Há uma postagem (que pode ser lida em http://emiliogusmao.blogspot.com/2009/05/minerio-de-ferro-e-os-efeitos.html) a respeito dos moradores da pequena Pequiá, no Espírito Santo. É um documentário sobre as mazelas a que 300 famílias de moradores ficaram sujeitas depois que um conjunto de siderúrgicas se instalou na região.
O documentário é assustador. Há outro, um pouco menos longo, que podem ser assistido aqui. Em resumo, Gusmão convida-nos, em sua postagem, à reflexão, para que não corramos, aqui no Sul da Bahia, o risco de muitas famílias terminarem da mesma forma que as de Pequiá.
Eu segui o conselho de Gusmão. Refleti, e pesquisei. Primeiro, quis entender um pouco mais sobre a cidade: a pequena Pequiá fica próxima à divisa dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais, como se pode ver no mapa abaixo. A cidade tem uma série de problemas ambientais, além dos que estão mostrados no vídeo que o Gusmão selecionou para nós. Por exemplo, há um grave problema de lixo, como se pode ver nesse pequeno documentário. Concluí que se trata de uma cidade pequena e pobre, provavelmente com históricos problemas de gestão pública (de onde surgem problemas como o do Lixo).
Depois eu pesquisei sobre a relação de Pequiá com o Minério de Ferro. Por Pequiá passa a Estrada de Ferro Vitória-Minas, usada pela Vale do Rio Doce para escoar o minério até o porto de Tubarão. As siderúrgicas que existem na cidade estão lá para beneficiar o minério.
Então a pergunta do Gusmão procede: posto que em Pequiá se fez uma aposta na estrada de ferro para escoar minério e se construiu siderúrgicas, e que há na cidade 300 famílias sofrendo verdadeiras torturas como resultado desse empreendimento todo, como garantir que o mesmo não vai acontecer em Ilhéus?
E eu, partilhando da preocupação de Gusmão, mostro-me, porém, bem mais otimista. Senão vejamos: há uma infinidade de cidades em que se instalaram estruturas de beneficiamento de minério de ferro. Por exemplo, Sete Lagoas e Divinópolis são cidades cuja economia foi fortemente beneficiada pela indústria, e isso proporcionou desenvolvimento social.
Vejam uma foto panorâmica de Sete Lagoas.
E uma vista de Divinópolis.
São duas cidades belíssimas, que demonstram como o desenvolvimento econômico proporcionado pela industrialização pode ser benéfico para uma região. É importante ressaltar também que não são cidades que apresentam problemas relevantes com Poluição e Meio Ambiente.
E voltando ao caso de Pequiá, é de se perguntar: e porque lá foi diferente?
As causas exatas são difíceis de serem apontadas. Mas posso colocar aqui alguns indícios: primeiro, por causa da época. Com efeito, a estrada de ferro foi construída na primeira metade do século 20. E havia pouca ou nenhuma preocupação ambiental naqueles tempos, além da tecnologia empregada ser infinitamente menos eficaz do que a de hoje. Em segundo lugar, os canais democráticos não eram tão maduros como são atualmente: não haviam muitos recursos (como o You Tube e os blogs) que os moradores pudessem lançar mão para denunciar o que sofriam. E em terceiro lugar a própria gestão pública, que parece ser muito mais eficiente em Sete Lagoas e Divinópolis do que em Pequiá.
E voltando ao texto do Gusmão, eu manifesto meu otimismo a respeito do processo, tal como ocorrerá em Ilhéus. Primeiro, porque as tecnologias de manejo que atendam às preocupações com o Meio Ambiente são, hoje, muito melhores e cobra-se com muito mais veemência que sejam empregadas. Segundo, porque há muitos canais nos quais se pode fazer denúncias e cobrar do Poder Público que tome providências. Terceiro, porque há muitas pessoas atentas – os ambientalistas principalmente, às vezes de maneira exagerada, mas sempre útil – que estarão prontas a fiscalizar e denunciar toda e qualquer irregularidade.
Há que se cobrar garantias, como diz o Gusmão. E há que se defender o Meio Ambiente, como queremos todos. E quiçá isso seja o Norte desse projeto. Porque é possível gerar desenvolvimento econômico com responsabilidade social e ambiental.
Mas é responsabilidade de todos garantir isso.
Gusmão entrevistou o secretário de meio ambiente de Açailândia que fica no Maranhão.
ResponderExcluirConcordo com vc.
