Abaixo um relato feito por uma mulher que peregrinou atrás de atendimento médico de urgência.
Trata-se de pessoa esclarecida, com alguma condição financeira, transportada de automóvel. O desfecho poderia ser outro caso fosse uma pessoa menos esclarecida, com menos recursos próprios, e dependendo de transporte público ou ambulâncias.
O caso se passou em Ilhéus, mas poderia ser em qualquer cidade do Brasil.
O Brasil precisa tomar para si, de fato, a missão, com os respectivos encargos decorrentes, de universalizar a saúde com qualidade. Não é fácil, e não é barato. Mas é necessário fazê-lo.
Enquanto isso, vamos apostando na sorte.
RELATO DO QUE ME ACONTECEU NA QUINTA-FEIRA
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| Socorro Mendonça |
No final do dia de quinta-feira, comecei a sentir uma tontura e a sensação de forças se esvaindo, com formigamento leve nas extremidades (pontas dos dedos das mãos e pés). Além disso, um cansaço aparentemente inexplicável, exceto pelo peso do próprio corpo e o notebook que sempre carrego.
Encontrei Gil Gomes que sempre me dá carona no início e final do dia e ao comentar sobre o que estava sentindo me questionou se não deveríamos procurar um médico. Pensei e falei que àquela hora, o máximo que poderíamos encontrar era o Hospital Regional, mas não acreditava que eu deveria ir até lá considerando que é hospital de emergência.
Assim, resolvemos ir até o Hospital São José. Parecia que já estava escrito e antecipadamente previmos que não encontraríamos um plantonista. Para nossa surpresa, havia um, mas estava jantando e a resposta ao meu questionamento foi de que, se eu quisesse, teria que aguardá-lo jantar e descansar e ainda que provavelmente estaria no posto por volta das 20h30m. O atendente lamentou eu não ter chegado 15minutos antes quando poderia ter sido atendida. Eu não queria me aborrecer, pois estava percebendo que minha pressão arterial estava alta apesar de fisicamente parecer o contrário, com sensação de desfalecimento e gelada.
Perguntamos onde poderíamos ir e fomos orientados a procurar a COCI ou a VIDAMEDI. Estávamos no centro da cidade e por isso optamos pela COCI.
Chegando na COCI, o atendimento foi imediato, pois as pessoas que entenderam fizeram uma breve triagem e concluíram que realmente poderia ser emergência. Fui atendida pelo atendente Elson que ao aferir minha pressão arterial, informou ao Dr.Olissandro que estava 18x12 . Dr.Olissandro demonstrou surpresa com a minha “tranquilidade”, pois chegam na emergencia pessoas com14x9 desesperadas. Tanto o Dr.Olissandro quanto o atendente foram super atenciosos comigo. O médico então prescreveu lasix (diurético) e valium, os dois medicamentos intra muscular. A orientação foi a de que após o primeiro episódio de urina a pressão arterial seria novamente aferida. Assim aconteceu e quando foi feita a aferição pelo próprio Dr. Olissandro a pressão arterial estava 20x13. Ao invés de descer, subiu! A essa altura eu estava me sentindo pior e o mal estar agora tinha ânsia de vômito. Eu senti que poderia infartar. Neste momento questionei ao Dr. Olissandro se não tinha captopril ou isordil sublingual e ele informou que esse seria o recurso para fazer baixar a pressão. Assim foi colocado em baixo da minha língua dois comprimidos de isordil (10mg).
Após colocar o isordial sub lingual, a sensação foi de agonia, e tudo ficou muito pior. Eu não sei descrever bem, mas tudo estava faltando, estava indo. Isso aconteceu em menos de 5 minutos. Quando a pressão foi novamente aferida, estava agora 10x9. A queda foi súbita! Foi colocado oxigênio em mim e tudo começou a melhorar até que estabilizou em13x9.
O Dr. Olissandro recomendou que eu fosse ao Hospital Regional fazer um eletrocardiograma e que procurasse o cardiologista para rever a medicação já que faço uso diário do anti hipertensivo (losartana potássica de 50 mg).
Ao chegar ao Regional, quase morri com o que vi. O pior é que as pessoas acostumaram e aceitam aquele tratamento. O hospital por sua vez não é ambulatorial. Os pacientes estão em macas no corredor ou em cadeiras recebendo soro. Aquilo é clima de GUERRA!!! É UM HORROR! As pessoas são tratadas de forma indigna! Nós não merecemos isso.
