O melhor piloto que o mundo viu na fase moderna da Fórmula 1 foi, sem nenhuma dúvida, Michael Schumacher.
Para os brasileiros, em sua maioria, o nome citado é o de Ayrton Senna. Às vezes, Nélson Piquet ou Emerson Fittipaldi.
A essa lista pode-se facilmente acrescentar Jackie Stewart, Alain Prost, Jim Clark, Niki Lauda. Todos gênios, sem dúvidas. Cada um deles com diferentes qualidades.
Mas quando me pedem para escolher, entre os maiores, o meu piloto preferido, eu não tenho dúvidas em apontá-lo: Nélson Piquet. Não tanto pelas suas habilidades como piloto - dignas de reverência, sem dúvidas - quanto pela maneira com que Nélson lidava com tudo e com todos no mundo hipócrita da Fórmula 1. Ele definitivamente estava ali para se divertir. E fez isso como nenhum outro.
Para os mais novos que não o conheceram, a personalidade de Piquet como piloto era muito parecida com a do Dr. Greg House, da série homônima de TV. Cáustico, tinha sempre algo engraçado e irritante a declarar sobre tudo e sobre todos. Trocava fácil a diplomacia pela retaliação, sempre que julgava ser necessário. Como por exemplo quando, despreparada, uma repórter lhe perguntou:
"E aí Piquet. Quer ganhar a Corrida hoje?"
A resposta veio rápida e mimosa.
"Não! Hoje estou querendo terminar em décimo segundo!".
Recentemente, ao comentar sobre o fetiche do presidente da FIA, de interpretar um torturador nazista com suas "namoradas", Piquet deixou mais uma pérola no ar: "Interessante que a Fórmula 1 não tinha pudores de correr na África do Sul em pleno Apartheid e agora todos ficam vermelhos porque um dos diretores pevertidos foi pego de calça arriada."
Saudades do gênio e de sua marca. Em tempos em que tudo precisa ser tolerado em nome da hipocrisia dos "bons costumes" faz falta o cara que, em 1982, quando vinha conseguindo levar o carro à primeira vitória na temporada - aquele estava sendo um ano muito difícil para a equipe Brabham - foi tocado para fora da corrida por um retardatário. Sua reação não poderia ser diferente. Confira no vídeo abaixo.
E aqui tem um tributo, onde podemos revê-lo nos tempos de Brabham e Williams, com suas vitórias, suas ultrapassagens espetaculares, seus campeonatos mundiais. Depois os tempos de Lotus e Benetton, onde carros menos competitivos levaram-no a mostrar muitas de suas qualidades. A de se meter em confusões, inclusive.
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