Certa vez uma pessoinha muito, muito cara para mim esteve internada. Uma infecção hospitalar a pôs por três semanas num quarto de uma clínica, parte desse tempo entre a vida e a morte. Felizmente, e graças à Ciência, ela acabou sendo salva por antibióticos avançados, bem como pela competência de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas.
A despesa foi bastante alta, o que é irrelevante, posto que não há preço possível para se medir o quanto valeu vê-la recuperada. Não é mensurável em nenhuma moeda, vale mais que qualquer patrimônio.
Desde há muito se observa que os governos são exortados a conter gastos, e aplicar recursos apenas no que é estratégico. Isto conduz a uma conclusão óbvia: precisamos aumentar os gastos com a saúde no Brasil. Se for necessário, que se aumentem os impostos, mas precisamos investir mais.
Muito mais.
Precisamos gastar muito mais dinheiro em equipamentos, medicamentos, instalações e, muito particularmente, com as pessoas: Enfermeiros, Fisioterapeutas, Médicos, Nutricionistas, Odontólogos, Psicólogos. Todos estes profissionais precisam ser muito bem remunerados.
Não há nada mais estratégico do que a saúde e o bem estar das pessoas.
Estas pessoas que trabalham na Saúde merecem uma remuneração à altura da importância e da responsabilidade de suas atribuições, e é justo que busquem isso. O problema é que tipicamente esses profissionais só conseguem alguma remuneração razoável quando se associam a planos de saúde ou conseguem se estabelecer fazendo atendimentos particulares.
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Inegavelmente merecida, a remuneração jamais deveria vir do paciente |
E é aí que está um grande e perigosíssimo equívoco.