Nos anos 90 o Brasil viveu a época em que não podíamos crescer, gerar empregos e renda porque faltava energia.
Uma série de erros estratégicos que se acumularam por anos, mais a desastrosa política de privatização do setor energético que foi conduzida na época respondem por todo aquele momento difícil que o país viveu.
Faltava geração de energia, e no momento em que houve uma seca prolongada, o sistema baseado em poucas hidrelétricas não deu conta da demanda do país. O Brasil teve que racionar energia. As empresas tiveram que reduzir sua produção. Muitas pessoas foram demitidas. A economia do país encolheu.
A geração de energia é um problema muito mais difícil do que se pensa. Não é um mundo tão lindo como faz crer certos discursos fáceis: energia eólica, energia solar, energia das marés. Todas de fontes renováveis, todas limpas.
Mas todas ainda incapazes de prover energia na quantidade e na constância que necessitamos. Ainda não há tecnologia que permita nenhuma dessas fontes prover mais que uma parte muito pequena, e acessória, da energia que é demandada. Não há como iluminar cidades, mover indústrias, aquecer auto-fornos, transportar pessoas e cargas usando essas fontes alternativas. As pesquisas ainda são muito embrionárias, e elas não dão conta da missão. Simples assim.
As nações do mundo escolhem obter sua energia de usinas Termelétricas, Termonucleares e Hidrelétricas. Não fazem isso porque estão conjuradas na missão de destruir o Planeta. Fazem isso porque esta matriz é a única tecnicamente viável para atender às necessidades de geração de energia de qualquer país que sonhe em deixar a idade das trevas.
Não é uma escolha por ideologia. É por tecnologia.
Daí que, pessoalmente, considero irresponsável, danosa e de má fé a campanha movida pela Rede Globo contra a construção da Usina de Belo Monte. Porque é muito fácil estar lá na cidade maravilhosa e dizer que não quer uma usina na Amazônia. Lá na Amazônia, onde tantas pessoas ainda cozinham com fogo a lenha e imuminam suas casas com candeeiros.
Seria bom que a emissora, ao invés de fazer campanha na mídia, tivesse uma ação prática: que tal a Globo deixar de usar energia Hidrelétrica em suas instalações?
De dentro do Projac, onde a energia hidrelétrica possibilita o ar-condicionado que ameniza a temperatura da primavera carioca, provavelmente todos os problemas parecem fáceis de resolver. Aí é fácil gravar umas frases de efeito, editar e veicular na televisão. Lá do mundo antisséptico dos estúdios os problemas de enrgia do planeta se reduzem a uma mera questão ambiental.
Seria bom se fosse assim. Ocorre que os fatos, indiferentes aos apelos do elenco da Rede Globo, insistem em dizer o contrário: o Brasil precisa de mais energia, e precisará de muito mais, e não há como obtê-la usando apenas "fontes alternativas".
Qualquer pessoa pode ver isso com facilidade.
Ou então ver a Rede Globo.
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