Resolvi que se o meu caso era de morte, que eu iria morrer em casa e me recusei a ficar ali. Só ficaria se estivesse inconsciente.
No dia seguinte pela manhã começou a minha via sacra para ser atendida por um cardiologista particular. Não tinha vaga para nenhum! Comecei a sentir os mesmos sintomas e fui parar no Hospital São Jorge onde disse que queria ser atendida de forma particular, pois fui informada de que só atender na emergência pelo convênio ou particular. Ainda assim a recepcionista me perguntou se eu tinha carteira do SUS. Mesmo, quase morrendo, achei estranho e respondi que se estarei sendo atendida de forma particular, porque saber da minha carteira do SUS? Segundo ela, o procedimento agora é esse. Tudo bem! Logo após perguntou se eu queria Nota Fiscal ou queria apenas um recibo. Quase morri de vez, pois se estou pagando tem que me dar Nota Fiscal. Caso contrário o hospital está sonegando imposto. Vejam a situação de quem está procurando a emergência e PARTICULAR! Imaginem se é pelo SUS!
Enfim fui atendida, por um médico endocrinologista e extremamente técnico, o qual informou após aferir, que a minha pressão estava 18x12 e prescreveu lasix (agora endo venosa), captopril de 25mg e foi feito um eletrocardiograma. Pelo atendimento, medicamentos e o eletrocardiograma, paguei R$270,29.
Eram 13h:00m quando consegui ser atendida por um cardiologista cujo valor de consulta foi R$150,00 e mais os medicamentos que totalizaram R$80,00.
Estou bem e como diz o fake Bahiano de Todos os Santos, idade 53 anos bem vividos com peso excessivo não combina 88kg. Terei que emagrecer e continuar trabalhando para poder pagar, pois é deprimente precisar de atendimento médico em Ilhéus, ainda que tenha condição de sermos atendidos de forma particular.
Estarei fazendo a série de exames necessários essa semana e não poderei aguardar a fila do SUS. Por isso, terei que desembolsar, por enquanto, mais R$320,00.
O meu sincero desejo é que a próxima gestão, de fato, cuide dos Postos de Saúde a fim de que o hospital Regional seja de emergencia como deve ser e esteja pronto e adequado para receber um doente e não adoecê-lo só de ver.
Graças a DEUS você esta viva e podera continuar se tratando.
ResponderExcluirAqui em Cuiabá MT não é diferente da Bahia, mesmo tendo um plano UNIMED INTERNACIONAL,a minha filha teve uma arritimia, e no dia não tinha UTI pelo plano de saúde,que não barato.O PLANO VENDE AQUILO QUE ELE NÃO TEM.
O SAMU ERA DR. BRUNO SPADONI OTIMO MÉDICO ELE FEZ TUDO O QUE PODIA PARA SALVAR A MINHA FILHA. atendeu muito bem ligou na central e disseram que tinha uma UTI no hospital SANTA ROSA ESPERANDO A MINHA FILHA,ATÉ AI EU ESPERANÇOSA, QUE MINHA FILHA SERIA BEM ATENDIDA PELO PLANO DE SAÚDE UNIMED, chegando lá entraram com minha filha na Maca e entubada já, o medico do Samu O DR BRUNO conversou lá dentro e disseram PARA ELE, que nem sabia da central. e não tinha uma UTI EU ESCUTEI ELE FALAR COM A CENTRAL SOBRE A VAGA NA UTI.. com plano de saúde UNIMED a minha filha teve que ir para o PRONTO SOCORRO MUNICIPAL , QUE PARECE SER UM PRONTO SOCORRO DE GUERRA. E SEM MEDICAMENTOS NECESSARIOS,
LÁ A MEDICA NÃO SOUBE PRECISAR QUE MINHA FILHA TINHA,E DEPOIS DE 2 DIAS FORAM SABER QUE TINHA TIDO UM AVC. A MEDICA E AINDA VEIO ME PERGUNTAR D SE MINHA FILHA USAVA DOGRAS.EU FALEI DROGAS?? ELA NÃO BEBE NEM CERVEJA, NADA DE BEBIDAS, NEM CIGARROS, NEM DROGAS, E ELA É EVANGELICA , UMA MOÇA MUITO CORRETA ,EU FALEI MINHA FILHA TEM HIPERTIROIDISMO E TOMAVA PROPANOLOL POR CONTA DE ARRITIMIA , MAS O MÉDICO ENDOCRINOLOGISTA SUSPENDEU O PROPANOLOL,ASSIM ELA TEVE UMA ARRITIMIA. NO PRONTO SOCORRO NÃO FIZERAM UMA TOMOGRAFIA,QUANDO FOI FAZER DEPOIS DE 2 DIAS QUE APARECEU LÁ UM NEUROLOGISTA,QUE VIRAM A PUPILA DILATADA, FIZERAM A TOMOGRAFIA QUE PERCEBERAM QUE ERA UM AVC, ERA TARDE PORQUE ESTE TEM QUE TOMAR UM ANTI-COAGULANTES ANTES DE 4 HORAS DEPOIS DO OCORRIDO.
