Cobra-se o engajamento de entidades regionais, como a UESC e a CEPLAC, que deveriam se posicionar frente ao projeto do Complexo Intermodal.
Mas não é tão simples. A UESC não é como o GreenPeace, o WWF ou as ONGS, que são constituídos de maneira unilateral: existem por uma única causa fim. O Greenpeace, por exemplo, é totalmente míope para qualquer questão que não a puramernte ambiental. E é bom que seja assim, pois é disso - o contraditório - que se faz a democracia. Eu acho que o Greeenpeace (apesar de chamado de "Barbie da causa ambiental" pelo seu fundador, hoje afastado) precisa continuar sendo míope mesmo. Porque sua visão limitada - embora profunda - é importante catalizador para avivar os debates em toda a sociedade.
Então é fácil para os governos federais, estaduais e municipais serem a favor do Complexo, ao olharem as inúmeras vantagens sociais e econômicas que advirão do novo projeto. Da mesma forma, ONGs ambientalistas e ativistas ambientais também possuem muita facilidade para se engajar contra o Projeto, munidas dos discursos ambientais. É verdade que há denúncias de que a motivação de muitas dessas ONGs não sejam puramente ambientais, mas não há nenhuma prova concreta, de forma que desconsiderarei isso.
Não obstante, para instituições com interesses e composições mais plurais, como as universidades e os centros de pesquisa - aí entram UESC e CEPLAC - fica muito mais difícil. É que essas instituições não possuem apenas um "olho", que eventualmente só enxergue um dos lados da história. Muito pelo contrário, são centenas de olhos, e cada um deles é um especialista em potencial, mas em diferentes áreas.
Logo, ao contrário das ONGs e sua miopia, as universidades sofrem com a incongruência das suas múltiplas visões. Dessa forma, não é esperado que a UESC tenha uma única posição - contrária ou favorável - ao projeto pois, ainda que isso aconteça, certamente haverão vozes dissonantes. E ninguém tem, ou deveria ter, o poder de impor sua vontade dentro de uma comunidade acadêmica.
É importante ressaltar que é bom que seja assim: a universidade plural, com múltiplas vertentes, é o local ideal para que se procedam os debates, o avanço do conhecimento. Somente em ambientes assim faz sentido pensar em pesquisa, em avanços técnicos e científicos, em extensão.
Portanto, muito me surpreenderá se a UESC se posicionar "formalmente" contra ou a favor do Complexo Intermodal. Na UESC o debate fervilha, assim como em toda a região, embora a tendência de aceitação da tese favorável ao projeto esteja, ao que parece, a cada dia mais fortalecida.
Mas isso é um tema que tratarei a posteriori.
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