Pesquisar

quinta-feira, 14 de março de 2013

Aos Evangélicos, sem muito carinho


Desabafo de um cristão, não evangélico.

Este texto é de um ex-estudante da UESC, com quem tive o prazer de dividir a sala uns punhados de vezes. Um cidadão que luta por um transplante de rim, e aguarda com Fé a sua oportunidade. É um pequeno alerta a certos grupos religiosos que teimam em querer submeter tudo e todos aos seus próprios dogmas.

Oito parágrafos, algumas lições.

Por Josenaldo Matos



Caro amigo evangélico, quando você me chama de pecador (essa é a palavra mais leve que você usa), você me ofende (ou ao menos tenta, mesmo sem perceber). 

Quando me julga de acordo com a SUA crença, e tenta me dizer o que devo fazer, como eu devo agir, você tenta interferir no MEU livre arbítrio. Isso me deixa chateado, algumas vezes até constrangido.

Mas, quando você concorda e ajuda algum pastor a legislar de acordo com SEUS princípios, você está definitivamente interferindo em MINHA vida. Não está cuidando da sua, mas da minha, vida. E isso me deixa puto da vida!

Gostaria que eu dissesse como e com quem você deve casar? Que eu determinasse como e para quem deve rezar? Como deve fazer sexo com sua esposa? Ou até se você pode fazer sexo cm ela? Ou do que deve gostar? Gostaria que eu te obrigasse a viver como eu acho que deve (isso até que seria legal (pra mim, é claro)... teríamos muito mais leitores, gamers e jogadores de RPG...)?

Querem colocar regras em suas igrejas? Eu apóio. Se querem determinar que na Igreja Multidimensional do Reino Sagrado só entra quem usar adesivo do Bob Esponja na unha do dedão direito? Vocês têm todo direito! A igreja é de vocês e participa quem quer! Mas não me diga que eu, adorador do Grande Monstro do Espaguete Voador, tenho que fazer o mesmo. Eu não te obrigo a comer almôndega todo dia, obrigo?

Já percebeu que, de tantas religiões, de tantos credos que existem no Brasil, vocês são os únicos tentando IMPOR a sua fé? Agora dizem que estão sendo perseguidos? Como se sentem? É um sentimento bom? Então porque perseguem a tantos? 

À propósito, eu acredito em Cristo. Tento seguir seu exemplo, mas como homem sou falho, sou pecador. Mas isso sou eu dizendo. Não você. Eu posso me julgar. Eu determino o que quero fazer com minha vida. Você não. Assim como não posso julgar você e interferir na sua vida. Isso é livre arbítrio. Se Deus (o deus no qual eu acredito) nos diz que temos livre arbítrio, quem sou eu para ir contra ele?

Tentar me obrigar a acreditar no que você acredita não é evangelização. Alterar as leis do meus pais para que vivamos de acordo com sua crença não é evangelização. Me impedir de viver a minha fé (mesmo que seja muito diferente da sua) não é evangelização. É imposição. E imposição não salva ninguém. Nem a família, nem a (sua) igreja, nem a alma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente aqui