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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O sabor do Chiclete

Parece que a relação custo/benefício do Show do Chiclete com Banana e da banda Aviões do Forró não agradou muito às pessoas.

Parece que foi ruim tanto para os "da geral" quanto para os que pagaram pelo camarote (leiam aqui e aqui).

Banheiros pequenos ou inadequados, bebida faltando, excesso de pessoas, pouca ventilação. As queixas foram inúmeras.

Lembro que nos anos 90 eu me deslocava todos os anos de Campina Grande para Salvador. Acho que foram 8 ou 9 viagens seguidas. Carnaval. Como normalmente eu vinha acompanhado, Chiclete com Banana era sempre uma opção a ser explorada. Na Paraíba eles são verdadeiros mitos.

Naqueles anos, no Carnaval soteropolitano, não havia pouco lugar para fazer xixi. Era simplesmente quase impossível fazer. Salvo alguns estabelecimentos, ou os parcos e imundos banheiros químicos que instalavam no Campo Grande, o resto era por conta e risco dos foliões.

Apalparem seus bolsos - ou partes mais críticas - em busca de uma carteira, ou de algum dinheiro, era lugar comum.

Ah! E também não era muita gente. Era uma densidade tão grande que várias vezes éramos comprimidos até que nossos pés deixassem, por alguns segundos, o solo.

Cerveja? Tinha. Pelo dobro do preço. Ou mais. Idem para refrigerante e água mineral. Tinha a famosa água de saquinho, mas ninguém sabia ao certo o resultado. As opções eram hepatite, esquistossomose, diarréia... impossível prever.

Mas eu ia. Todos os anos. E achava que valia à pena. Por um motivo simples: era de graça. Sempre fui "da pipoca". Achava muito mais divertido do que os blocos.

Hoje vejo, num show que custou caro (segundo os que compraram entrada, eu não estava lá), as pessoas serem submetidas às mesmas condições - senão piores - a que eu experimentava. Pagaram caro para ganhar o que se recebe de graça no carnaval de Salvador.

Tomara que as próximas experiências sejam melhores. Estou fortemente inclinado a assistir aos próximos eventos da Concha Acústica, mas começo a temer pela minha escolha.

Pelo menos os transtornos ao tráfego e ao sossego alheios - das pessoas que optaram por não ir ao show - foram poupados. Quem estava lá, e eventualmente tenha sofrido, o fez por escolha. Os que preferiram ficar em casa merecem sossego e conforto. As demais pessoas da cidade puderam transitar sem grandes impedimentos. Esse show do Chiclete, apesar de todos os inconvenientes internos, aparentemente não incomodou muito as demais pessoas da cidade.

O que, em Ilhéus, já é um grande avanço.

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