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terça-feira, 21 de julho de 2009

Rápida visão do Trivela Ilhéus

Tenho visto, ouvido e lido muitos comentários a respeito do evento Trivela, da Banda Asa de Águia, em Ilhéus. A bem da verdade eu mesmo, particularmente, não me interessaria em sair da minha casa para assistir ao Asa. Mas já fui capaz de coisas assim no passado. Hoje prefiro shows de MPB, como o que Lenine fez algumas semanas atrás.

Mas gosto é igual a... nariz! Cada um tem o seu e faz dele o que acha melhor. O que eu queria fazer é um balanço, muito superficial posto que me faltam informações as mais elementares. Será que valeu à pena?

Dessa vez, acabando rápido com o suspense, eu devo dizer que a mim me parece que sim. Valeu à pena. Porque os relatos de problemas que eu tenho tido notícia dão conta de problemas intrínsecos.

Explicando mais: quando acontece um evento desse porte numa cidade pode-se ter dois tipos de problemas: os extrínsecos e os intrínsecos.

Os problemas extrínsecos são os que são gerados externamente ao evento, afetando a comunidade onde ele se inseriu. Por exemplo, o colapso do trânsito de Ilhéus causado pelo infeliz show feito pelo Harmonia do Samba no Boca Du Mar foi um evento extrínseco. Penalizou toda a comunidade.

O poder público precisa ser rigorosamente atento e inflexível a problemas dessa natureza: transporte, educação, patrimônio, saúde, direitos individuais dos demais cidadãos. Nada disso pode ser perturbado por motivo qualquer que seja. Acho que aquele episódio do Boca Du Mar foi uma excelente lição. Tomara que tenha sido aprendida.

Os problemas intrínsecos são os que ocorrem internamente, e dizem respeito à relação entre os promotores e os consumidores do evento. Nesse caso o Poder Público precisa estar atento, mas apenas para garantir ou reparar os direitos individuais de cada um dos consumidores.

Não que tais problemas sejam irrelevantes. É que há uma diferença muito grande quando vemos que as vítimas, nesse caso, são pessoas que efetivamente escolheram estar ali. Ou elas ou seus responsáveis. Uma pessoa foi furtada no Trivela? Sinto muito, sinceramente. Mas não podemos esquecer que essa pessoa escolheu sair de sua casa e ir ao Trivela. Diferente da pobre mulher que não chegou a tempo ao almoço de aniversário do filho em Salvador porque não conseguiu pegar o ônibus, vítima do engarrafamento causado pelo show no Boca Du Mar.

Dessa forma, acho que quem quer que tenha se sentido lesado pelo Trivela deve procurar se entender com os organizadores, e eventualmente a Justiça. E evidentemente os organizadores precisam cuidar para que tais problemas sejam minimizados em eventos futuros. Para o bem do próprio evento.

Mas considerando que as informações que tenho recebido dão conta de que os transtornos à cidade foram muito pequenos (se houveram) e que houve significativo aumento da atividade econômica ligada à prestação de serviços (alimentação, transporte, hospedagem), acho que afinal o Trivela Ilhéus valeu à pena. Provavelmente é muito bom que eventos assim se fortaleçam na cidade.

Só não contem com meu ingresso. Eu prefiro sossego.

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