Vergonha na História do Vitória

É indizível o tamanho da decepção que o time do Vitória proporcionou aos seus torcedores em deixar escapar o título da série B depois de ter aberto 7 pontos de vantagem sobre o segundo colocado.

Mas isso não é tudo.

De fato, para qualquer torcedor rubro-negro, a perda deste título é imperdoável, dadas as condições que foram alcançadas ao longo do campeonato. Uma grande decepção. Todavia este não é, nem de longe, o pior cenário possível.

Ocorre que o próprio acesso está concretamente ameaçado. Aliás, muito ameaçado. Principalmente porque o Vitória hoje é uma equipe medrosa, sem confiança, sem nenhuma capacidade de se opor a qualquer adversário, por mais frágil que seja.

Qualquer lesma aterroriza o Leão

A situação na tabela dá ao Vitória dois jogos que precisam ser vencidos, a fim de que o acesso se dê independente de outros resultados. Caso o Leão não vença o Joinville lá em Santa Catarina e em seguida o Ceará em casa, vai depender de tropeços do São Caetano e do Atlético do Paraná.

Ou isso ou se verá o maior vexame da história do clube.

Não pela falha em conquistar o acesso, algo que a princípio pode acontecer, dadas as condições das equipes do Nordeste e o nível da competição.

É pelas circunstâncias.

O Vitória do primeiro turno era uma equipe, e o deste final de campeonato é outra. Aquela tinha uma defesa consistente, e um ataque fulminante. Era um grupo coeso e forte. Venceu e convenceu inúmeras vezes.

Alguma queda de rendimento poderia haver, e houve. São coisas do futebol.

E foi aí que se meteu os pés pelas mãos. A demissão de Paulo César Carpegianni acabou por jogar sobre os ombros de todo o grupo uma pressão que não precisava existir. Um atrito e um descontentamento absolutamente desnecessários. E desde então o que era uma fase ruim se tornou rapidamente o pior dos pesadelos rubro-negros.

E não há como dizer de outra forma: Alexi Portela, como presidente do clube, é o principal culpado por este estado de coisas. Cabe a ele a responsabilidade, e coube a ele as decisões infelizes que transformaram um acesso certo, e um título possível, no que vivemos hoje: a antevéspera da maior vergonha da história do Vitória.

Mas não só ele: é visível a queda de rendimento dos jogadores, que produzem, a cada partida, cada vez menos. Em todas as posições. A apatia é total. Parece até vontade de perder.

Esforçando-se tanto, presidente e jogadores, acabarão por conseguir. Perder o título, perder o acesso, perder a vergonha. Um câncer dentro do Vitória.

Assim ficarão na história.