Também encontrei colegas da UESC. Um deles, professor da História que conheci na greve, manifestou-me seu descontentamento com o projeto. Com o Porto, com as empresas, com todos. É que ele é um marxista em tempo integral, enquanto eu sou um marxista de ocasião. Às vezes nem marxista sou, e em outras trucidaria o capitalismo e os capitalistas. Para ele o Porto não deveria ser levado adiante porque é um projeto de interesse Capitalista. Para mim isto não está em discussão. É um projeto Capitalista, e os interesses do Capital são muito claros. E, como sempre, egoístas. Mas não consigo esquecer que os contrários ao projeto também estão a serviço de interesses Capitalistas. Sobre isso falo mais abaixo.
Antes, um outro colega havia ponderado que o projeto que os Governos Federal e Estadual trouxe para Ilhéus não é o ideal. Isto é outra evidência. Principalmente depois que se castrou o Complexo, já que ninguém nem se lembra mais do Aeroporto Internacional, é evidente que o investimento trazido poderia ser melhor do que o Porto. O Porto é, em si, muito pouco. Mas é melhor que nada. E nada é o que restará a Ilhéus sem ele. Assim fica fácil escolher.
A audiência em si teve muita torcida organizada de parte a parte. Camisetas, cartazes, vaias e aplausos, gritos de ordem. Os contrários ficaram, em sua maioria, no centro do plenário, de pé nos corredores entre os assentos. Organizados, ocuparam rápido os locais de melhor visibilidade e fizeram muito barulho para aparecerem na mídia. Porém, inegavelmente a imensa maioria dentro do Centro de Convenções era de favoráveis. E fora também. Segundo alguns, o percentual de aceitação do Projeto chega a 92% da população do Sul da Bahia.
![]() |
Audiência lotada: maioria absoluta apoia o Porto Sul |