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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Retratos da Decadência

Eu confesso que vou dormir triste. A postagem do Blog "Sarrafo" que li há pouco (podem ler aqui) foi um retrato muito duro para qualquer pessoa que goste da cidade de Ilhéus. É muito ruim quando a realidade cruel entra pela nossa janela -mesmo que seja a janela do navegador - e nos insulta dessa maneira.

E fica pior porque está sustentada na Verdade. Ilhéus é uma cidade em plena e acelerada decadência.

A postagem do "Sarrafo" apenas explicita isso com as fotografias das inúmeras casas comerciais que vão fechando pela cidade toda. Mais do que isso é desnecessário dizer.

Porque eu não sei se as pessoas nesta cidade se dão conta de quantas oportunidades são perdidas, de como a cidade empobrece a olhos vistos, de como cada vez mais pessoas encontram cada vez menos chance para viver na cidade de Ilhéus. O cenário é tenebroso, e só tende a piorar.

As alternativas que apresentam para a cidade são, no mínimo, ridículas. Por um lado há os que apostam na "Volta do Cacau", a monocultura que trouxe muito dinheiro para poucas pessoas e muita miséria para muitas pessoas. Por outro lado há os que apostam na "Redenção pelo Turismo", essa atividade que inexiste em 8 meses do ano e, quando existe, traz para a cidade (junto com alguns bons e nobres visitantes, que se diga!) um bando de arruaceiros que parasitam a cidade e as pessoas da cidade (crianças inclusive) deixando pouco ou nada em troca.

Mas as pessoas insistem em apostar nessas alternativas. A lavoura cacaueira, que gera quase nada de renda, e o turismo, que gera, quando muito, meros sub-empregos em quatro dos meses do ano.

Esse ciclo, que é muito interessante para uma minoria de pessoas, coloca a maior parte da população com pouco ou nenhum poder aquisitivo. E aí não há como essas pessoas consumirem produtos e serviços na cidade. Por esse motivo, a economia municipal retrai, gerando demissões e mais perda de poder aquisitivo, que gera mais diminuição do consumo de produtos e serviços e mais retração da economia, num ciclo que se não for interrompido evolui para o colapso total da cidade.

Que, parece, já não está longe.

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