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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

GT Brasil: vencer sem ser vencedor

Cacá Bueno é o melhor piloto brasileiro de Turismo hoje. Seus resultados impressionam: títulos na Stock Car, na Linea Cup, na dificílima TC 2000 Argentina.

Ele goza da antipatia de muitos torcedores e esportistas por ser filho de Galvão Bueno. Mas a bem da verdade, além do sobrenome e de uma genética óbvia, nada há de Galvão em Cacá.

O piloto trilhou sua própria carreira, acertando e errando, e com competência foi conquistando o respeito que hoje tem. Ser filho de Galvão é algo que não ajuda em nada depois que se põe a balaclava e o capacete. A partir daí é o talento, o arrojo, a estratégia, o acerto, o sangue frio, a precisão. Tudo isso Cacá tem de sobra. Mais que todos os adversários que alinham contra si.

Mas Cacá Bueno tem outra característica marcante: ele fala. Não esconde rancores, frustrações, alegrias, decepções, desavenças. Ano passado, quando conquistou seu quarto título na Stock Car, disse que Marcos Gomes, apesar de filho de um grande campeão, não é um grande campeão. Eles dois haviam se tocado na última volta da última corrida.

Cacá exagera às vezes. Mas em outras tantas tem toda razão.

Esse ano a temporada do GT Brasil terminou de forma polêmica. A dupla Cacá Bueno e Claudio Dahruj venceu a última prova em Interlagos, e o título foi deles por algum tempo mas, na última volta, quem ficou com o título foi Duda Rosa e Cléber Faria, da Mercedes. A dupla tirou uma vantagem de mais de 35 segundos para a Ferrari de Claudio Ricci e Rafael Derani, e assim somaram os pontos que lhe deram o título. Vale ressaltar que as equipes têm a parceria técnica da preparadora CRT.
Cacá Bueno: sem papas na língua

Trata-se de uma página vergonhosa do automobilismo brasileiro. E Cacá Bueno, mais uma vez, não segurou a língua. Em uma entrevista após a prova (leia aqui) Cacá disparou. “Parabéns ao Cléber e ao Duda, mas eu não gostaria de ganhar um título assim” e completa: “Tenho nove títulos brasileiros e graças a Deus nenhum deles desta forma. Foi triste estar dentro do carro e ver isso acontecendo nas três voltas finais”

Sempre sincero e rápido, mas nem sempre tão preciso com as palavras quanto é dirigindo, desta vez Cacá tem toda razão. O título foi vencido. Eles recebem o troféu, abrem o champanhe, comemoram o prêmio. Mas sempre lhes faltará o que, em essência, dá sentido a tudo isso.

Esporte.

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