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quarta-feira, 14 de maio de 2014

O grande erro do modelo elétrico foi a rigidez da ecologia

Do site de Luís Nassif

Original aqui.

Por Igor Cornelsen
Caro Luis

Sou engenheiro civil especializado em barragens para geração de eletricidade.

Quando estudava em Curitiba, na Universidade Federal do Paraná, entre 1965 e 1970, o laboratório de hidráulica da escola de engenharia modelavam uma série de barragens no rio Iguaçu, que foram depois construídas pela COPEL e Eletrosul.

Se houvessem grandes reservatórios nas duas barragens do rio,  o Acre não teria ficado isolado"

O rio que antes transbordava, invadia cidades, deixava regiões isoladas, hoje está domado, gera energia o ano todo, e suas barragens armazenam água na época das cheias, evitando transtornos à população, e gerando eletricidade no resto do ano.

Vi com satisfação que as cataratas do Iguaçú estavam com forte enchente há umas duas semanas, o triplo da vazão normal, alegrando os turistas, mas não havia notícia de cidades alagadas, estradas destruídas etc.

Depois dos engenheiros, que felizmente construíram muitas barragens no leste e no sul do país, a sociedade encampou as ideias dos ecologistas, que já não mais permitem reservatórios para armazenar água nas cheias, e fazê-las gerar energia na época da seca, perenizando o transporte fluvial.
As usinas hoje são a fio d'água.

Foi triste ver o que ocorreu nas enchentes do rio Madeira. Tenho certeza que se houvessem grandes reservatórios nas duas barragens do rio,  o Acre não teria ficado isolado, nem grandes contingentes populacionais teriam as suas casas invadidas pelas águas.

O Acre e Rondônia foram vítimas da ignorância dos ecologistas, que abominam barragens e que impedem o Brasil de usar uma das suas maiores riquezas, que são os seus cursos d'água, que vem do planalto e desaguam no Atlântico. Energia hidráulica não queima petróleo, nem lança no ar poluentes que aumentam o efeito estufa.

Um dia o Brasil vai lamentar o tempo perdido e entender as más decisões dos anos em que se imaginava que protegeriam as populações ribeirinhas sem a construção de barragens.

Este realmente é o maior problema do setor elétrico, todos os outros são contornáveis.

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