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quinta-feira, 7 de março de 2013

A Ponte e a Praça: uma sugestão

Não resta dúvidas que a cidade de Ilhéus precisa urgentemente de uma nova Ponte que interligue a zona sul (comumente referida como Pontal) ao centro da cidade.

As promessas se avolumam, mas não se tornam prática. Talvez um dia. Mas ainda parece distante demais. Os políticos parecem indispostos demais. As pessoas parece inertes demais.

Por ora é necessário se virar com o que se dispõe. Que efetivamente não é muito.

Todavia, algumas idéias merecem ser tentadas; melhor pecar por ter tentado e falhado do que pelo conformismo. Recentemente a prefeitura está isolando uma das faixas na Av. Lomanto Júnior, reservando-a ao transporte público (ônibus, taxis e vans) mas aparentemente isto não adiantou muito frente ao problema. Para muitos, tornou as coisas ainda piores.

A Nova Ponte resolverá parcialmente o problema, e por isso ela é tão desejada por todos os ilheenses. Entretanto é forçoso reconhecer que o problema não está na "velha" ponte. Ou pelo menos não está apenas nela.

Basta ver que o engarrafamento não se dilui depois da Ponte, mas apenas após a descida da Rua Maria Quitéria, que pode ser vista na Figura abaixo.

No final desta rua há a enorme Praça Cairu, de onde se distribui o tráfego para diferentes ruas do centro da cidade, sendo de volume particularmente significativo os veículos que se dirigem à Av. Aurélia Linhares, Rua Eustáquio Bastos, Marquês de Paranaguá, Araújo Pinho e Rua Tiradentes (Rua da Linha).

Na Figura, estas vias aparecem claramente.

Praça Cairú e suas múltiplas saídas

Nos horários mais confusos, que tipicamente são os horários de início de expediente, o trânsito volta a fluir com mais rapidez a partir da Praça, exceto para os carros que adentram na Rua Eustáquio Bastos e Marquês de Paranaguá.

Nestas ruas o problema é a procura por vagas de estacionamento, sempre inexistentes, bem como a espera por automóveis que manobram com dificuldade para conseguir ocupar uma das raras vagas disponíveis.

A esta espera ainda se soma o tempo cobrado pelos semáforos, que precisam dar passagem aos pedestres (são três cruzamentos com faixas de pedestres) bem como aos veículos que trafegam vindos da Av. Aurélia Linhares, e cruzam pela Praça em direção às ruas 7 de Setembro, Joana Angélica ou Maria Quitéria.

O engarrafamento é mosntruoso, com muitas outras causas além destas, e não é efetivamente um problema fácil de resolver, principalmente sem a nova Ponte. Contudo, talvez se possa amenizá-lo um pouco, com medidas que podem ser suportadas pelo combalido orçamento da Prefeitura.

Basicamente o problema possui 3 principais causas distintas.

a) Os carros não conseguem transitar rapidamente nas ruas Eustáquio Bastos e Marquês de Paranaguá, o que acaba retendo veículos na Praça.

b) Os veículos que saem da Av. Aurélia Linhares e que não se dirigem à Rua Tiradentes forçam um tempo adicional de semáforo, retendo todo o trânsito, para que cruzem a rua.

c) Os pedestres necessitam de interrupções muito frequentes nos semáforos, a fim de que todos possam atravessar com segurança. É importante observar que se trata de três faixas de pedestres, com seus respectivos semáforos: um na rua Eustáquio Bastos, outro na rua Marquês de Paranaguá e mais um na rua que dá acesso à Av. Aurélia Linhares.

A figura abaixo permite se vizualizar onde estão cada uma das faixas de pedstres, bem como cada uma das vias mencionadas aqui.

