Pesquisar

terça-feira, 9 de junho de 2009

Evento em NY

Alguns amigos me mandaram e-mails perguntando sobre uma premiação que eu teria recebido como pesquisador aqui em New York.

Bem, deixa eu esclarecer de uma vez por todas: não recebi prêmio nenhum.

Meu trabalho foi classificado em segundo lugar. Apesar de ser uma posição honrosa e de eu estar feliz com o resultado, a verdade é que o prêmio é dado apenas ao primeiro colocado. Portanto, não recebi prêmio algum.

Sobre o trabalho, que alguns também me perguntam, eu posso tentar explicar em linhas gerais.

O título: "On Evaluation of Services Selection Algorithms in Multi-Services P2P Grids" ("Sobre a avaliação de algoritmo de seleção se serviços em grades P2P muilti-serviços" - livre tradução minha). P2P significa peer-to-peer, ou "entre-pares" (tradução minha).

Este trabalho está inserido num contexto relativamente novo em computação: Cloud Computing (Computação nas Nuvens). Portanto, é necessário um parágrafo para explicar esse conceito.

Em Cloud Computing se propõe que haverá uma "nuvem", que na verdade são inúmeros recursos computacionais interconectados, e os serviços computacionais de que precisamos poderão ser obtidos dali. Por exemplo, não precisaríamos mais nos preocupar com nossos documentos de texto, nossas planilhas eletrônicas, nossos Bancos de Dados, nossos aplicativos de alta performance. Não teríamos que instalar nada em nossas máquinas, nem cuidar de anti-vírus, backup, etc. Tudo estará disponível na "nuvem", basta-nos estar conectados.

Do ponto de vista de serviços de grandes corporações, como universidades, empresas e autarquias, já existem esforços nessa direção. Tanto com soluções simples e eficazes para serviços pessoais, como faz o Google (Picasa, Google Docs, etc.) quanto com soluções mais sofisticadas, para serviços mais complexos, como a Amazon, por exemplo. Esse é um caminho possível: empresas oferecerem o serviço e nós pagarmos um pouco por ele (não se iludam: o Google não é de graça, pois você está sujeito a anúncios comerciais).

Mas há uma outra alternativa, principalmente para organizações como univeridades e centros de pesquisa: grades computacionais P2P. São computadores espalhados pelo mundo todo que oferecem serviços entre si, tipicamente na base da troca. Por exemplo, se o seu computador está parado nesse momento, enquanto você lê este texto, saiba que ele poderia estar processando algum serviço para outra pessoa. O que você ganharia com isso? Bem, em troca, quando fosse sua vez de solicitar algum serviço, você receberia recursos computacionais de terceiros. Tudo "de graça".

Há toda uma teoria econômica que sustenta a viabilidade desse sistema. Basicamente é fácil observar que ele só evoluirá se houver vantagem para todos o que participam dele. Para isso, é necessário encontrar boas parcerias, ou, como dizemos, bons peers (pares) entre os demais usuários. Isso é possível se oferecemos os serviços corretos. O que na verdade significa escolher aqueles serviços que são mais baratos para nós, e que serão consumidos por peers que nos retribuirão bem no futuro.

Isso impõe a necessidade de selecionar os serviços que serão oferecidos. Logo, é importante se usar um algoritmo para seleção de serviços. O problema é que o ambiente em que esses algoritmos atuam é totalmente incerto: não dá para saber o que os demais peers farão, nem quando. E o comportamento dos peers no sistema P2P os afeta mutuamente.

A pergunta que temos, então, é a seguinte: como saber se um algoritmo de seleção de serviços é bom ou ruim?

E em meu trabalho eu apresento uma metodologia para se aferir a qualidade desses algoritmos.

O resto do trabalho, com detalhes da metodologia, a avaliação de ambientes, a validação de premissas e toda a teoria científica por trás de tudo há de ser menos interessante; não vou tecer comentários aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente aqui