Cravo Sem Canela (clique aqui) voltou ao ar.
Pessoalmente eu acho que isso é uma excelente notícia. Voltamos a ter um pouco mais de sátira, inteligência e polêmica. A boa polêmica.
E a primeira já foi levantada: que interesse tem a BAMIN em promover o Pan de Surf em Ilhéus?
Não é preciso pensar muito: propaganda institucional. É o mesmo interesse do Supermercado Meira em manter (em excelentes condições, diga-se de passagem) a praça Cairú. Ou da cervejaria AMBEV em patrocinar a Copa do Mundo de 2014. Trata-se do interesse de qualquer Companhia que apóia uma atividade cultural (esportiva ou artística). Promover a imagem da Empresa.
E o caso da BAMIN não é diferente.
Não nos iludemos: a BAMIN não sonha com o desenvolvimento de Ilhéus, nem com a solução da crise econômica do Sul da Bahia, nem com a abolição da Ditadura de Cuba, nem com a Cura do Câncer, nem com a erradicação da Fome no Mundo.
Nem a BAMIN nem nenhuma empresa do mundo. Empresas, por definição, buscam o lucro.
Ocorre que esse modelo, de busca individual pelo lucro, segundo Adam Smith, é o que promove a evolução das sociedades. Porque, para encontrar o lucro, as empresas precisam contratar pessoas, investir em infra-estrutura (o que permite que outras empresas contratem outras pessoas), investir na própria imagem, patrocinando eventos como o Pan de Surf ou o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 ou o Festival de Verão de Salvador.
As empresas buscam seu próprio lucro. Mas isso só pode ser obtido fazendo girar toda uma roda econômica que, se bem conduzida - e aí entra o precioso papel do Estado regulador - torna-se um poderoso vetor de desenvolvimento econômico e social.
No caso da BAMIN, e do polêmico Complexo Intermodal, o fenômeno que se observa é exatamente esse. Há um interesse muito claro da empresa: lucrar. Quanto mais melhor. Mas há também uma oportunidade única de, sendo bem conduzido, o projeto venha a somar um desenvolvimento ímpar para Ilhéus e para toda esta falida regiao ex-cacaueira. Porque prevê a geração de milhares de empregos diretos e indiretos. Será necessária a instalação de uma enorme infra-estrutura, que sustentará os interesses logísticos da BAMIN, mas também abrirá oportunidades para inúmeras outras atividades serem fortalecidas, diversificando a economia da Região. No caso, haverá o fortalecimento das atividades de importação e exportação de todo tipo de produtos, além de prever um Aeroporto Internacional, um equipamento que poderá alavancar fortemente o Turismo.
Todos esses resultados gerarão desenvolvimento social e econômico. Desde que o projeto seja bem conduzido. Aí é onde está o papel do Estado. Por "Estado" leia-se: IBAMA, Secretarias de Planejamento e Finanças, Ministério dos Transportes, Ministério da Integração Nacional. Todos tem papéis fundamentais a executar.
O Complexo Intermodal apresenta uma série de riscos potenciais, que estão sendo debatidos, contornados e compensados. Pessoas, Governos e Empresas precisam se entender, para que o projeto saia da melhor forma possível.
Porque, além dele, não há muitas esperanças para essa região cada vez mais pobre.
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