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sábado, 17 de setembro de 2011

Com ou sem problemas?

Esta eu peguei no site de Rabat (leiam aqui). Não há nada a acrescentar, exceto partilhar a preocupação e da frustração com a falta de controle e planejamento.

HIPER-MERCADO G. BARBOSA
Com ou sem problemas?
Alan Dick Megi


G Barbosa se instalando em Ilhéus: melhor ou pior?
"Um novo investimento em nossa cidade nos anima a acreditar que as coisas podem estar melhorando em Ilhéus e na região.
Refiro-me à construção de um hipermercado no bairro do Pontal.


Ficamos felizes porque isso significa que teremos mais opções de boas compras sem precisarmos nos deslocar à vizinha Itabuna, além de outras vantagens, como aumentar um pouquinho a arrecadação de impostos, que em parte são hoje arrecadados por nossos vizinhos, já que boa porção dos ilheenses vai às compras por lá.


Porém, (sempre existe um porém!) para que este empreendimento traga muitos benefícios e um mínimo de problemas, é necessário que sua construção seja bem estudada e seja feito um bom estudo do impacto de vizinhança. Esse estudo é necessário para evitar que sua localização acarrete problemas à cidade, problemas estes que poderiam ser maiores do que os benefícios.


No caso de um supermercado, diferentemente de um equipamento industrial, que pode trazer muita poluição ambiental além de outros transtornos, os impactos negativos se restringem quase que somente aos problemas gerados pelo tráfego de veículos, de carga ou de passageiros. Os outros impactos são facilmente evitados ou minimizados.




Em Salvador há um excelente exemplo de equipamento comercial de grande porte que teve um estudo adequado com ótima solução: o Shopping Barra.


Para que pudesse ser aprovado pela prefeitura, seus construtores tiveram que criar vias de acesso dentro do terreno do próprio shopping, resolvendo totalmente os fluxos de trânsito por ele gerado. Tanto que, bem próximo a ele, uma loja tradicional e infinitamente menor, a confeitaria Perini, causa ao trânsito problemas maiores do que o próprio Shopping, pois seu estacionamento e acesso trazem vários transtornos que não são observados nos acessos do outro empreendimento, apesar de maior e, em princípio, muito mais impactante.


Também aqui em Ilhéus temos exemplos de obras de grande porte que adotaram soluções que atenderam os quesitos de segurança e tráfego necessários ao seu funcionamento: Os comércios atacadistas (Atacadão e Macro) situados na rodovia Ilhéus/Itabuna, os quais executaram as vias de acesso corretamente.


No caso do hipermercado a ser construído na Av. lomanto Júnior, a questão é grave e tem que ser bem equacionada, pois aquela via já apresenta sérios problemas de tráfego.


Se for permitido o acesso e a saída de veículos com travessia da pista, o impacto será tremendo e os congestionamentos da via aumentarão muito, inviabilizando ou prejudicando um empreendimento que tem tudo para ser positivo.


A solução para o problema já foi encontrada: abrir uma rua que já está prevista em Planos Diretores antigos. Trata-se da continuidade da Rua D. Pedro II ligando-a com a Rua 1 da Sapetinga. Esta via deverá ser o acesso principal do hipermercado para quem venha da zona sul ou para quem quer sair em direção ao centro da cidade. Assim, além de não haver qualquer travessia da Av. Lomanto Junior, será possibilitada mais uma opção de tráfego paralela àquela Avenida.


Esta é a única maneira viável de termos um empreendimento que pode trazer muitos benefícios sem causar maiores problemas.


Mas, infelizmente, vejo que a empresa construtora já iniciou as obras, antes mesmo de ser aprovada e antes mesmo de ter o licenciamento ambiental expedido. E da maneira que estão construindo, não será possível abrir a rua projetada há muitos anos no fundo daquele terreno.


Ao que parece, os construtores, com sua pressa, estão fechando a possibilidade de aprovar o empreendimento da forma correta, impedindo a abertura de uma via extremamente importante para nossa cidade.


Ou, obrigatoriamente terão que deslocar as estruturas de concreto armado que já estão sendo implantadas no local.


Isto significa prejuízos financeiros!


Como ninguém gosta de ter prejuízos, resta saber quem terá que arcar com eles. A empresa apressadinha que iniciou as obras antes de estar aprovada, ou a comunidade ilheense, que perderá uma excelente oportunidade de resolver alguns dos crescentes problemas do seu Sistema Viário Principal?


Com a palavra, as autoridades.


E logo, antes que seja tarde!"

Alan Dick Megi – Arquiteto, Especialista em Planejamento Urbano e Gestão de Cidades.

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