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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Bom te (re)ver, Williams

Pastor Maldonado e sua vitória Histórica
Já lá se vão 42 anos desde que Frank Williams decidiu montar uma equipe de corridas. Mas foi a partir de 1977 que a associação com Patrick Head se formou e fez surgir a equipe Williams de Fórmula 1, com sede em Grove, na Inglaterra.


Patrick Nève guiou o primeiro Williams em corridas de Fórmula 1
Naquele ano os resultados foram muito fracos, e o seu único piloto, o belga Patrick Nève, sequer conseguiu marcar pontos no campeonato, embora tenha conseguido terminar em sétimo o GP da Itália, em Monza.

Frank, porém, era insistente. E sua teimosia deu frutos rápido. Três anos depois, em 1980, depois de vencer uma disputa duríssima contra Nelson Piquet e seu Brabham, Williams comemora seu primeiro mundial de pilotos e de construtores. Naquele ano a dupla era formada por Alan Jones, o campeão, e Carlos Reuteman, o terceiro colocado.
Alan Jones foi o primeiro campeão guiando um carro Williams
Apesar de muito jovem, a equipe repetiria o feito na conturbada temporada de 1982 (11 vencedores em 16 corridas, acidentes espetaculares que registraram duas mortes, Gilles Villeneuve e Ricardo Palleti, além do fim prematuro da carreira de Didier Pironi), quando trouxe o finlandês Keke Rosberg que pilotava para a Fittipaldi para fazê-lo campeão mundial.
Keke Rosberg vence o campeonato em 1982 com a Williams
Naquele momento a equipe começou a dura e inevitável transição para os motores Turbo, época em que a Mclarem se torna praticamente imbatível. A equipe Williams aposta no talento de um jovem patrício, o inglês Nigel Mansell, e nos motores japoneses da Honda. Mas apenas quando trouxe, a preço de ouro, a experiência do então bi-campeão mundial Nelson Piquet é que os resultados começam a surgir. Em 1986 a equipe domina a temporada, mas o campeonato acaba sendo conquistado de forma espetacular pela Mclarem e seu piloto: um francês baixinho e narigudo chamado Alain Prost percebeu a oportunidade com a briga interna entre os dois pilotos da Williams e não a deixou escapar.
Em 1986 Piquet e Mansell duelaram, e a Williams perdeu o título
A casa foi posta em ordem apenas em 1987, quando Piquet controlou Nigel Mansell durante toda a temporada e acaba vencendo o terceiro campeonato para a Williams, e para si mesmo, depois de sobreviver com sequelas a um grave acidente na curva Tamburello em Imola.
Em 1987 Piquet e sua Williams não deram chances à concorrência
A partir de 1988 a equipe iniciou um duro processo de migração para os motores aspirados, agora em parceria com a Renault, já que os Turbo seriam banidos. Ao mesmo tempo, prosseguiu com o desenvolvimento de um sistema computadorizado de controle da altura do carro, chamado de Suspensão Ativa. Os resultados custaram a aparecer mas, em 1992, a equipe domina amplamente a temporada fazendo chegar a Nigel Mansell seu primeiro e único título.
Mansell guiou o espetacular Williams e venceu o campeonato em 1992
A superioridade da Williams com sua suspensão ativa tornou a equipe o sonho dourado de todos os pilotos na época. Ayrton Senna declarou que correria pela equipe "de graça". Mas Frank não optou por Senna, e também esnobou seu campeão, deixando Mansell sem emprego. Para 1993 a Williams fecha contrato com Alain Prost e dá ao francês o equipamento que ele precisava para conquistar seu quarto título mundial, apesar da forte oposição de Ayrton Senna, além das peripécias de um novato alemão muito talentoso chamado Michael Schumacher.

Em 1993 Alain Prost controla Senna e é campeão com a Williams
A chance de Ayrton Senna e Frank Williams trabalharem juntos aparece apenas em 1994, mas a parceria acaba tragicamente na curva Tamburello, naquela história que todos conhecem. A equipe promove Damon Hill a piloto principal, e candidato ao título mundial, mas Michael Schumacher frustra sucessivamente seus planos. Apenas em 1996, numa briga interna contra o estreante Jacques Villeneuve,  Damon conquista seu título mundial, em mais uma dobradinha da Williams.
Damon Hill, campeão pela Williams em 1996
A equipe, em parceria com a Renault, ainda dominaria a Fórmula 1 por mais um ano. Em 1997 o quase estreante Jacques Villeneuve consegue superar a Ferrari de Michael Schumacher para se tornar o sétimo e último piloto da equipe a ser campeão mundial.
1997: Jacques Villeneuve se torna o último campeão da Williams
Foram sete campeões diferentes em vinte anos. Destes sete, apenas dois deles foram para a equipe já com outras conquistas no currículo.

E desde então a equipe viveu um período de resultados cada vez mais magros e escassos. Os campeonatos desapareceram desde 1997 e as vitórias desde 2004. Em 2011 a equipe fez sua pior temporada, marcando apenas 5 pontos, não conseguindo mais do que a nona posição em nenhuma das etapas (em 1977, ano de estréia, apesar de não marcar pontos, conseguiu uma sétima colocação).

Parecia que o fim estava próximo. Até 2012 começar. Agora a velha parceria com a Renault foi reeditada, e os resultados já começaram a surgir com Bruno Senna nas primeiras corridas. Mas a cereja do leite só veio ontem. Depois de sete anos na fila, finalmente aconteceu. E no aniversário do velho Frank, agora com 70 anos de idade, o dobro do que tinha quando começara em 1977. O sorriso tímido no rosto magro se abriu novamente, e uma Williams volta a vencer na Fórmula 1 desde o GP do Brasil de 2004.

É por isso que a vitória de Pastor Maldonado é tão importante. Bom ver a Venezuela se juntar aos países com pilotos vencedores. Bom ver o quinto vencedor diferente em cinco corridas. Boas novidades nesta Fórmula 1 de 2012. Mas a melhor novidade não é novidade nenhuma. Apenas um reencontro.

Bom te rever, Williams.

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