A fim de se amenizar o problema na Praça Cairu, há 3 medidas que podem ser tomadas, cada uma delas sem demandar grandes esforços financeiros.

a) Os estacionamentos nas ruas Eustáquio Bastos e Marquês de Paranaguá devem ser proibidos. A quantidade de automóveis que conseguem vagas de estacionamento naqueles espaços não é tão grande, ao passo que o transtorno causado é imenso. Devem ser levados a estacionar em local mais afastado. Com isso os veículos fluirão melhor da Praça Cairú para estas vias.

b) O acesso de veículos vindos da Av. Aurélia Linhares deve ser obrigatório no sentido à Rua Tiradentes, de forma que eles não cruzem a rua, e assim não seja necessário reter o tráfego em toda a Praça. Isto pode ser feito com o posicionamento de Gelo Baiano, ou coisa que o valha, conforme mostrado no mapa abaixo.

c) As faixas de pedestres devem ser mais largas, tendo o dobro ou o triplo da largura atual, de forma a acomodar mais pedestres de cada vez. Assim pode-se interromper o tráfego com menos frequência, já que uma quantidade maior de pedestres poderá atravessar a cada instante.


Quando estas medidas forem implementadas se terá menos tempo de interrupção de tráfego por conta de semáforos, bem como menos veículos parados nas ruas Eustáquio Bastos e Marquês de Paranaguá. Isto permitirá o trânsito da Praça fluir mais rapidamente, desafogando um pouco todo o tráfego que se amontoa desde a Av. Lomanto Júnior.

Claro que estas medidas não resolverão o problema totalmente. Fosse possível substituir parte da praça por um elevado, ou preferencialmente um Viaduto, então com certeza se poderia fazer um cruzamento mais inteligente ali. Só que estas medidas demandam um investimento que a Prefeitura de Ilhéus não dispõe, e não parece que vá dispor num horizonte razoável.

Não são medidas decisivas; são medidas paleativas. Ações que viriam para se somar a muitas outras, a fim de que o trânsito possa ser ao menos viável, e que se possa aguardar até que a velha Nova Ponte se torne mais que um sonho.

2 comentários:

  1. Caro Degas,
    Transcrevo, abaixo, um comentário que publiquei no O Sarrafo:

    " Souza Neto disse:
    5 de março de 2013 às 16:33

    Caro Valério. Estive dentro de um caos ontem e hoje, mesmo saindo do Pontal antes das 7 horas.
    Acho que os “entendidos” deveriam repensar essa divisão de faixas. Não tem nada demais copiar o que se faz em outras cidades, como o Rio, por exemplo.

    A CET-RIO criou a chamada “faixa reversível”. Pela manhã é usada pelos carros num sentido e à tarde em outro. Até na Avenida Brasil foram feitas aberturas na divisória central para regular o fluxo nos horários de rush.

    No caso da Lomanto, para se ter a “faixa reversível” a rua deveria ser dividida em três faixas da mesma largura. Pela manhã, duas serviriam ao tráfego para o Centro e à tarde seria feita a inversão. Como não fizeram a divisão em três faixas iguais, cada uma das duas “faixinhas” que estão demarcadas no sentido Pontal-Centro mal cabem um veículo. Os ônibus passam roçando os pneus no meio-fio.

    Fica a sugestão… ainda há tempo para refazer.

    Ah! Ninguém da nova administração enxergou ainda um ressalto de cerca de 15 centímetros em frente a um prédio em construção que desde 2009 (data da minha chegada na cidade) vem quebrando a suspensão dos nossos carros!

    Ahh! Tem mais… a ponte sobre o Rio Cachoeira está no lugar ERRADO! Não retira o tráfego do Centro da cidade. Ao contrário, concentra ainda mais. Mas, isso é problema do Estado!

    Que tal uma ponte sobre o Rio Cachoeira ligando a região Vilela/Banco da Vitória aos fundos do Aeroporto!? Que tal duas vias perimetrais a partir dessa nova ponte na BR-415; uma na direção do trevo de Uruçuca e outra até o Cururupe!? Que tal o atual trecho da BA-001 entre o Aeroporto e o final da Praia dos Milionários transformado numa bela Avenida totalmente urbanizada e com passagens subterrâneas nos principais cruzamentos!?

    Ainda bem que estou indo!"

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  2. Pois é. Esta ideia (ainda insisto em escrever ideia com acento, e o corretor ortográfico me humilha) da faixa reversível eu já havia visto e parece interessante também. Ela, inclusive, permitiria abrir espaço para uma ciclovia, outro pleito antigo da cidade.

    O ponto é esse: não dá para pensar em soluções que demandem investimentos pois a prefeitura está de bolsos furados. Tem que ser criativo e ir "comendo pelas beiradas".

    Ninguém pode acusar a Prefeitura de não estar tentando.

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