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domingo, 25 de novembro de 2012

Eletrizante


A conquista de Sebastian Vettel era previsível, dadas as probabilidades antes do Grande Prêmio em Interlagos. Mas parecia uma decisão insossa. Ninguém apostaria que estava sendo preparada uma corrida tão interessante.

Logo, novos ingredientes começaram a se juntar a este cenário.

O toque na largada não foi culpa de nenhum dos dois envolvidos: Vettel estava tentando encontrar um lugar seguro para manter seu carro longe de encrencas, e Bruno Senna tentou aproveitar uma brecha que surgiu à sua frente logo após a reta oposta. Ninguém errou, mas foi o começo do drama. O dano no Red Bull não foi decisivo, mas com certeza atrapalhou seu desempenho. Além disso, doravante seria uma corrida de recuperação.
Red Bull de Sebastian Vettel com o assoalho danificado desde a 1a volta
A partir de então Seb teve que mostrar de que é feito um campeão mundial.
Veio se recuperando rapidamente, galgando a tabela de classificação até chegar aos pontos de que necessitava. Esbanjou sua competência de todas as formas: pista seca e molhada, agressividade e paciência, atacando e defendendo.

Mas a receita ainda não estava pronta. Faltava um último ingrediente: a chuva.

Acidentes, safety car, estratégias equivocadas, problemas com o rádio. Para compensar as probabilidades elevadas que tinha a seu favor antes da prova, Sebastian Vettel teve uma sucessão de azares que quase poderia botar a perder, na última, a vantagem que acumulara nas 19 primeiras corridas.

Quase. No saldo desta conta ele ainda poria, de seu lado da balança, todo o seu talento e sangue frio. Vettel foi perfeito em Interlagos. Rápido, preciso, paciente. Cirúrgico.

Apesar de ter demonstrado muito mais ao longo do ano, lutando contra a competitividade de sua Ferrari, Alonso perdeu. Se serve de consolo, perdeu para um gigante: a parceria Vettel/Adrian Newey/Red Bull.

E assim a mistura ficou completa: a perfeita sintonia entre um carro e um piloto, a genialidade de outro. Tudo isso, juntamente a imponderável que aconteceu hoje, foi a receita deste Grande Prêmio que decidiu a Fórmula 1 em 2012.

Eletrizante.

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