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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Chico Caruso

A proclamação da república federativa do Brasil tem duas facetas, entre tantas, que merecem alguma consideração.

A primeira é o óbvio: estabeleceu-se a República, superou-se a Monarquia. O Brasil passou a ter um chefe do executivo eleito, embora nem sempre isso tenha sido respeitado, bem como as duas câmaras do legislativo. A partir daí as forças políticas que se somaram guiaram o país em sua caminhada de pouco mais de um século como república, até onde está hoje.


A segunda é a narrativa que dá conta de uma manobra de interesses bem diversos que o nobre estabelecimento da gestão republicana no Brasil. Trata-se do sutil e, nem sempre convenientemente esclarecido, fato de que esta República foi obtida à custa de um Golpe de Estado cujo interesse era muito menos a República e muito mais o Estado. Deodoro da Fonseca conduziu o Brasil à "revolução republicana" e, assim, toma o governo, que foi arrebatado do Imperador Pedro II. Aliás, é interessante observar que o Imperador foi deportado sem respeito a quaisquer dos direitos republicanos, no meio de uma noite chuvosa, da mesma maneira que, no futuro, aconteceria tantas vezes nesta República Brasileira.

Muitos colunistas políticos apontam as recentes condenações do STF no caso do mensalão do PT como um  marco no fortalecimento da República. Efetivamente, a suprema corte do Brasil, historicamente, sempre acaba absolvendo, ou não julgando, todos ou quase todos os casos de corrupção. Parece haver o STF finalmente acordado para este clamor das pessoas, da República, e disposto a cumprir veementemente sua missão constitucional.

Há, porém, quem garanta que se tratou de puro casuísmo político, e que o STF não vai manter o mesmo rigor quando for a hora de apurar outros crimes, praticados por políticos de outras coligações. Neste caso o STF teria sido leviano, e seria justo acusá-lo de ser o braço de um golpe contra o Brasil.

A charge de Chico Caruso saúda esse STF refundando a República, completando o trabalho de Deodoro da Fonseca. Também alerta que, assim como na época de Deodoro, esta refundação pode ser a máscara de uma manobra com interesses totalmente diversos.

Nada Rebublicanos.

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