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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O Zika, a Microcefalia e as teorias "zica".

É impressionante a quantidade de teorias da conspiração que surgem quando algum assunto se torna notícia. Em tempos de Internet e Redes Sociais, então, isto ganha proporções épicas.

O caso dos bebês com Microcefalia associados a gestantes que contraíram o Zika vírus é o exemplo mais recente e, com certeza, um dos mais emblemáticos.



As teorias são, ninguém pode negar, surpreendentemente criativas: a causa da microcefalia seria um agrotóxico, ou então a vacina contra HPV, ou rubéola. Ou então uma exposição a agentes radioativos... provavelmente muitas outras "teorias" virão a reboque.

Mas é importante não perdermos o foco e mantermos, serenos, o pensamento o mais cético e o mais racional possível.

Uma rápida visita sobre os fatos que se desenrolaram dão mais clareza ao cenário.
O percentual de bebês nascidos com Microcefalia foi alterado para mais, em relação ao estatisticamente esperado. Uma pediatra de Campina Grande/PB percebeu isso e deu o alarme às autoridades.

Os dados começaram a surgir: uma forte correlação estatística entre mulheres grávidas que contraíram Zika e bebês com microcefalia. Em outras palavras: mulheres grávidas sem Zika, percentual baixo de casos de microcefalia; mulheres grávidas com Zika, percentual bem mais alto de casos de microcefalia. Nenhuma outra variável possui a mesma correlação.

Os resultados da médica paraibana foram repetidos em Pernambuco e, posteriormente, na Bahia e no restante do país. Não há, portanto, como negar a correlação estatística. Mas a causalidade ainda restava sem prova.

Enquanto o mundo inteiro confirmava a mesma correlação estatística que a médica paraibana apontou, cientistas europeus identificaram que o DNA do vírus efetivamente passa pela placenta e se aloja no cérebro de fetos.

A correlação estatística agora tem uma causalidade plausível.

Assim, não há motivo para, frente a todas essas evidências, ainda se sustentar teorias da conspiração dando conta de experimentos secretos, inseticidas, vacinas adulteradas exposição à radiação, etc. Afinal de contas, ceticismo não faz mal a ninguém. 
Mas credulidade mata.

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