHC. É não investigar a "Privataria Tucana", é criminalizar os investigadores e esquecer totalmente as denúncias da operação Satiagraha.



Sim, este é o maior julgamento da história do Brasil. Mas não é, nem de longe, o julgamento do maior crime.   E esta diferença faz muita diferença.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Piquet, 60


São sessenta anos do grande Piquet. Tido por quase todos como o mais completo piloto que a Fórmula 1 já viu. Para muitos, o melhor piloto brasileiro.

Vencedor de três campeonatos mundiais, em cada um deles empurrado por um motor diferente, Piquet deixou sua marca na história do automobilismo pela competência, sem dúvidas. Mas certamente também pelo comportamento, sempre muito correto nas pistas, mas totalmente heterodoxo fora delas.

Piquet desmistifica a imagem do esporte sério, dos pilotos compenetrados, das declarações cuidadosamente preparadas. Falava muito, e mal, de muita gente. Pilheriava, brigava, caçoava sem piedades, tendo como vítimas principais o seu adversário da Williams, o inglês Nigel Mansell, e Ayrton Senna. Este com sua masculinidade posta em dúvidas, aquele satirizado por gostar de mulher feia. Piquet não tinha papas na língua, e não respeitava ninguém quando abria a boca.

Mas na pista, sempre foi um piloto limpo. Jamais se comportou de maneira minimamente questionável. Venceu três campeonatos mundiais, nem sempre com o melhor carro, mas sempre competindo com lisura. Suas marcas eram a agressividade, a frieza e, principalmente a criatividade. Jamais anti-esportivo.

Aqui o vemos em sua essência: vencendo, perdendo, errando, batendo, brigando, brincando. Correndo.


Saudades de Nelsão.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A imagem da Justiça em risco

De O Valor Econômico (aqui).


por Renato Janine Ribeiro

No começo do século XIX, um viajante percorria as montanhas da Itália. Os moradores eram pobres e analfabetos. Mas, quando ficavam sabendo que ele era inglês, abriam um sorriso e elogiavam seu país: meio século antes, a Inglaterra havia julgado um nobre que assassinara o mordomo. De fato, em 1760 o conde Ferrers fora condenado.

Para fazer justiça, a Inglaterra reconhecia ao réu direitos impensáveis nos demais países. Não o torturavam, ele tinha direito a defesa, um júri de seus pares o julgava. Assim, quando vinha a sentença — e a lei penal era rigorosíssima, prevendo a morte para centenas de crimes — ela era considerada justa.

Os dois parágrafos acima introduzem as duas narrativas que hoje circulam sobre o processo do mensalão, assim como apontam os riscos que corre o Supremo Tribunal Federal. Primeira narrativa: vão a julgamento membros da cúpula do partido que governa o país há dez anos. Se condenados, isso indicará — aos olhos da oposição — que se terá feito justiça.

Segunda narrativa: o Supremo, pressionado por uma mídia sobretudo oposicionista, negou direitos básicos à defesa. Por isso, uma condenação será sinal de que se fez tudo, menos justiça. Ao recusar a 35 réus o julgamento pelo juiz natural, ao chegar à mesquinhez de proibir a defesa de usar o power point que facilitaria a exposição de seus argumentos, o STF pode ser visto como um órgão que vestiu a toga para matar, não para julgar.

Corre risco a imagem do Supremo Tribunal.
O pleno do Supremo julgará o chamado Mensalão

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Guardiães do Olimpo

Os Jogos Olímpicos de Londres foram um Espetáculo. Esperar 2016 para ver se fazemos melhor.




Mas a Record dizer que o azul e branco de Marisa Monte era para a Portela, ela que entrou interpretando Iemanjá, foi começar com uma bola fora.

sábado, 11 de agosto de 2012

De volta a Madrasta Má

Um dos maiores cabos eleitorais da eleição de Lula em 2002 foi o funcionalismo público federal. Com efeito, o seu antecessor, o presidente Fernando Henrique Cardoso, promoveu ao funcionalismo um período de quase uma década sem que houvesse qualquer reajuste substancial nos vencimentos dos servidores federais.

