A recente confirmação de Michael Schumacher na equipe Mercedes-Petronas (ex Brawn) para a temporada 2010 deixou muitos surpresos, outros felizes, outros frustrados.
Surpresos pelo retorno de um multi-campeão, que já conquistou tudo o que um piloto poderia sonhar na carreira e que, em tese, não deveria estar mais motivado a entrar num carro e acelerar de verdade.
Felizes os que compõem a enorme legião de fãs do maior piloto que o mundo viu guiando na Fórmula 1 nos últimos 50 anos. Comparável apenas ao argentino Juan Manuel Fangio.
Frustrados os que desejam ver a renovação da Fórmula 1, com o surgimento de novos gênios, talentos a serem lapidados e desenvolvidos. Se o tedesco continuar sendo o “velho” Michael, então não vai sobrar espaço pra ninguém. Como não sobrava, enquanto ele destruía todos os adversários e quebrava todos os recordes.
Mas uma pergunta fica sem resposta, pelo menos até a primeira volta classificatória para o GP do Bahrein, que acontecerá dia 13 de Março próximo. Será que esse Michael ainda é o Grande Schumacher?
Quanto a idade já relativamente avançada, os três anos de inatividade e o acidente sofrido numa corrida de motocicletas no início de 2009 poderão afastar este Schumacher daquele que o mundo aprendeu a admirar, aplaudir amar e, em alguns casos, tolerar e até odiar?
Há precedentes interessantes. Niki Lauda, por exemplo, abandonou a Fórmula 1 em 1979, quando guiava um fraquíssimo Brabham e via um jovem e inexperiente piloto chamado Nelson Piquet andando tão rápido quanto ele. Mas eis que, anos depois, o Austríaco recebe um convite da McLaren para voltar às pistas em 1982. Após apenas 2 corridas de adaptação, Lauda venceria pela McLaren em Long Beach e ainda venceria uma segunda prova, o Grande Prêmio da Inglaterra. Mais do que isso, em 1984 conseguiu alcançar mais um campeonato mundial, com meio ponto de vantagem sobre um talentoso e jovem piloto chamado Alain Prost, com quem Lauda também dividia a equipe.
Não obstante, os tempos são outros. A Fórmula 1 é outra, exigindo muito mais dos pilotos tanto no aspecto físico quanto no conhecimento técnico dos carros – eles mudaram radicalmente nos últimos anos. Schumacher terá, seguramente, muito mais dificuldades do que Niki Lauda para se tornar competitivo de novo.
Sem dúvida nenhuma, a volta de Michael tempera o campeonato de 2010. Propõe aos outros pilotos mais que um adversário ser batido. Schumacher é uma lenda. Pode-se ver brilhando nos olhos a vontade de jovens talentos como Vettel e Hamilton em dividir as pistas, disputando contra o Maior de Todos.
Esperemos então para ver o tamanho desse velho Michael, e saber se ele ainda é capaz de ser o Schumacher que o Mundo conheceu.
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