Quem quiser pode conferir o vídeo. Ele está aqui. Achei a referência numa postagem do Blog do Gusmão. Não vou colocá-lo no meu blog por dois motivos: 1. O programa do Sílvio Santos é muito pouco do meu gosto. 2. Aquilo foi uma verdadeira violência contra uma criança.
Mas posso fazer alguns comentários.
Primeiro, que eu acho aquela menininha um tanto sem graça. Simplesmente porque ela tem pouca (na verdade nenhuma) maturidade para fazer o que faz. Acaba sendo, muito evidentemente, um pequeno robozinho que obedece ao que lhe é dito no "ponto" que está ao seu ouvido.
Segundo, o mais importante, ela é apenas uma criança. Não deveria estar submetida à rotina de trabalho de uma TV. Isso, por si só, é simplesmente abjeto.
Sobre o vídeo, é uma sucessão de eventos a se lamentar: primeiro a falta de tato do apresentador, que espicaça a criança até levá-la ao choro. "Mas você chora por tudo", diz ele. É verdade. Crianças na idade dela tem uma tendência a chorar "por tudo" mesmo. É da idade. E isso precisa ser contornado pelos adultos. Há muitas formas de fazer isso. Afrontar e humilhar uma criança na frente de um auditório lotado não é, seguramnte, a melhor delas.
Mas o que me impressionou mesmo foi que a criança, chorando, seguiu correndo ao encontro da mãe. Porque é ali, com os pais, que a criança deveria encontrar o seu abrigo mais seguro. O colo da mãe ou do pai, o abraço deles, precisa ser, para a criança, o lugar onde ela é inatingível. Ali ela precisa saber que está protegida de tudo e de todos.
E a mãe da garotinha, o que fez? Mandou-a de volta ao palco. A criança, humilde, implora: "Sílvio, posso sair?".
Sei que a mãe assinou um contrato leonino, que impõe obrigações profissionais à criança (obrigações profissionais aos 3 ou 4 anos?). Sei que Sílvio Santos é um patrão inflexível. Aliás, isso ficou evidente.
Mas eu fico me perguntando: que mãe sujeitaria sua criança a esse tipo de situação? Que mãe receberia a filha correndo, desesperada por um abraço, com a ordem fria de retornar ao palco, e voltar a ter com seu algoz?
Ou, em outras palavras, com quanto dinheiro se tira, de uma criança, o seu porto mais seguro?
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