Foram oito anos sem aumento. E o PT capitalizou isso a seu favor em 2002 e venceu as eleições. E nos primeiros (não exatamente no primeiro) anos do governo Lula deu-se início a pálida uma recuperação das perdas salariais, invertendo a lógica anterior de sucateamento do estado público brasileiro, a começar pelo funcionalismo.

Mas a relação de madrasta má do governo com o funcionalismo está de volta, conforme se vê na figura abaixo, que foi publicada n'O Estadão.

Evolução dos salários do Funcionalismo X Inflação entre 2003 e 2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Êta Gusmão

O Blog de Gusmão e nós aqui sempre discordaremos em uma quantidade enorme de coisas. Todavia a sincera admiração permanece. Reproduzo aqui uma crônica muito contundente, o original está aqui.

Parabéns Gusmão!

ALGUNS QUESTIONAMENTOS AO PT DE ILHÉUS E O NOSSO POSICIONAMENTO POLÍTICO


Por Emílio Gusmão.

Alguns petistas de Ilhéus menosprezam a capacidade de compreensão da opinião pública.

Afirmam que o desastrado prefeito Newton Lima não é do PT.

Querem livrar a candidata do partido da enorme rejeição do alcaide.

Concordamos. Realmente, Newton Lima deixou o PT há pouco tempo.

Este blog é coerente com sua história. Fazemos oposição ao atual “gestor” desde 2007, ano em que chegou ao poder, graças à cassação do ex-prefeito Valderico Reis.

Newton Lima é inimigo deste blog. Não tolera a nossa coragem. Para se vingar, contratou advogados famosos e caros para nos encher de processos (até agora não ganhou nenhum!).

A coerência que nos distingue levanta algumas indagações aos petistas em crise de consciência.

Quantas pessoas contratadas (ou ocupantes de cargos de confiança) foram indicadas por Ednei Mendonça e Carmelita Ângela para a secretaria de educação e outras?

Quantas pessoas, incluindo petistas filiados, ainda ocupam essas funções?

Jorge Bahia (prefeito de fato), secretário de planejamento acusado de corrupção, por ter montado um suposto esquema com laranjas, para vender computadores à secretaria de assistência social (clique aqui), apóia Carmelita? Jorge Bahia pede votos para quem?

Onde estão os 45 mil reais que uma empresa de lixo depositou na conta de um petista “expert em publicidade”, a pedido de um ex-secretário do governo Newton Lima?

A empresa Solar Ambiental, que faz a coleta de lixo sem ter passado por licitação, tem alguma relação com o PT? Foi Gerson Marques quem a trouxe para Ilhéus?

Foi Ednei Mendonça quem “costurou” o desembarque dos irmãos Lavigne na secretaria de saúde, hoje ambiente do mais desavergonhado nepotismo?

Quem está financiando a rica campanha de Carmelita? O gabinete do deputado federal Josias Gomes?

O ex-vereador Gilmar Sodré vende cestas básicas para a secretaria de assistência social? Qual a amplitude do relacionamento entre Ednei Mendonça e Gilmar Sodré?

Aguardamos respostas.

Observações.

Este blog não tem compromisso político com ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP). A última gestão de JR foi ruim e ele deve satisfação à justiça (o tempo vai se encarregar das explicações).

Infelizmente, todos aqueles que o sucederam foram muito piores. A destruição completa da rede pública de saúde é uma prova inequívoca. O importante, nessas eleições, é livrar Ilhéus das influências de Newton Lima e Jorge Bahia.

Os erros que virão, tentaremos corrigir com mais questionamentos e denúncias, caso surjam.

Este é o posicionamento político do Blog do Gusmão.

domingo, 5 de agosto de 2012

Fazendo-se Potência


Como se faz uma potência olímpica?

Curiosamente a resposta a esta pergunta é: não tentando fazer uma potência olímpica.

Isso não fará de nenhuma nação um produtor de campeões olímpicos em escala industrial, como acontece nos Estados Unidos e na China, e acontecia na Alemanha Oriental e na União Soviética, antes do fim da cortina de ferro.

