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quarta-feira, 29 de abril de 2009

ANAC X Aeroporto: notícias sem novidades

No site do Rabat há um release da prefeitura, que dá conta dos esforços envidados pelo prefeito de Ilhéus, junto com outros, para que as companhias aéreas se interessem em operar vôos noturnos. A matéria pode ser lida em http://www.r2cpress.com.br/node/7025.

Eu sinceramente parabenizo os esforços da prefeitura nesse sentido. Aliás, desde que os problemas da ANAC com o aeroporto começaram eu tenho visto uma postura muito ativa da prefeitura: mandaram por as cancelas, e foram postas. Depois foi decidido que mais de sessenta obstáculos precisariam ser retirados, e foram. Aí, inclusive, em esforço conjunto com a Infraero e o Governo Estadual.

Entretanto, observando o produto final da reunião, e ainda segundo a peça publicitária da prefeitura, eu sinceramente não vejo nenhum motivo para me mostrar otimista. Porque, lendo com atenção se pode perceber, tudo o que o prefeito ouviu das duas companhias é que elas tem interesse em operar vôos noturnos, sim. Mas isso ocorrerá desde que a ANAC permita. E o problema é exatamente esse: não há porque esperarmos que a ANAC vai permitir.

Um rápido histórico dos eventos ajudará a esclarecer isso.

Inicialmente uma reportagem da Rede Globo deu conta de que o aeroporto de Ilhéus "é o 2o mais perigoso do país" (embora não tenha ficado claro como se mede a periculosidade dos aeroportos). A ANAC então impôs restrições ao tamanho das aeronaves que poderiam operar no aeroporto. Com isso a cidade perdeu a operação dos aviões AirBus A320 da TAM.

Para resolver o problema seria necessário instalar cancelas para interromper o trânsito, e isso foi feito. Mas a ANAC não liberou a operação dos A320, alegando que as cancelas estavam em posição irregular. Mais do que isso, determinou a proibição de pousos por instrumentos, alegando 66 obstáculos que precisariam ser removidos.

Criou-se a expectativa de que, se pudesse ser cumprida a enorme lista de exigências, a ANAC recuaria pelo menos na proibição de pousos com instrumentos. O interessante é que, por incrível que pudesse parecer a princípio, todos os obstáculos foram de fato removidos, incluindo aí a demolição parcial do último andar de um hotel. "Agora sim!", pensaram alguns, "O Aeroporto vai voltar a operar normalmente!". Até a afiliada local da Rede Globo noticiou essa vitória, tida como certa.

Ledo engano. A ANAC fez uma vistoria, confirmou a remoção de toda a infinidade de obstáculos mas, ainda assim, manteve as restrições de operação do aeroporto. O que, aliás, parece difícil de ser explicado.

Dessa forma, se depois de cumpridas as exigências das cancelas e as exigências dos obstáculos, com demolição e tudo, a ANAC não cedeu, o que nos faz crer que cederá agora?

Eu, sinceramente, não conto com isso.

Ainda bem que, independente da ANAC e de suas restrições, por acaso há, e a região realmente carece disso, a perspectiva da construção de um novo aeroporto.

Talvez descubramos um dia que não é tão por acaso assim.

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