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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Quem será o Pai do Complexo

O governador Paulo Souto (alguém me explicou que não se usa mais, por polidez, o prefixo “ex” ao se referir a ilustres ex-ocupantes de cargos públicos. Assim, trata-se do Presidente Fernando Collor, Presidente Itamar Franco, Presidente Fernando Henrique e Governador Paulo Souto, entre outros) manifestou-se favorável ao projeto do complexo intermodal, embora alegue desconhecê-lo (leia aqui).

Pelo andar da carruagem, a disputa nas próximas eleições para governador será acirrada, entre Paulo Souto, que teve uma aceitação razoável de seus mandatos enquanto governador, e Jacques Wagner, cujo mandato sofreu com toda uma série de heranças administrativas difíceis de serem contornadas, embora também não se possa negar que a administração do PT na Bahia tem sido decepcionante em muitos aspectos.

Posto esse cenário, parece um grande equívoco do governador Paulo Souto afirmar que não conhece o projeto do Complexo Intermodal. Porque, como candidato, ele precisa conhecer todos os detalhes de todos os projetos que sejam do interesse do Estado. Incluído aí o sempre esquecido Sul e Extremo Sul da Bahia.

Todavia, sob uma análise mais cuidadosa, vê-se que, na verdade, o candidato do DEM fez um lance de mestre no jogo da disputa pelo governo do estado em 2010. Por um lado, disse o óbvio, que concorda com o conceito do Complexo Intermodal contanto que se respeite o meio ambiente, etc. Mas ao mesmo tempo alfineta o atual governo ao dizer que não conhece detalhes do projeto.

De fato, ainda não há nenhuma informação absolutamente concreta sobre o projeto: orçamento, cronograma, licitações, compensações ambientais, etc.

Essa é a denúncia que, indiretamente, está fazendo o candidato do grupo outrora liderado por Antônio Carlos Magalhães: o Complexo Intermodal ainda não existe, sequer no papel. Não passa de uma grande promessa política.

O Complexo pode ser a última chance de soerguimento da economia sul-baiana, particularmente no caso de Ilhéus. Porque o Cacau não terá mais fôlego para alcançar os áureos tempos de outrora, e o Turismo é uma atividade cujo pico se dá nos meses do verão, praticamente inexistindo durante dois terços do ano. Mesmo na chamada “alta estação”, o Turismo sofre com a infra-estrutura precária da cidade e com a péssima qualidade dos serviços que são prestados ao turista.

Jacques Wagner poderia ser o pai da criança, o governador que iniciou o Complexo Intermodal, e ir para a história como o estadista que recuperou a economia do Sul da Bahia, com um projeto inovador, consistente, sustentável.

Mas a verdade é que do projeto de Wagner, até hoje, apenas se ouviu falar. E o governador do PT, em função de toda essa conjuntura política desfavorável, corre o sério risco de não se reeleger nas eleições vindouras.

O destino do projeto, e com ele o de toda a economia do Sul da Bahia, pode estar nas mãos desses dois homens, e naturalmente está sendo deliberadamente usado na disputa política.

Jacques Wagner precisa mostrar que é capaz de tirar o projeto do mundo das idéias e torna-lo uma coisa concreta. Ainda não conseguiu. Paulo Souto tenta mostrar que, aquilo que no mandato de Wagner não passa de uma boa idéia, tornar-se-á realidade quando a Bahia escolher um governador com espírito “empreendedor”, capaz de levar a cabo projetos estratégicos de interesse de todo o estado.

No meio dessa guerra ficam os eleitores: uns lamentando as decepções, outros temendo o retrocesso.

Ambos cobertos de Razão.

2 comentários:

  1. Álvaro, bom texto!
    Ahh, sobre o prefixo "ex", dá uma olhada nos primeiros 50 segundos desse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=bYLOLP0ANEg

    rsrsrs.

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  2. Sem discussão: o idealizador do complexo e importante projeto é o Governador Wagner.O que acontece é que a coisa está andando e os caciques estão sonhando,rezando para que Wagner perca as eleições.Isto não vai acontecer,com certeza,e logo teremos o início desta grandiosa obra com as cores da bahia e do PT.Parabéns Governador Wagner.

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