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sábado, 21 de março de 2015

O Baseado da Discórdia

Há muito tempo os estudantes universitários fumam Maconha.

Não é novidade, e não é segredo para ninguém. Dentro dos Campi o consumo é tolerado com naturalidade. Na UESC, por exemplo, é famosa a referência à "fumacinha do Bosque", com respeito aos que lá vão se divertir com um baseado.

Fumar Maconha não deveria ser crime. Mas é. E, até que mudemos a Lei, continuará sendo. Então, que existam locais de tolerância, como os Campi Universitários, parece uma boa solução.

Mas tudo tem seu preço. A Maconha voltará a este texto mais adiante.

Na USP, alguns anos atrás, houve a solicitação de que a Polícia Militar ajudasse no patrulhamento e na segurança do Campus. O que, na nossa cultura, que existiu por décadas sob o julgo de diferentes ditaduras, é inadmissível. Como assim a Polícia Militar dentro do Campus?

A opinião dividiu os estudantes. A maioria, segundo pesquisas, apoia a ideia da PM dentro do Campus. Mas assim mesmo houve uma série de manifestações contrárias por parte dos estudantes.

É que a maioria que pretende manter a presença da Polícia era da Fundação Politécnica, e estes estudantes, infelizmente, são muito alheios às manifestações estudantis. Bem diferentes dos estudantes do "Fefeleche" (FFLCH), por exemplo, que são muito mais atuantes.

Mas essas diferenças também se traduzem na motivação. Os estudantes que pedem a presença da PM no Campus defendem isto porque dentro dos Campi da Universidade há assaltos, estupros e tentativas de estupro, homicídios e tentativas de homicídios. Tudo isto está fartamente documentado pela CPI da USP (leia aqui) que levantou dados assustadores a respeito.

Quem defende a PM no Campus defende porque a presença da Polícia intimida e ajuda a diminuir a quantidade de episódios de Violência.

A comunidade da USP à mercê da violência
Os estudantes que se opõem à presença da PM alegam questões um tanto mirabolantes. A PM seria um braço do Estado espionando os movimentos sociais, ou então seria um mecanismo sofisticado para sabotar os movimentos estudantis, ou outras teorias similares. Sem qualquer evidência concreta que sustente estas teses.

Mas só se incomodam mesmo quando a PM prende usuários de Drogas.

É aqui que a Maconha volta ao texto. A questão que se posa é: para permitir que os estudantes continuem fumando seu baseado sem serem incomodados pela PM, devemos sujeitar a comunidade aos assaltos, estupros e assassinatos?

Confronta-se a segurança da comunidade contra a vontade dos usuários de fumar um baseado.

Parece simples entender que lado está com a razão.

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