Já não é mais o mesmo o mundo do futebol. A constatação é uma obviedade, mas é particularmente digna de menção quando temos pela frente a precoce eliminação do Brasil - apesar de cair para um adversário tradicional - e a humilhante eliminação da Argentina.
Mas não é isso o que chama a atenção. Afinal, perder para a Holanda ou para a Alemanha não é um resultado imprevisível há décadas. São duas das mais tradicionais equipes do planeta e merecem estar onde estão pela história que construíram ao longo da existência do Futebol.
O que tornou todo o processo extremamente patético foi a arrogância de parte a parte.
Estava curtindo umas horas forçadas ontem no Aeroporto JFK em Brasília quando se passava o jogo da Argentina. Via brasileiros vibrarem a cada gol Alemão.
Mais tarde, ainda em regime de horas forçadas, mas desta feita no aeroporto de Cumbica, conversei com argentinos qaue estavam tristes mas confessavam ter torcido contra, e ficado satisfeitíssimos com a derrota do Brasil.
É o deleite do derrotado. Seu prazer está em ver outros se juntarem na desgraça. Brasileiros e Argentinos não sabem mais sorver o doce da Vitória. Satisfazem-se com o amargor mesquinho da derrota alheia.
Pois hoje o comportamento das duas torcidas é precisamente o retrato disso: de um lado os Brasileiros desdenhando de Maradona e dos jogadores da Argentina, considerando o time Platino uma seleção sem coordenação e desorganizada, apesar dos talentos. De outro lado os Argentinos referindo-se ao Brasil como a equipe que já foi, e que não mostra hoje uma pálida sombra das equipes que outrora encantavam o mundo.
E enquanto ambos trocavam estúpidos torpedos, o mundo passou atropelando.
Brasil e Argentina poderiam fretar o mesmo avião, com destino Buenos Aires escala em São Paulo. Daria para levar duas decepções para casa gastando pouco dinheiro.
E enquanto nenhuma das equipes voltar a mostrar a força de outrora, continuarão no abraço de desesperados.
O Futebol não está mesmo harmonizando com nenhum dos dois: o Tango e o Samba.
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