Eu não torço para o Flamengo. O único time que habita meu coração é o Vitória. Confesso que nutro alguma simpatia pelo tri-campeão carioca porque a minha família é, em sua imensa maioria, formada por flamenguistas. Aí a gente acaba incorporando um pouco.
Mas há uma prova irrefutável de que eu não sou flamenguista: eu gosto do Vasco da Gama. Acho bonita a história do clube, e o apego às suas origens. Daí que me sinto confortável em dizer: bem feito para o Vasco.
O Vasco possui o mais belo escudo entre todos os clubes do Brasil. O desenho estilizado da caravela portuguesa, com destaque para a cruz de malta na vela é mesmo ímpar. Não é apenas a composição de um escudo. É um trabalho artístico.
E em conseqüência do escudo, a composição do uniforme tradicional do time, camisa branca com uma faixa negra transversal, ou camisa negra com uma faixa branca transversal também se alinha, fugindo das composições comuns de faixas verticais/horizontais ou cores únicas, entre os mais belos uniformes.
A faixa transversal remete o pensamento de quem a vê àquela faixa comemorativa que os só os campeões recebem. No caso da equipe carioca, seu padrão era uma referência, uma mensagem subliminar: envergar aquele uniforme é uma recompensa, uma honra, uma conquista.
E eis que a arte é substituída por um uniforme bisonho, que despreza as cores preto e branco, tradicionais do time (aliás, desprezar as cores tradicionais é coisa que muitas equipes já fizeram: Vitória, Corinthians, Palmeiras... deve haver alguns que não me lembro) e compõe um visual totalmente sem sentido. A Cruz de Malta se tornou uma cruz comum, perdendo a característica de ser totalmente simétrica, e foi desenhada - em vermelho – por cima do uniforme branco.
Ficou parecendo um ataúde. Digno do destino que o clube teve neste campeonato carioca.
Por isso eu digo: já que abriu mão do Belo, cuspiu na própria História e desprezou a Arte, de minha parte eu achei muito bem feito o que aconteceu ao Vasco da Gama.
E enquanto o velho uniforme não for recuperado vou continuar torcendo contra. Não é nada pessoal contra o Vasco.
É contra a feiúra.
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