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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Vergonha Nacional

Eu duvidei que o “caso” Cingapura fosse realmente acontecido como, a princípio, se divulgou. Parecia sem sentido, e pouco verossímil. Leia aqui as minhas considerações a respeito.

Mas agora, frente a uma declaração formal de Nélson Piquet, o Jr., de que aconteceu de fato, e que ele propositadamente bateu para interromper a corrida e favorecer seu colega de equipe, não me restam muitas dúvidas: eu estava errado. E a esportividade na Fórmula 1 alcançou mesmo o fundo do poço.

A primeira conseqüência das declarações do piloto brasileiro precisa ser, em nome do mínimo de decência esportiva, a cassação imediata e irrevogável de sua licença como piloto. Porque não se pode admitir uma ação dessa natureza de esportista nenhum, em nenhum esporte.

O goleiro chileno Rojas, por muito menos, foi banido irrevogavelmente do Futebol. Que seja Nélson banido, não da Fórmula 1, mas de toda e qualquer competição esportiva no futuro.

Pessoalmente acho que, mesmo que a FIA não o faça, dificilmente o piloto brasileiro vai conseguir novamente encontrar uma nova oportunidade em sua carreira. A mancha a que ele se sujeitou é indelével. Patrocinadores e donos de equipes sempre sentirão o mau cheiro antes de ver um piloto.

A equipe Renault, da mesma maneira, precisa ser severamente punida. Como time esportivo, também deveria deixar de existir. Como corporação, evidentemente, não é possível. Assim, é de se imaginar um belo gancho, afastando também de maneira irrevogável TODOS os envolvidos no episódio e suspendendo a marca Renault de todas as competições esportivas.

Acompanho as corridas de Fórmula 1 desde 1980. Já assisti atitudes desesperadas, anti-esportividades, destemperos de pilotos e dirigentes. Vi Alan Jones bater em Nélson Piquet na largada do GP do Canadá em 1980. Vi Prost jogar o carro contra Senna em 1989 e, no ano seguinte, o Brasileiro acertando grosseiramente a parte de trás do carro do Francês. Vi Schumacher bater de propósito em Damon Hill para ser campeão, e tentar de novo contra Jacques Villeneuve. Vi Gerard Berger abrir passagem para Ayrton Senna em muitas corridas. Vi Rubens Barrichello abrir para Schumacher na reta de chegada no GP da Áustria.

Todos lances polêmicos, feios, anti-esportivos. Mas protagonizados por pilotos que estavam no calor de uma disputa. O que não os inocenta, evidentemente, mas os fazem merecedores de ter a seu favor o argumento de que não estavam agindo friamente, já que estavam no meio de uma competição.

Como jogadores de futebol que cometem um ato indisciplinado e são expulsos de campo.

O caso de Nelson Piquet Jr. É totalmente diferente. Foi combinado antes, e protagonizado por um piloto que se mostrou medíocre na Fórmula 1 e, portanto, não almejava disputar nada de mais promissor naquele Grande Prêmio. Como de sorte em nenhum outro.

Eu gosto muito de Fórmula 1. E por isso estou, pela primeira vez, realmente envergonhado da falta de esportividade na categoria. Porque um piloto se sujeitou a esse nível de baixeza.

E ele é Brasileiro. Filho de um dos maiores da História.

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