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terça-feira, 6 de outubro de 2009

BRIC e o desenvolvimento humano

Apesar de tantas conquistas, ainda há sempre tanto a fazer. Apesar de tanto elogios, ainda há sempre tanto a criticar.

O propalado BRIC – grupo de países formados por Brasil, Rússia, Índia e China, são apontados por muitos economistas como as quatro novas potências econômicas do planeta. Uma realidade que deverá acontecer nos próximos anos.

De fato, o crescimento sustentável, as decisões políticas de seus governos e as condições macro-econômicas do Globo sugerem que, em breve, o BRIC estará brevemente junto com Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá. Países que formam o G7. Aliás, brevemente não fará mais sentido pensar em G7, mas em G20 (leia aqui), tal a perda de importância estratégica das sete nações mais ricas do planeta.

Mas o BRIC, que tem nota exemplar na atuação econômica, conseguindo sobressair no capitalismo internacional, acaba de ser reprovado – os quatro – na lição de casa.

A lista de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países, que foi divulgada pela ONU coloca uma questão aos BRIC: de que está valendo vencer a guerra capitalista se as pessoas desses países ainda não conseguem viver melhor?

De fato, a Rússia ficou em 71º lugar na lista. O Brasil, mais modesto ainda, ficou em 75º. A China foi classificada na posição 92 e, incompreensível, a Índia que já é uma liderança mundial na produção de tecnologia de Informação, ficou na 134ª posição.

Todos atrás de países “pobres” como Andorra, Chile, Lituânia, Antígua e Barbuda, Letônia, Argentina, Uruguai, Cuba, Bahamas, México, Costa Rica, Venezuela, Panamá, Trinidad e Tobago. Países que não estão com economias capitalistas pujantes. Mas que, em troca, permitem uma qualidade de vida melhor aos seus habitantes.

Nem sempre o desenvolvimento econômico promove a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Particularmente na lógica capitalista, é necessário um controle muito grande sobre a economia para forçar o aumento da produção e da riqueza a ser distribuído pelas pessoas. Para que o crescimento seja bom para todo mundo.

O BRIC precisa fazer essa lição de casa. Precisa ter a coragem de romper definitivamente com a lógica liberal do estado mínimo, e atuar como estados modernos que inteligentemente promovem o desenvolvimento econômico ao mesmo tempo em que inflexivelmente impõem que a riqueza e o desenvolvimento sejam melhor distribuídos, melhorando a vida de todas as pessoas.

Que assuma, O BRIC, essa corajosa missão de ensinar isso ao planeta. Conquistar a sede das olimpíadas de 2016 foi motivo de orgulho para o Brasil. Mas que nos orgulhe mais nosso país ao mostrar ao mundo que é possível desenvolver as economias incluindo o desenvolvimento dos seres humanos.

Porque senão o BRIC será reprovado nessa disciplina.

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