Sr. Degas
ResponderExcluirEstá certo e provado pelo Emilio Gusmão tudo que foi postado no blog dele, sobre Pequiá um Distrito de Açailandia que é um município do Maranhão. Temos realmente que ficar extremamente preocupados, pois o que assisti na quarta primeira apresentação do Governo, foi a preocupação ECOnômica em detrimento da qualidade de vida do HOMEM,que é a nossa principal preocupação. Salvando a diversidade de vidas que temos na Região, estamos preservando a nossa e juntos podemos pensar em desenvolvimento verdadeiramente sustentável com o que já temos, bastando para isso boa vontade por parte dos governantes e respeito ao POVO. Quero conversar com o Senhor, pois demonstra ter o equilibrio necessário para essa discurssão.
Aguardo seu contato para juntos construirmos uma agenda sustentável, pois certamente o Senhor escolheu Ilhéus para si e sua família pela qualidade de vida que esta Região oferece.
Maria do Socorro Mendonça
presidencia@acaoilheus.org
Um grande abraço e parabéns pelo seu trabalho
Moro em Divinópolis e a foto que você usou é minha (www.blogdoluizcarlos.zip.net). Fico satisfeito que tenha servido para exaltar a cidade que, de fato, é muito bonita. A vantagem de Divinópolsi é que não tem a riqueza ernorme das cidades sede de fábricas automobilísticas ou de empresas mineradoras, mas também não ostenta a miséria dos municípios do inteior. Assim, não somos foco de migrantes e temos uma sociedade equilibrada, com os menores índices de violência do país e os maiores de desenvolvimento social e educacional.
ResponderExcluircopiando o final do comentário do Luiz Carlos Gonçalves:
ResponderExcluir". A vantagem de Divinópolsi é que não tem a riqueza ernorme das cidades sede de fábricas automobilísticas ou de empresas mineradoras, mas também não ostenta a miséria dos municípios do inteior. Assim, não somos foco de migrantes e temos uma sociedade equilibrada, com os menores índices de violência do país e os maiores de desenvolvimento social e educacional."
Mas a cidade está parada, não há novas indústrias a anos!
VEJAM UMA LINDA FOTO DA CIDADE ATUALMENTE:
http://static.panoramio.com/photos/original/59949323.jpg
A preocupação é com a violência e as drogas! No ranking de riqueza a cidade tem saído do top 10, top 15......
Pela foto parece uma cidade que possui uma boa infra-estrutura urbana. Vejamos as mazelas de Divinópolis, se comparada à pobre Ilhéus.
ResponderExcluir5,32 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB, ficando entre as 64 mais bem classificadas do Brasil.
Quadro social com alta taxa de alfabetização (94,7%).
Professor Degas quero humildemente fazer uma pequena correção Pequiá no vídeo a que o senhor se refere é um distrito de uma cidade no Maranhão Açailândia se não me engano. Pequiá esta cidade na divisa de Minas Gerais com o Espírito Santo não passa a estrada de ferro Vitória Minas. Lá perto passa a BR 262 que liga Belo Horizonte a Vitória. Sou dossertão do Rio Doce e conheço bem a região. O senhor está de parabéns, pois vejo que tem uma preocupação ambiental enorme aqui na minha região o que está acontecendo é o mineroduto da Ferrus que esta passando pela nossa região. Em Viçosa por exemplo este mineroduto irá atingir mais de 20 nascentes do córrego São Bartolomeu que abastece a cidade. O prefeito proibiu o mineroduto de passar pela cidade mas sabemos que é questão de tempo até a Justiça liberar as obras. Agradeço pelo desabafo e qualquer coisa estamos aí pra ajudar.
ResponderExcluirDe fato. Peço desculpas. Alongo-me mais no comentário abaixo.
ExcluirSou de Pequiá/es. Tudo que foi dito é sobre Pequiá/ma. Não há problemas em Pequiá/es. Não há lá siderúrgica, nem mesmo passa nenhuma estrada de ferro. Pequiá/es não é uma cidade pobre e com problemas de sistemas de saneamento. Boa iniciativa, porém sobre o local errado.
ResponderExcluirDe fato. Peço desculpas. Alongo-me mais no comentário abaixo.
ExcluirPessoal de Pequiá/ES e de Pequiá/MA.
ResponderExcluirDesculpem-me o engano.
Só não o corrigirei porque seria desonesto com o texto.
Mas agradeço humildemente às correções.