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terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Fim de uma Era?

O Brasil e a Fórmula 1 se casaram em 1969.

O matrimônio aconteceu com o debut de um rapaz narigudo de nome italiano, mas apelidado de Rato, que guiava para a famosa equipe Lotus, de Colin Chapman.

A Lua de Mel se deu no ano seguinte, com a primeira vitória de Emerson Fittipaldi em Watkins Glen, e o primeiro filho nasceria dois anos depois, em 1972, quando o carro preto e dourado venceria o campeonato mundial nas mãos do Rato.

A partir daí as núpcias se tornaram um sólido matrimônio. Em 1974 a Mclarem e Émerson pariram o segundo filho, e a fecundidade enfrentou uma ligeira pausa até 1981. Naquele ano Nelson Piquet e a Brabham deram ao casamento, o terceiro de seus oito rebentos. O mesmo Piquet e a mesma Brabham trouxeram o quarto filho em 1983 e, já na Williams, o quinto, em 1987.

Aí veio a era Senna, com sua Mclarem, e os três filhos caçulas nasciam em 1988, 1990 e 1991.

O matrimônio viveu seus melhores dias. A partir daí a fertilidade declinou. Rubens Barrichello e Felipe Massa chegaram perto, mas esses filhos acabaram não vingando. O de Massa por uma curva; algo como perder um filho aos oito meses e meio de gravidez.

Mas parece que o casamento chegou ao fim. Felipe Massa anunciou no Instagram que não correrá pela Ferrari ano que vem. E, dados seus desempenhos nas últimas temporadas, dificilmente encontrará uma vaga competitiva para ocupar. Como ele mesmo já disse que não deseja correr para meramente completar o grid, é de se esperar vê-lo longe da Fórmula 1.

Anúncio de Felipe Massa: "Não vou mais correr pela Ferrari em 2014"

E, provavelmente, nenhum brasileiro restará lá.

Um casamento de 44 anos parece estar chegando ao fim. O Brasil se divorcia da Fórmula 1.

Foram anos felizes, com oito filhos lindos que sempre orgulharão seus pais. Foram momentos inesquecíveis de alegrias e de tristezas. Foram os melhores anos; com manchetes de jornal, cobertura na TV, número crescente de fãs, histórias infinitas para contar e lembrar.

Agora restará a velha Fórmula 1, ainda admirada por tantos. Mas as perspectivas são ruins. Tenebrosas, na verdade. As transmissões de TV diminuirão, se não cessarem de vez, e a cobertura da imprensa minguará inexoravelmente.

Neste divórcio, mais que os nubentes separados, sofreremos os que, após todos esses anos de matrimônio, apaixonamo-nos pela Noiva.

Ausência eternamente sentida.

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