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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Honduras

Não há meios-termos. O presidente Lula tem razão.

O que aconteceu em Honduras não tem outro nome, e precisa ser chamado pela comunidade internacional exatamente pelo que é: Golpe de Estado.

Porque o Sr. Manuel Zelaya havia sido eleito presidente daquela república. Porque não houve julgamento com o natural direito à ampla defesa que é precognizado pelos princípios democráticos. Assim, não há uma determinação judicial ou parlamentar válida para que se deponha um presidente eleito pelo povo do seu país. Finalmente, porque o Sr. Roberto Micheletti não foi escolhido pelo povo para governar Honduras.

Um avanço importante ocorreu a respeito da reação internacional e da posição da imprensa. Em 2002 houve um Golpe de Estado na Venezuela, que foi tratado como uma "grande conquista" do povo pela grande imprensa, e recebeu apoio de algumas das principais nações do mundo, particularmente os Estados Unidos. Aquilo, aliás, acabou se tornando um dos mais belos exemplos de retomada da ordem democrática que eu já tive notícia. Chávez voltou ao poder por exigência da população, que foi às ruas e cercou o palácio de Miraflores exigindo o afastamento de Pedro Carmona.

Parece que hoje, com o avanço da Internet, não cabe mais um disparate desses: a imprensa está chamando o golpe pelo seu nome próprio: Golpe. Os países estão condenando o ocorrido. A OEA deve cobrar o pleno restabelecimento da ordem democrática naquele país.

Tomara. Porque senão, aí sim, certos temores ainda guardados no armário começam a ser justificados. Haverá uma chance real de podermos começar a ver uma retomada da tradição latino-americana de precisar, como diz Caetano, "de ridículos tiranos".

Não obstante acho que, como diz Nassif, "o fracasso da tomada de Miraflores e da tentativa de alienar o povo com o 'cartunazo'" mostrou uma enorme capacidade de organização popular que, sabem hoje todos os poderosos, não se deve desprezar.

E isso é muito, muito bom.

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