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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Nas calçadas de Wall Street

Nos Estados Unidos a liberdade de expressão é garantida. Mas nem sempre as vozes que se manifestam ecoam ao mundo. O direito garantido é o de falar, não o de ser ouvido.

Há mais de uma semana há um grupo cada vez maior de pessoas sentados em plena calçada de Wall Street, no chamado "Protesto dos novaiorquinos indignados", que denunciam os bancos e os governos pela crise econômica sem precedentes em que o mundo (e particularmente os Estados Unidos) está megulhado.



Relatos apontam para agressões de policiais contra pessoas armadas "com uma câmera de vídeo" (clique aqui).

O pensamento marxista já denuncia há muito tempo o fato de a democracia liberal ser uma farsa, pois o estado só garante os direitos "democráticos" até o limite em que as pessoas afrontam os interesses do Capital. Qualquer estado, segundo esta tese, é aliado do Capital, e a ele será fiel mais do que de a qualquer princípio de Democracia, Liberdade ou Direitos humanos. O Estado Americano não fugiria à regra.



Pessoalmente tenho  reservas quanto a isso. Não há, porém, nenhuma dúvida de que a "democracia" é muito mais "garantida pelo Estado" em alguns casos do que em outros.

As livres manifestações que afrontam o sistema capitalista são ignoradas, a princípio. Menosprezadas ou ridicularizadas, em seguida. E reprimidas, se necessário, muitas vezes pelo próprio Estado.

Em New York os manifestantes de Wall Street já enfrentam o terceiro estágio. Porém, a disposição deles parece cada vez maior, e aos poucos as barreiras que retém a acústica de seus gritos vão cedendo.

O Mundo os ouvirá.

2 comentários:

  1. Como será daqui por diante?

    Parece que estamos assistindo momento histórico; um divisor de águas!

    Havia um lado que desmoronou (literalmente). Haja vista a derrubada do muro e as chamadas aberturas entre os partidários do leninismo.

    Um outro lado permaneceu vivo. Sustentou-se o quanto pode aplicando a "política do bem estar social". Mesmo assim não pode evitar o esgotamento face à insuficiência das migalhas distribuídas e a ganância desenfreada.

    Hoje, tem o próprio coração estremecido e atrai, cada vez mais, a repulsa e a indignação dos que ainda se dão ao luxo de pensar criticamente!

    Ou seja, ainda que fomentador da alienação das massas, o Capital não conseguiu atrofiar os neurônios de grande parcela da população!

    A Dialética está em ação e aprontando mais uma...!

    Vamos buscar explicação em pensadores do passado (Keynes, Kalecki, Rousseau, Taylor e Cia) ou teremos novos pensadores teorizando e tentando explicar o que ora acontece e indiciando as possíveis saídas!?

    Quem viver verá!

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  2. É isso. Quem viver, verá. As transformações são intensas, iminentes, irresistíveis.

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