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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Gilmar, Demóstenes e os telefones

Nestes últimos dias as manchetes de política debulharam fartamente o Ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que aparece numa conversa telefônica de uma maneira difícil de explicar.

A conversa, entre o senador Demóstenes Torres que povoa as manchetes jornalísticas e o contraventor Carlinhos Cachoeira, que costuma aparecer exatamente nas mesmas manchetes, foi gravada pela Polícia Federal, com autorização judicial. Ali, no meio da gravação, aparece uma frase é muito clara: "Conseguimos puxar para o Supremo uma ação da Celg aí, viu? O Gilmar mandou buscar".

As estranhas relações entre o Ministro Gilmar e o Senador Demóstenes já vem de longa data quando, em 2008, a revista Veja publicou uma matéria em que detalhava um grampo telefônico ilegal entre Gilmar Mendes e Demóstenes Torres.

Gilmar e Demóstenes: proximidade inconveniente
A matéria, assim como a própria revista, sofreu uma grande perda de credibilidade na época depois que, muito candidamente, alguém pediu à revista que provasse suas alegações. Bastava mostrar o áudio da conversa.

É interessante observar que a apresentação do áudio da suposta gravação não revelaria nenhuma fonte, e tampouco poderia constranger mais sobre os supostos envolvidos. Não há uma explicação lógica sobre o motivo pelo qual o áudio jamais foi apresentado.

Eis que os mesmos protagonistas, dessa vez em áudio legalmente autorizado, e que foi devidamente divulgado, aparecem em situação deveras curiosa. Mas que se diga claramente: nada conclusiva.

De fato, mesmo que o Ministro do STF tenha agido exatamente como relata o senador, ainda não se configura nenhum crime, sequer uma irregularidade.

Mas promove algumas perguntas que mereceriam ser respondidas.

Sobre as relações triangulares entre Demóstenes Torres, Carlos Cachoeira e Gilmar Mendes.

Sobre a isenção de julgamento por parte de um ministro que é tratado como uma pessoa de sua intimidade por um envolvido no caso.

Sobre a ética jornalística de uma revista que promove matérias contundentes sem grandes fundamentos, e os interesses seus e de outros por trás disso.

Há uma CPI sendo iniciada, e fala-se em trazer o diretor da editora da revista, Sr. Cívita, a dar explicações. Isso seria ótimo.

Ministro do supremo também pode ser convocado?

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