Michael Phelps: supercampeão dos EUA
Larysa Latinina: supercampeã da URSS
É que estas nações levam para o Esporte toda uma disputa diplomática e estratégica de imperialismo cultural, econômico e político. Não são potências esportivas, são fábricas de medalhas. Precisam delas para vender a imagem de supremacia.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Do que é feita a Música

Conheço algumas pessoas que não gostam muito de Bossa Nova.

Quando eu, que a idolatro, questiono os motivos, surge uma verdadeira tese de doutorado sobre movimentos musicais, composição de versos, arranjos, etc.. Mais informação do que eu consigo acompanhar em meu pobre cérebro turvo.

Pessoalmente observo, de maneira empírica, que há uma correlação positiva entre o matiz ideológico do crítico e sua aversão à Bossa.

De fato, como movimento musical a Bossa não exerceu exatamente um papel de vanguarda política, como a Tropicália. De fato eles escreviam sobre coisas corriqueiras, sobre temas líricos, quase apoliticamente.

É verdade. Furtavam-se de denunciar os abusos do Poder, de se alinhar às Lutas de Classe. Falavam apenas de temas mundanos. Mas, desculpem-me os críticos, como faziam isso bem. Para mim, um deleite aos ouvidos.

Um pato, um ganso, um marreco. Menos de um grama de Política. Uma tonelada de Beleza.

sábado, 28 de julho de 2012

Mr. Bean na abertura dos jogos

Mr. Bean é, sem dúvidas, um dos personagens mais geniais do humor. Tipicamente britânico, Bean faz rir não pelo pastelão, tampouco pelo humor erudito. O que torna aquele pequeno trapalhão criado e interpretado por Rowan Atkinson tão engraçado é que ele é muito parecido com qualquer um de nós.

As encrencas em que se mete, e as soluções criativas que lhe ocorre nestes casos, são uma caricatura do dia-a-dia de um cidadão comum. Até mesmo as picuinhas e as implicâncias, bem como suas atitudes nem sempre aprováveis, na verdade habitam dentro de cada um de nós.

Bean deixa estes desejos aflorarem, e nós nos vemos ali, meio despidos. Por isso é engraçado. Por isso é genial.

Por isso foi o ponto alto da abertura dos jogos olímpicos de Londres 2012.






terça-feira, 24 de julho de 2012

Kalimba

Sempre tive uma queda pela música que vem da África. Acho que é o ritmo e a cadência. Ou então é a História daqueles povos. Pode ser porque todos somos africanos em nossa origem humana. Pode ser algum orixá.

Mas eu acho que é culpa do grupo Palavra Cantada.

Kalimba é um instrumento musical africano. Tão simples. Tão completo. Tão rudimentar. Tão perfeito.

Para fazer dormir. Para fazer seu melhor amor.

Melodia dos deuses.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dia do Amigo

Hoje é dia do amigo. Quase ia me esquecendo.

Mas amigo que é amigo não liga para essas coisas. Amigo é uma coisa que a gente coleciona pela vida. E não perde mais, pode perder contato, ficar distante. Amizade não dá bola para as leis da física, não liga para tempo e espaço.

Um brinde a todos os meus amigos. Os que amealhei ontem, os que conquisto hoje e os que encontrarei amanhã.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Cronologia Interessante

É interessante o que podemos observar ao analisar fatos de forma extemporânea; os fatos, que por si significam tão pouco, ganham conotações muito interessantes quando observados sob o prisma do tempo.

A Revista Veja e suas contradições cada vez mais difíceis de explicar
A compilação abaixo é totalmente tendenciosa: omite uma série de pormenores sobre as denúncias a respeito do chamado "mensalão", e põe muito pouco peso em uma série de outras provas. José Dirceu e o PT são poupados despudoradamente.

Assim, serve pouco.

Mas ao mesmo tempo ilustra uma série de ilações muito perigosas entre um jornalista e um editor da revista Veja e os crimes de que são acusados Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres. A revista tem, sim, muito a explicar a respeito. Mostra-se oportunidade e motivação: elementos necessários para promover a revista a Ré.

Não há nenhuma prova, é verdade que se diga. É tudo circunstancial. Mas não há dúvidas de que os indícios contra a revista são muito fortes.


sábado, 14 de julho de 2012

Aos doze

Há um filme que eu assisti ainda (quase) criança que faz uma brincadeira legal com o trânsito entre nossas vidas na infância e na idade adulta.