A MINHA FILHA COM 33 ANOS QUE IA FAZER 34ANOS NO DIA 18-07-2011 ERA DIA 29-06-2011 QUE ELA TEVE ESSA ARRITIMIA, ELA ERA BIOLOGA E ADORAVA A PROFISSÃO,E TINHA PASSADO NO CONCURSO DO ESTADO PARA PROFESSORA, ELA VEIO A FALECER NO DIA 07-07-2011 AS 10:00 HORAS. E FOI SEPULTADA NO DIA 08-07. ESTAVA NA ESPERA DO MELHOR NA VIDA, CHEIA DE VIDA, FELIZ DA VIDA,MAS NO DIA 08-08-2011 ELA FOI CHAMADA PARA TOMAR POSSE DO CARGO DE PROFESSORA,.... ERA O SONHO QUE ELA ESPEROU POR 2 ANOS.....EU NÃO TIVE CORAGEM DE DIZER NO TELEFONE QUE MINHA FILHA TINHA MORRIDO , EU FALEI, ELA ESTA VIAJANDO, A MOÇA DO CONCURSO DISSE: A SENHORA TEM QUE DIZER PARA ELA VIR URGENTE AQUI, PARA ASSINAR OS PAPEIS DA POSSE. 05 DIAS DEPOIS A MOÇA LIGOU NOVAMNETE , SENHORA A SUA FILHA MARIA HELENA ME LIGAVA 2 ANOS,TODOS OS MESES, AGORA ELA VIAJOU????
EU NÃO AGUENTEI COMEÇEI A CHORAR, ELA ME DISSE QUE ACONTECEU SENHORA,EU FALEI MATARAM A MINHA FILHA, ELA ME PERGUNTOU, COMO? EU FALEI MAS ELA NÃO ACREDITAVA.. MATARAM A MINHA FILHA ,E ATÉ HOJE NEM O PLANO DE SAÚDE ME ENVIOU A CONTA DOS GASTO DO HOSPITAL, QUE ELES A ENCAMINHARAM, ELA QUE FICOU 07 DIAS NO HOSPITAL PELO PLANO ,PARA DIZER QUE O PLANO DE SAÚDE DEU UM ATENDIMENTO.
MAS ERA IRREVERSIVEL.
A CÁROTIDA POR UM COAGULO QUE SAIU DO CORAÇÃO , ESSA FOI A EXPLICAÇÃO DE UMA MEDICA NO HOSPITAL, ESTAVA OBSTRUIDAA CARÓTIDA E O CEREBRO SEM OXIGENIO.
PELO ATENDIMENTO QUE ESTA NO PRONTUARIO SE SABE QUE TEVE NEGLIGENCIA MEDICO.
MAS ENTREI NO MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL E ATE HOJE NADA. NEM UMA RESPOSTA.
EU SOU MÃE E ESTOU AQUI SOZINHA, PORQUE MINHA FILHA TEVE QUE ME ABANDONAR, POR FALTA DE RESPONSABILIDADE COM A VIDA , QUE OS MEDICOS E NOS TRATAM PIOR QUE ANIMAL.
MARIA HELENA COSTA minha filha dizia MÃE EU NUNCA VOU TE ABANDONAR POR NADA MÃE.
SOMENTE EU SEI O QUE ESTOU PASSANDO HOJE, CAI DOENTE .SÓ DEUS POR MIM.
MARGARIDA BODNAR - CUIABÁ
eu gostaria que alguém pudesse ler e me dizer que devo fazer.por favor
Não há o que dizer, cara Margarida. A dor que você está sentindo é com certeza a maior dor que um ser humano pode experimentar. Só quem tem filhos sabe o que eles significam.
ResponderExcluirNão há nada que amenize tal sofrimento. Exceto o tempo.
Fica cm Deus.
Paz e Bem.