Quando eu fazia graduação na Paraíba um colega - seu nome é Stênio - decidiu que eu era "um baiano fajuto".
Stênio esclareceu os motivos - eram cinco - pelos quais ele me considerava uma mera falsificação de baiano: a) não votava em ACM; b) não torcia para o Bahia; c) não nascera em Salvador; d) não sabia dançar; e) não era "negão".
Evidentemente era uma brincadeira, pois ele estereotipava o perfil típico do baiano. Ter uma baianidade fajuta pelos motivos que Stênio citava não me incomodava tanto: jamais achei que ACM mereceu meu voto, tampouco jamais cogitei trair o Vitória, meu único time de coração. Não tenho nada contra Salvador, acho uma das metrópoles mais bonitas e interessantes do mundo. Mas nunca desejei ter nascido lá.
Doía-me, porém, as duas alegações finais que Stênio fazia; nunca aprendi a dançar e, apesar de trazer em mim fortes (e orgulhosas) evidências de minha ascendência negra, a verdade é que minha pele sempre foi um tanto pálida demais para o meu gosto.
Talvez essas duas coisas - a cor da pele e a habilidade com a dança - estejam relacionadas. Eu não tenho nenhum dos dois. Resta-me invejar, desejar, aplaudir.
O mais belo dos belos. Ilê Ayiê.
Aqui um pouco da beleza que "Só se vê no Ilê".
Ilê, pelo Ilê: Belo!
Ilê Ayé é racista. Não aceita brancos
ResponderExcluirDiscordo. Acho que Ilê Ayiê tem identidade. É um bloco afro, de negros. Iso não é ser rascista.
ResponderExcluir