Em Big ("Quero ser Grande", no Brasil), um menino de doze anos pede a uma máquina de desejos para ser adulto. Um sonho que, aos doze, eu também acalentava. Todos acalentamos.


Ocorreu que, no dia seguinte, ele se surpreende ao ver que seu desejo tinha sido atendido. Todavia, as coisas não acontecem exatamente como ele pensava: sua mãe não o reconhece e o expulsa de casa, e ele descobre que precisa sustentar a si mesmo. O personagem interpretado por Tom Hanks erra um pouco, e acaba por ir trabalhar numa fábrica de brinquedos. 


A boa direção e a atuação sempre destacada de Hanks são ingredientes que recomendam o filme.

Mas é ficção, já que não é possível este trânsito instantâneo entre nossa infância e nossos anos mais maduros. Coisa de cinema.

Ou não. A Criatividade sempre surpreende.

Jeremiah McDonald gravou um vídeo aos 12 anos. Ali ele imaginou o que ele gostaria de dizer e perguntar a si mesmo 20 anos mais tarde. E que perguntas ele, vinte anos depois, gostaria de fazer a si mesmo.

Construiu um diálogo muito interessante. Que começa com críticas ("Você está diferente" "Menos cabelos").

Mas evolui para uma conversa muito construtiva, que explora alguns aspectos da temporalidade de forma a deleitar o mais exigente dos filósofos.

Seria bom ouvir, hoje, conselhos que eu me daria quando tinha 12 anos.




Quem não gostaria?

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Meu Sangue Rubro Negro

Nunca gostei de ver os times de futebol abrindo mão de suas cores tradicionais. As versões, por mais estilizadas que sejam, perdem o sentido quando se abandonam as cores do clube.

Flamengo, Vasco, Palmeiras, Santos, Corinthans, Vitória, Fluminense... são tantos - quase todos - os times que fizeram pouco de suas cores, por tão pouco.

Mas desta vez o Vitória acertou em cheio. Porque a causa é nobre.

A campanha "Meu Sangue Rubro Negro" (veja em www.meusanguerubronegro.com.br) tirou o vernmelho do uniforme Rubro Negro. As listras tradicionais empalideceram, e o uniforme ficou preto e branco.
O uniforme do Vitória será tingido com sague doado
Mas as cores podem voltar.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O vale-tudo é mundial


Por Mino Carta

(original aqui)

É do conhecimento até do mundo mineral que a crise mundial é o efeito anunciado de uma nova religião de origem anglo-americana fiel do deus mercado, chamada neoliberalismo, responsável pelo surgimento de uma oligarquia financeira internacional à qual se sujeitam os governos nacionais. Epicentro do sismo Wall Street, com a inegável participação de outras praças satelitares. Mesmo assim, Obama, imperturbável enquanto o resto dos crentes ainda não abjurou, diz que culpada é a Grécia.

Excluída a possibilidade de que o presidente dos Estados Unidos se refira à inestimável contribuição da antiga Hélade à cultura do mundo, permito-me imaginar Obama dedicado à prática do pôquer. Tão logo lhe seja possível, deveria rumar para Monte Carlo, que de longe prefiro a Las Vegas, de sorte a explorar convenientemente seu talento, tão bem representado por suas faces pétreas. Cito Obama como a enésima prova de que o vale-tudo político não é exclusivo do Brasil.

Maluf ironiza o PT e sua ideologia
Diante de uma declaração que esticaria o nariz de Pinóquio até o horizonte, prefiro a última fala de Paulo Maluf: “Perto do PT, hoje eu sou comunista”. Bem mais esperto, ou menos ingênuo, que o presidente americano. A respeito da surtida malufista, leiam Mauricio Dias em sua Rosa dos Ventos. Muitos petistas, aliás, para justificar o acordo Lula-Maluf a favor da candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, apressaram-se a lembrar que Fernando Henrique Cardoso já fez algo similar. Não menos que José Serra contra Marta Suplicy. Ora, ora, não seria lógico que os petistas pretendessem diferenciar-se dos tucanos?