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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

'Corrupção não é o maior problema do país', afirma Mangabeira Unger

Em sabatina, filósofo defendeu financiamento público de campanha



Da Folha de São Paulo
Original aqui.

Declarando-se à disposição da presidente Dilma Rousseff (PT) para colaborar no seu segundo mandato, "dentro ou fora" do governo, o filósofo Roberto Mangabeira Unger, 67, afirmou em sabatina realizada pela Folha nesta quarta-feira (5) que a corrupção não é o principal problema do Brasil.

"Entre os grandes países em desenvolvimento, especificamente os Brics --Índia, China e Rússia--, o Brasil é, de longe, o menos corrupto. Nós temos corrupção, mas não é um dos nossos problemas maiores", disse.

Para o professor da Faculdade de Direito de Harvard (EUA), a causa maior da corrupção é o custeio das campanhas políticas. Ele defendeu a substituição do financiamento público pelo privado.

O filósofo rememorou suas contradições em relação a Lula. Em artigo publicado na Folha em 2005, na esteira do escândalo do mensalão, Mangabeira Unger se referiu ao governo do petista como o mais corrupto da história do país e pediu seu impeachment. Em 2007, porém, tornou-se ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, cargo que ocupou até 2009.

"Ele [Lula] magnanimamente me convenceu a trabalhar pelas mudanças do país", justificou-se.

Ao comentar sobre as diferenças de Lula e Dilma, disse que ele tinha uma "grande intuição no trato pessoal", enquanto ela tem uma formação distinta, de afirmação nacional. "Dilma militou comigo no PDT, na época do Brizola. Ela tem uma visão que nos aproxima, de usar o poder do Estado para construir alternativas. Mas isso precisa ser reestruturado. O nacional-desenvolvimentismo não é mais suficiente."

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