A conquista de
Sebastian Vettel era previsível, dadas as probabilidades antes do
Grande Prêmio em Interlagos. Mas parecia uma decisão insossa. Ninguém apostaria que estava sendo
preparada uma corrida tão interessante.
Logo, novos
ingredientes começaram a se juntar a este cenário.
O toque na largada não
foi culpa de nenhum dos dois envolvidos: Vettel estava tentando
encontrar um lugar seguro para manter seu carro longe de encrencas, e
Bruno Senna tentou aproveitar uma brecha que surgiu à sua frente
logo após a reta oposta. Ninguém errou, mas foi o começo do drama. O dano no Red Bull não foi decisivo, mas com certeza atrapalhou seu desempenho. Além disso, doravante seria uma corrida de recuperação.
Red Bull de Sebastian Vettel com o assoalho danificado desde a 1a volta |
A partir de então Seb teve
que mostrar de que é feito um campeão mundial.
Veio se recuperando
rapidamente, galgando a tabela de classificação até chegar aos
pontos de que necessitava. Esbanjou sua competência de todas as
formas: pista seca e molhada, agressividade e paciência, atacando e
defendendo.
Mas a receita ainda não
estava pronta. Faltava um último ingrediente: a chuva.
Acidentes, safety car,
estratégias equivocadas, problemas com o rádio. Para compensar as
probabilidades elevadas que tinha a seu favor antes da prova,
Sebastian Vettel teve uma sucessão de azares que quase poderia botar
a perder, na última, a vantagem que acumulara nas 19 primeiras corridas.
Quase. No saldo desta
conta ele ainda poria, de seu lado da balança, todo o seu talento e
sangue frio. Vettel foi perfeito em Interlagos. Rápido, preciso,
paciente. Cirúrgico.
Apesar de ter
demonstrado muito mais ao longo do ano, lutando contra a
competitividade de sua Ferrari, Alonso perdeu. Se serve de consolo,
perdeu para um gigante: a parceria Vettel/Adrian Newey/Red Bull.
E assim a mistura ficou
completa: a perfeita sintonia entre um carro e um piloto, a genialidade de
outro. Tudo isso, juntamente a imponderável que aconteceu hoje, foi a
receita deste Grande Prêmio que decidiu a Fórmula 1 em 2012.
Eletrizante.
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