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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pinheirinho e a Globo

Esta eu peguei no Blog de Nassif (aqui). Discute-se um flagrante de um momento extremamente infeliz de uma jornalista que, muito mais preocupada em seguir a pauta editorial da emissora onde trabalha, acaba metendo os pés pelas mãos e salpicando uma mancha em sua própria biografia profissional.

Mônica Walvogel poderia passar sem essa. Mas insistiu em tentar conduzir a entrevista, e distorcer as opiniões dos seus convidados. Acabou ficando flagrantemente constrangedor.




Mônica Waldvogel põe jornalismo 'entre aspas'


Por Weden
Mônica Waldvogel passou por um dos momentos mais constrangedores na história da GoboNews. Pautada para defender as ações da PM paulista, da Prefeitura de São José dos Campos e do Governo Alckimin no caso do massacre de Pinheirinho, por várias vezes, ela passou por cima dos entrevistados e tentou impor o ponto de vista da casa.


A própria chamada do programa já mostrava a tendência imposta pelos editores da GloboNews: 'Interesse eleitoral pode comprometer ações sociais (referência à Cracolândia) e da Justiça (referência a Pinheirinho)'.


Ou seja, a disposição já era de dizer que as ações eram corretas e as críticas, eleitoreiras. O vídeo de abertura do programa insistiu nesta tecla, mas Mônica, por conta própria, foi ainda além.


Chamou a ação de expulsão dos moradores de 'republicana', disse que as críticas todas têm fundo eleitoral, afirmou que os moradores só reagiram por terem sido motivados por líderes partidários, e chegou a criar um falso dilema: 'o governo deveria desrespeitar ou cumprir a lei?'


Para piorar, ao referir-se ao tema conexo da Cracolândia, comparou os dependentes (que ela chama de viciados) aos traficantes do Rio de Janeiro.


Mônica não aceitou qualquer dos argumentos dos entrevistados, passou por cima da palavra daqueles que deveriam ser ouvidos, duvidou dos analistas, atribuindo, indiretamente, as posições deles a interesses eleitorais, e ofereceu um exemplo grave do que não deve fazer o jornalista: impor seu ponto de vista, a todo custo, a entrevistados, ainda mais num programa que tem como título uma alusão ao direito de opinião.


Tensa, mostrou dificuldade em articular suas indagações e questionamentos, gaguejou mais do que de costume, e ainda fez intervenções esdrúxulas, com problemas de sintaxe, e escolhas semânticas infelizes.


Aqui o ligação do programa, com o vexame de Mônica e a atuação digna e independente dos do8is entrevistados: Humberto Dantas, cientista político do Insper, e Aldo Fornazieri, sociólogo da Fesp.


Uma dica importante para Mônica Waldvogel, que ainda tem nome a zelar no jornalismo: deixa os editores fazerem o que quiserem; mas deixa os entrevistados contribuírem com seus pontos de vista. Seu papel no programa é mais simples do que parece.

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