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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Quando Wagner Desafina

Pedem-me com freqüência que eu faça uma análise pessoal do governo Jacques Wagner. Principalmente para confrontar alguns blogs assumidamente petistas, como o “Sarrafo” e o “Pensar Grande”.

Bem, eu vou fazer um pouco o jogo dos que gostam de ver "o circo pegar fogo". As críticas que tenho ao governo Wagner são muitas, a maioria ligada à extrema inoperância de certos setores do estado e à excessiva quantidade de propagandas e promessas não cumpridas.

Senão vejamos: a ponte da estrada Camamu-Itacaré, já deveria estar pronta há meses. A ponte sobre o Rio de Contas nem se fala. Todas promessas feitas publicamente, com data marcada. A próxima promessa não cumprida é a liberação da operação do aeroporto de Ilhéus em Outubro. E, fala-se nos bastidores, o início das obras da ferrovia que ligará Ilhéus a Caetité em Dezembro também não vai sair. O mesmo já se diz da duplicação da BR415 entre Ilhéus e Itabuna.

Poderia passar mais tempo aqui citando promessas que o Governador fez e não cumpriu, só com relação ao Sul da Bahia. Mostrando a inoperância de muitos setores do governo, mostrando como falta articulação e ação tanto no campo político quanto no campo administrativo.

Comparado ao governo federal, que também é do PT, as realizações do governo do Sr. Jacques Wagner são realmente muito tímidas. Difícil explicar porque o presidente Lula consegue fazer tanto mais do que o governador da Bahia que é, afinal, o principal estado governado pelo Partido do Presidente.

Mas há atenuantes, que não justificam, mas amenizam a seqüência de decepções que o governo da Bahia vem proporcionando. Em primeiro lugar, a situação econômica em que o estado se encontrava em 2006 não era das mais favoráveis. Além disso, nos primeiros meses de seu mandato uma série de informações a respeito de indicadores sociais como violência, desemprego, pobreza, saneamento básico, educação e saúde “despencaram” repentinamente, o que foi amplamente divulgado pela imprensa. Não dá para compreender facilmente que em menos de um ano esses índices tenham piorado tanto. É mais provável que as informações tenham se tornado mais precisas, revelando dados que já eram ruins mesmo antes do atual governo se instalar na Bahia.

Não tenho realmente muitas coisas favoráveis para dizer do governo Wagner ainda. Espero que as coisas mudem, e que o governo comece a realizar mais, a cumprir promessas, a fazer menos propaganda e mais ações efetivas.

Mas a pior herança que esse governo pode deixar aos baianos não são as promessas e os problemas mal resolvidos, ou não resolvidos. O que é ruim pode ficar pior. Pode acontecer, como conseqüência do governo Wagner, que os eleitores da Bahia, decepcionados, façam voltar ao poder o grupo político que mandou no estado entre 1990 e 2006.

Isso, sim, seria um desserviço difícil de perdoar prestado pelo governador Wagner ao estado.

Um comentário:

  1. É isso mesmo, professor! Wagner é um governador ruim. Mas a volta do carlismo seria um pesadelo! O pior desse governo não é a Wagareza, que já é muita! É a possibilidade de permitir a volta do Carlismo!
    Não nos dê esse "presente" Wagner!

    Flavio P. Souza

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