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domingo, 13 de março de 2016

O último

Frente às manifestações deste domingo, 13 de Março de 2016, a constatação é inegável, por mais dolorosa que possa ser:  O governo Dilma acabou.

Acabou sem nunca ter começado de verdade. Acabou sem nunca ter tido sequer a chance de errar e acertar. Acabou dentro de, entre outras coisas, uma enorme injustiça. Mas acabou.

Porque um governo popular, que se volta para necessidades das pessoas, é capaz de resistir aos ataques da imprensa que lhe faz oposição sistemática, tendenciosa e, muitas vezes, verdadeiramente mentirosa. Também consegue resistir a um judiciário partidário, que prescinde de provas para condenar, que investiga, pune e prende de maneira seletiva, que permite "vazamentos" sempre nocivos ao governo. Também pode resistir ao ódio insuflado pela oposição, desonesta e oportunista, que faz circular boatos sem fundamento, faz as acusações mais esdrúxulas impune e sorrateiramente, que não demonstra a menor responsabilidade com as consequências de sua insanidade.

Mas um governo popular não pode resistir à impopularidade. Principalmente se, além dos fatores citados no parágrafo anterior, esta impopularidade também for causada por escolhas do próprio governo, que simplesmente virou as costas para as bandeiras que o elegeram. Para um governo assim, simplesmente não há possibilidade.



A culpa do fim do governo Dilma é da Imprensa, que levará anos para recuperar sua imagem arranhada. É da Justiça, flagrante e repetidamente demonstrando sua parcialidade. É da Oposição, e sua campanha irresponsável de ódio. Mas é do governo Dilma também. Porque escolheu conviver com os abutres, afastando-se dos que eram verdadeiramente seus. Esta é, talvez, a grande lição que vai ficar para a História.


É impreciso conjugar verbos no Futuro. De modo assim que o Impeachment, ou a Justiça, ou a renúncia voluntária de Dilma, algum desses agentes vai derrubar este governo. Difícil saber qual deles, ou quando. Mas que não se aposte alto: será em pouco tempo. Talvez questão de semanas.





E então será a hora da serenidade. De se construir o Novo. Sim, porque injustiças à parte, disputas à parte, algum governo precisará existir. E a este governo é necessário garantir governabilidade. Garantir que possa atuar. Acertar e errar. Para ser elogiado e criticado. Para que voltemos a ter Democracia.

E isto precisa ser levado adiante sem ódio. Sim, o governo Dilma foi sabotado de todas as formas que um governo pode ser. A História retratará esta grande injustiça. Este grande erro. Mas não cabe levar adiante as coisas que precisam ser feitas através do ódio. Porque, não se pode esquecer, algum governo precisa existir.

Além disso, não se deve esquecer de que as lutas não terminaram com esta derrota. Nem terminarão. Estão em curso diversos movimentos extremamente nocivos para o Brasil e seu povo. Estão destruindo vários direitos trabalhistas, com projetos de lei como o da terceirização. Estão dilapidando de verdade, não os arranhões causados pela corrupção, o futuro da Petrobras; tomam-lhe iminentemente o Pré-Sal. Tomam isto da Petrobras, e dos brasileiros. Da Educação e da Saúde. Está em curso, no pior parlamento que o Brasil já teve, diversos ataques contra direitos sociais. Mulheres, homossexuais, índios, negros. Todos vítimas em potencial deste Parlamento do Ódio.



Há muita Luta pela frente. Uma Agenda cheia de desafios.Não cabe ódio nela.

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