Está lá a nota no Blog do Gusmão (leia aqui).
Mais uma vez um político insatisfeito busca, na justiça, amordaçar um blog. Mais uma vez foi o Blog de Gusmão.
Da primeira vez foi um secretário municipal que não gostou de algumas postagens a seu respeito. Desta vez foi uma deputada que, desagradada com outros textos, recorreu à Justiça. Ambos obtiveram vitórias parciais.
O Poder Judiciário, guardião dos direitos democráticos, insurge-se às vezes contra a própria Democracia. Premia a Intolerância e pune a Liberdade.
Para tristeza de Têmis, a bela Deusa da Justiça.
Pessoalmente tenho tido longos debates com Gusmão. Todos pela Internet, já que ainda não tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente. Temos opiniões radicalmente diferentes a respeito da relação custo-benefício que o Complexo Intermodal trará para Ilhéus e região.
A mim me parece que Gusmão e eu não nos afinaremos nisso: debateremos por toda a eternidade. Inobstantemente, daqui segue, mais uma vez, cerrado apoio a ele, e severa decepção com a decisão judicial que lhe impõe mordaça. É como preconiza o próprio Voltaire: "Não concordo com o que uma só palavra do que dizes, mas defendo até a morte o teu direito dizê-las".
A essência da livre expressão é um dos pilares insubstituíveis da Democracia. O Blog de Gusmão pode acertar e errar em suas posições. Mas é inegável que ali está, em essência, um cidadão (ou um grupo de cidadãos - Gusmão tem muitos colaboradores) exercendo seu direito.
Ao passo que, do outro lado, se vê uma deputada que não parece disposta a conviver com a crítica, a denúncia, o contraditório.
A disputa é entre uma pessoa exercitando sua liberdade de expressão e uma pessoa pública que deseja não tolerar isso. Pena quando o poder judiciário teima em impedir o primeiro de incomodar a segunda.
Afinal, Têmis empunha nas mãos uma Espada e uma Balança. Além disso, usa apenas uma Venda.
Nunca uma Mordaça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui